Capítulo 9 - Verdades

480 22 2
                                    

Neste momento ele a penetrou com mais calma, de forma intensa. Já não era o sentimento de deslumbramento de quando a observava amazona, deixando-se possuir e possuindo-o. Nem a saudade por aqueles dias distantes, era só o corpo desejando um aconchego, uma fenda desejando um possuidor.

Foi gentil, foi ritmado, foi elevadamente homem e enquanto sentia Inês gemer de tanto prazer ao seu toque, Vitoriano só pensava em como aquela era a única vida que ele queria ter.

VITORIANO— Morenita! – ele sorriu ao sentir que ela se aconchegava em seus braços, ali, no espaço selvagem da natureza.

INÊS — Meu amor... – ela sentiu o coração flutuar ao abraçá-lo, o amor dos dois era alimento.

VITORIANO— Eu te amo. – ele proferiu beijando o cabelo dela e apertando-a contra seu corpo.

INÊS— Eu também te amo, Vitoriano... – sorriu olhando-o nos olhos.

Ter Inês ali, em seus braços, sorrindo, sendo a mulher que ela podia ser, fez com que Vitoriano tivesse certeza da decisão tomada naquela madrugada.

Olhara sua esposa adormecida e não sentira nenhuma aproximação com ela, nenhuma semelhança em nada que pudesse considerar relevante para que passassem a vida juntos.

Assim, deitado e reflexivo ele decidira pedir o divórcio e viver o grande amor que sentia por Inês de forma livre, dando a ela o lugar que lhe correspondia diante de todos, confirmando o lugar que ela possuía em seu coração.

VITORIANO— Eu quero me casar com você... – ele proferiu de forma simples e clara.

Inês sentiu-se sem chão. Suspirou de forma lenta e cheia de tentou encontrar as palavras exatas para responder aquela declaração. Ele ficaria furioso assim que ela dissesse que estava disposta a seguir com Loreto. E os dois estariam despedaçados.

INÊS— Você já é casado. – tentou fugir pela tangente.

VITORIANO— Vou pedir o divórcio. – foi incisivo já se erguendo.

INÊS— Mas eu... não posso. – ela declarou observando ele se levantar.

Inês sentiu o afastamento dele assim que o viu começar a vestir suas roupas. Vitoriano nunca dissimulava suas emoções, nem mudava o que estava sentindo para agradar a ninguém, era um homem expressivo.

VITORIANO— Por que Inês? – a pergunta foi clara e os olhos deles buscaram os dela.

Inês sentiu-se frágil estando ali, na relva, nos braços dele e tendo que fazer aquelas declarações. Mas não podia mentir. Ergueu-se e começou a vestir-se. Ela e Vitoriano estavam loucos, se amando assim, como selvagens em meio ao mato.

Não estava arrependida de entregar-se a ele. O amava, o queria, o que mais desejava no mundo era ser sua esposa. Pensou nos documentos e na possibilidade de que Loreto fizesse mal a ele.

Loreto seria capaz de criar algo para incriminar Vitoriano somente para que ele não ficasse com ela. Inês o conhecia, sabia que ele tinha mesmo provas que incriminavam seu amor e por isso, aceitaria o acordo.

Loreto lhe dera uma semana para pensar e responder a sua proposta, depois disso ele iria a polícia para denunciar o rival pela morte de Vicente e pela apropriação das terras dele.

INÊS— Devemos conversar com calma, não aqui...

VITORIANO — Conversar mais o que, Inês? – ele foi taxativo. – Você não quer mais se casar comigo? É isso, Morenita? – ele aproximou-se dela e a abraçou com carinho.

LAS AMAZONAS - Esperando por seu amorWhere stories live. Discover now