Capítulo 22 - Selando um acordo

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Anelyn

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Anelyn

Que dia! Penso, ao deitar em minha cama após um longo banho frio. Minha cabeça dói e eu não sinto mais com tanta intensidade o efeito do álcool das cervejas que tomei na boate, mas a sensação que queima minha pele, congela meu estômago e dispara o meu coração, está mais forte do que nunca, após os beijos e as declarações não confiáveis de Nicolas.

De qualquer maneira, pelo menos eu não cheguei a beijar Vincent, ou melhor, ele não me deixou beijá-lo, caso contrário estaria me sentindo ainda pior agora. Eu odeio admitir, mas Nicolas nunca esteve com tanta razão como quando disse que eu não conseguiria dormir por não conseguir esquecer seu beijo. Por mais que minha cama seja extremamente confortável, parece que estou deitada em um formigueiro e não importa quantas vezes eu me vire de um lado para o outro, não consigo adormecer. Não consigo tirá-lo da minha cabeça. Não consigo esquecer o gosto do seu beijo e a intensidade do seu toque.

No dia seguinte, acordo cedo e faço o ritual de sempre, cronometrado mentalmente, para me arrumar e descer para o café da manhã.

— Você quer uma carona, Anelyn? — Nicolas pergunta, quando já estamos todos finalizando a refeição.

— Eu vou com o Dick. — respondo.

— Oh querida, desculpe, o Dick teve que fazer uma pequena viagem hoje cedo. Aceite a carona do Nic. — minha mãe me diz, sem nem imaginar o risco em que está me colocando por ter que dividir tão pouco espaço com este garoto. Ainda por cima, longe dos olhos de qualquer pessoa.

— Tudo bem. — acabo concordando e acompanhando-o até o carro na garagem.

— Dormiu bem? — Nicolas pergunta, já nos primeiros metros percorridos, com todo o seu tom cheio de insinuações.

— Por que não dormiria? — devolvo, tentando imprimir o máximo de indiferença, enquanto observo a cidade pela janela sem realmente prestar atenção a nada.

— Tem razão. — ele ri, aquele maldito sorriso de canto. — Depois de beijos como os que trocamos, não tinha como não dormir muito bem. — acrescenta, sem tirar o sorriso dos lábios.

— Aquilo não vai se repetir. — afirmo, tentando parecer o mais convicta possível. Até para mim mesma, aliás.

— Por que você não admite logo que também está sentindo algo por mim? — ele pergunta, desviando seu olhar da estrada por um segundo, e sua seriedade faz meu coração se comprimir ainda mais dentro do peito.

Abro os lábios para negar, para dizer que não há o que admitir, que ele está louco, confuso e muito, muito perturbado, mas meus lábios não expressam som algum. As palavras não saem. Em contrapartida, meu coração transborda uma onda de calor que se espalha por cada célula do meu corpo e parece comprimir o meu estômago e os meus pulmões ao ponto de eu precisar inspirar e expirar com força em busca de um alívio para o meu próprio corpo.

Sob O Mesmo Destino (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now