[4]. truth or dare?

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O jogo havia se tornado uma grande bagunça e logo várias pessoas pediram para participar enquanto muitas optaram por assistir.
Os desafios foram de "fazer cem abdominais" para "beber água da privada" em poucos minutos, o que me deixou extremamente assustado.
Eu queria desesperadamente ir pra casa, mas não teria uma carona de Felix como da última vez, ele estava mais ocupado fitando o rosto de Heather enquanto a abraçava pelos ombros com o braço esquerdo.

Doía tanto ver aquilo e ao mesmo tempo era uma repreensão ao que eu sentia.
Observei o rosto dele, sereno, apaixonado...

Então Felix olhou pra mim, parecia surpreso, eu poderia ter ficado feliz e talvez abrisse um sorriso e acenasse, mas Heather também olhou, de repente todos estavam olhando pra mim.
Finalmente entendi o que estava acontecendo quando olhei para o centro do círculo e vi a garrafa parada apontando em minha direção.

ㅡ Verdade ou desafio, Changbin? ㅡ Foi o robô loiro gigantesco quem me perguntou.

Eu nunca escolheria verdade, medo que me perguntassem algo que envolvesse minha virgindade sendo que nem beijar eu havia conseguido.
E tinha desafio, por mais que eu quisesse que tudo acontecesse igual nos filmes e me desafiassem a beijar a pessoa que eu gosto, seria inútil. Havia um total de 0% de chances de me desafiarem a beijar Lee Felix. Seria mais provável eu ganhar na loteria.

ㅡ Desafio.

O barulho de gritos e aplausos me atingiu como um enxame de abelhas.
Eu nunca desejei tanto estar na casa silenciosa de vovó, comendo bulgogi e alimentando os peixes que tínhamos.

ㅡ Eu te desafio a ficar no mínimo cinco minutos trancado em um armário com o cara mais gay dessa festa. ㅡ Ele baixou o tom de voz para falar a última parte e eu quase não escutei, a musica estava alta e ainda haviam muitas pessoas ao redor, alheias ao que estávamos fazendo e conversando em voz alta.

A animação do grupo ficou ainda maior e eu senti várias tapas nas costas e incentivos. Por que aquilo era um desafio? Desafios não tinham que ser algo que eu provavelmente nunca faria por vontade própria?

ㅡ Boa sorte, cara. Nunca iremos esquecer você ㅡ Um estranho gritou e eu franzi o cenho.

ㅡ O que pode ser tão ruim para que eu tenha medo de dividir um espaço com ele? ㅡ Olhei em direção ao robô loiro e ele riu alto em seguida me puxou até onde estava e apontou sorrateiramente em direção ao bar improvisado.

ㅡ Está vendo aquele carinha? Ele é o gay mais gay que poderia existir. Ele fala como um gay, se veste como um gay, aje como um gay... Muito gay.

Muitas pessoa riam como se aquilo fosse extremamente engraçado, mas o meu estômago revirou de incômodo.

ㅡ Qual o problema em ele ser gay? ㅡ Perguntei sem pensar.

O musculoso riu e voltaram a prestar atenção no que ele iria falar.

ㅡ Não estamos sendo homofóbicos nem nada, eu tenho até amigos que são. Tipo o Robert,aquele ali de cabelo verde. Mas esse carinha tem todos os estereótipos de um gay possíveis.

Mais risadas.

ㅡ E qual vai ser o problema de estar com ele em um armário? Acho que o fato dele gostar de garotos não o faz ter atração por todos os que existem.

O robô não queria perder a piada, pelo visto.
Apoiou as mãos nos meus ombros e me empurrou levemente.

ㅡ Entre lá e veja se consegue sair sem ter sido brutalmente assediado. Se conseguir será o primeiro da escola a alcançar esse feitio ㅡ  Recebi um tapinha na nuca e de repente fiquei com muita raiva.

i wish i were heather.Where stories live. Discover now