Capítulo 8 - Mudanças

465 24 1
                                    

LORETO— Eu te amo, Inesita e minha proposta está feita... –Loreto beijou o rosto dela com carinho. Ela limpou o beijo.

INÊS— Você me quer mesmo sabendo que não quero você, que não desejo sua companhia, que não acredito nesse amor que você diz sentir?

LORETO— Você é a única coisa que eu quero... E agora, a decisão é sua. Ou Vitoriano vai para a cadeia ou você para a minha cama...

Inês sentiu-se esfriar por dentro somente de pensar em viver novamente aquele inferno que fora sua vida com Loreto. Tinha que encontrar um jeito de dizer ao filho que não podiam ser uma família.

Claro que ela não contaria a Emiliano que ele era fruto de um abuso. O amava demais para promover no filho aquela tristeza toda. Mas tinha que conversar e ajustar aquele novo momento da vida dos dois.

Não era fácil ser mãe. Não era simples ser mulher. Tudo parecia mais complicado a cada passo.

Ao sair da fazenda luz de luna, os dois, mãe e filho, haviam retornado as Dianas, mas Inês decidiu refletir sobre tudo que havia vivido naquelas semanas. Pediu que o filho a deixasse na cachoeira, para ficar sozinha, para ser um pouco companhia de si mesma.

O dia estava lindo, o sol espalhava-se em toda extensão dos campos da fazenda las Dianas.

EMILIANO — Mamãe você tem certeza que quer ficar aqui sozinha? – Emiliano perguntou preocupado.

INÊS— Não se preocupe, meu filho, estou acostumada a vir aqui. Não há perigo, minha vida! – Inês respirou fundo em busca do ar fresco que se podia respirar ali.

EMILIANO— Posso te esperar, se você quiser.– sorriu observando a mãe descer do carro.

INÊS— Não, meu amor, eu prefiro que você vá embora. Eu quero estar aqui, com meus pensamentos, Emiliano...

Despediu-se do filho e sentiu que seu coração estava despedaçado. Queria tanto voltar aos braços de Vitoriano. Lembrava-se de tudo que os dois haviam vivido juntos e de como se amaram a primeira vez.

Vitoriano era o homem mais educado, honesto e cheio de amor que ela conhecera. Lembrou-se da proposta de Loreto e de suas acusações contra seu amor. Depois voltou o pensamento nas lembranças dos beijos e carícias que desejava tanto ter novamente de Vitoriano.

Aquela recordação era tão forte. Inês sentou-se na margem das lindas águas cristalinas da cachoeira que banhavam aquelas terras. Observou o curso do rio por algum tempo e depois sentiu-se atraída pelas águas.

Procurou atenta pelos cantos do bosque, mas não viu ninguém. Ergueu-se inspirada, tirou sua roupa e ficando apenas com suas peças íntimas, mergulhou na cachoeira para um banho deliciosamente frio.

O frio da água não espantava sua disposição para mergulhar e nadar como um peixe. Aquela extensão toda de água era a comprovação da existência da beleza.

Já se passavam mais de vinte minutos quando Inês ouviu seu nome ser chamado na margem. Nadou pensando que era sua imaginação, mas foi novamente solicitada.

XX— Inês! – a voz era conhecida, mas ela não identificou logo de início. Nadou até a margem e sorriu feliz.

INÊS— Benígno? – ela perguntou surpresa esquecendo-se de que seria embaraçoso sair dali de dentro da água com o homem do lado de fora.

BENIGNO— Inês! Minha doce e querida Inês! – sorriu.

Inês sorriu vendo que ele mudara muito desde a juventude dos dois. Benigno era um antigo pretendente e também um amigo de longa data. Inês se deu conta de que estava apenas em trajes íntimos e por isso, pediu que ele se virasse enquanto ela saía da cachoeira para se vestir.

LAS AMAZONAS - Esperando por seu amorWhere stories live. Discover now