Capítulo 27 - Fim de segredo

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Anelyn

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Anelyn

Sabe aquela sensação boa que você sente quando está acordando e ainda de olhos fechados, lentamente, respira fundo e o cheiro da pessoa que você ama é tudo o que sente? É o que acabo de sentir. O corpo de Nicolas está quente devido ao cobertor e eu me aninho ainda mais à ele, sem ousar abrir os olhos para que aquele momento dure mais, muito mais. Mas não dura.

— ANELYN? — me sento na cama imediatamente ao ouvir meu nome pronunciado em um grito pela voz da minha mãe. — Minha filha... O-o quê esse moleque fez com você?! — seus olhos brilham com as lágrimas acumulando e suas expressões corporais revelam que ela não sabe o que fazer.

Se ela não sabe, eu muito menos. Meus olhos estão arregalados como nunca estiveram e minha boca abre e fecha sem conseguir dizer absolutamente nada. Tudo o que eu faço é segurar o cobertor rosa sobre meus seios, cobrindo meu corpo nu.

— Suzanne, nós podemos explicar. — ouço Nicolas dizer e só então me dou conta que ele está sentado logo atrás de mim e sua mão descansa tranquilamente em minhas costas, fazendo leves carícias. O que faz com que, por um momento, tudo aquilo pareça um pouco menos pior.

— Explicar? Não precisa explicar nada! Eu posso ver muito bem! Você abusou da minha filha! O que você deu a ela? Bebidas? Drogas? Me diz! — ela grita e avança para Nicolas, se debatendo entre os braços de Frederick que, por sorte, está ali para segurá-la.

— Querida, por favor, se acalme! É melhor deixarmos os dois se recomporem e depois disso conversaremos com ambos e resolveremos isso. — Frederick diz, firmemente, depois de conseguir controlar um pouco o surto da minha mãe.

— Eu não vou sair daqui e deixar minha filha sozinha com esse aproveitador. Se alguém tem que sair do quarto da minha filha, é ele!

— Tudo bem. Eu saio. — Nicolas diz, retira a coberta de cima de si e senta na beirada da cama, alcança sua cueca no chão e a veste como se não houvesse ninguém ali observando. Em seguida, ele se levanta e vira para mim, inclinando o corpo até alcançar o topo da minha cabeça e deixar um beijo ali. — Vai ficar tudo bem. — sussurra para mim e depois de dizer um "eu já volto" para nossos pais, sai do quarto carregando sua roupa nas mãos como se a situação não fosse, nem de longe, o terror que é. Assim que ele sai, minha mãe se aproxima de mim, apoia os joelhos sobre a cama e me segura pelos ombros.

— Filha, pode me contar a verdade. Não tenha medo! O que ele fez com você? Mamãe está aqui e...

— Mãe? — interrompo. — Será que eu posso tomar um banho? — peço, já que não consigo mais ficar um segundo nessa situação. Nua, exceto pelo cobertor, enquanto minha mãe acusa meu namorado de sei lá o quê e Frederick observa a tudo confuso e preocupado. E de qualquer forma, o banho é uma forma de ganhar tempo para contar a verdade a eles.

— É claro que pode. Venha Suzanne. — Frederick responde, depois que minha mãe fica tempo demais em silêncio.

Depois que eles saem, me apresso para debaixo da água morna e não consigo me livrar da sensação ruim, do medo, do chão sob meus pés parecer não mais tão firme e isso só melhora quando Nicolas segura minha mão no corredor e, já devidamente vestidos, descemos escada abaixo para enfrentarmos o que quer que venha pela frente. Mal chegamos à sala de estar e já ouvimos a voz alterada da minha mãe, então seguimos o som até a cozinha à tempo de ouvir todo o sermão que ela dá em Gina.

Sob O Mesmo Destino (CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora