Capítulo 18 - Realidade, histórias e o futuro

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EMILIANO— Mãe, um desgraçado atacou meu pai e ele está muito ferido. Eu estava com ele na fazenda, um médico foi atendê-lo porque ele não quis ir ao hospital.

Inês sentiu o estômago doer e abraçou o filho tentando acalmá-lo.

INÊS— Calma filho.

EMILIANO— Mãe, deram um tiro nele!

Inês sentiu-se fraquejar, como acalmar o filho sem dizer a verdade? Olhou para Vitoriano, tinha cara de culpado. Ele não havia lhe dito nada sobre atirar em Loreto, mas deveria ter desconfiado que algo grave tinha acontecido.

INÊS— Meu filho, por favor, se acalme, meu amor!– tocou o rosto do filho e tentou acalmá-lo. Emiliano estava transtornado.

EMILIANO— Algum desgraçado tentou matar meu pai!– ele andava de um lado a outro.

INÊS— Emiliano, o que foi que seu pai te disse?– Inês estava tensa, aquele era mais um motivo para Loreto colocar Vitoriano na cadeia, aquilo e os papéis que ele tinha em mãos.

EMILIANO— Ele disse que não vou quem atirou nele, que estava escuro e foi ontem a noite.

Vitoriano estava em cólicas, queria dizer logo que tinha sido ele, que desejava tê-lo matado, mas não podia deixar Inês naquela sinuca, ele era o filho dela. Se pressionasse Inês, Vitoriano sabia que ela iria embora por amor a Emiliano.

Sabia também que Inês ficaria furiosa com ele por não ter lhe contado que havia atirado em Loreto.

INÊS— Meu filho, seu pai...

EMILIANO— Mãe, eu quero ir pra lá hoje, você vem comigo?– segurou o braço da mãe.– Não podemos deixar meu pai sozinho, ele precisa da família dele.

VITORIANO — Inês não vai!– falou frio.

A família dele? Como aquele ordinário poderia ter manipulado o filho daquela forma? Um absurdo, uma dissimulação ele usar o próprio filho como escudo. Loreto era baixo, mas Vitoriano não imaginava quer era tanto!

INÊS— Meu filho, você precisa se acalmar, não posso deixar você ir assim...– foi taxativa.

EMILIANO— Mãe, não posso deixar meu pai sozinho!– foi direto.– Eu vou para lá hoje, eu quero que meu pai denuncie esse bandido para a polícia!

INÊS— Não, Emiliano, você não pode ir para lá!– Inês ficou desesperada.

VITORIANO — Emiliano, o melhor é que você ouça a sua mãe!

EMILIANO— Senhor Vitoriano, eu preciso ficar do lado do meu pai. – estava assustado, queria cuidar do pai que ele nunca tivera.– Eu quis o meu pai comigo a vida toda, não posso abandoná-lo agora, nesse momento!

INÊS— Mas você não pode ir para lá!– Inês estava assustada. Ele não podia ir!!!

EMILIANO— Mãe!– ele retirou as mãos da mãe de seu rosto.– Eu vou hoje e acho que você devia ir comigo! É a mulher dele!– foi duro com a mãe.

VITORIANO — Inês não é a mulher do seu pai!– ele foi direto.– Ela é minha mulher agora!

Emiliano olhou sério para a mãe. Como assim a mãe era a mulher de Vitoriano? Em que momento ela tinha desistido de ser a esposa de seu pai para ser a mulher de vitoriano? Que mentira era aquela?

EMILIANO— Como assim, mãe? – ele foi debochado.– Você foi lá conhecer a nossa casa, conversou com meu pai, iludiu ele e agora isso?

INÊS— Emiliano eu não fui lá dizer que ia me casar de novo com seu pai! – ela justificou, tinha medo que Vitoriano ficasse aborrecido.

VITORIANO — Emiliano, queríamos falar com você hoje, contamos as menina e queríamos que você também soubesse, mas você estava com seu pai. – foi cuidadoso, não queria magoar Inês.

EMILIANO— Eu não quero a minha mãe casada com você! – falou sério.– Quero que ela volte para meu pai e quero ter a família que eu sempre quis! Estou indo agora ficar com eu pai e se você devia ir comigo, mãe!

Inês sentiu seu estômago doer, não podia ter o filho longe dela, não com Loreto.

INÊS — Meu filho, por favor, me ouve!

Mas Emiliano já havia sumido. Vitoriano fez menção se segui-lo e gritou seu nome, mas Inês o olhava com raiva. Como ele poderia ter lhe escondido aquilo?

INÊS — O que foi que eu te pedi? – falou tensa, com raiva daquela situação.

VITORIANO — Eu não dei um tiro para matar ele, dei de raspão na perna!Loreto é um frouxo!

INÊS — Um tiro!– ela ficou mais tensa com a admissão dele daquele fato terrível.

VITORIANO — Eu queria ter matado ele! – foi direto. – Não me peça para pedir desculpas por algo que senti prazer em fazer, Inês!!!

INÊS — Você não entende! – ela falou decepcionada.– Meu filho é a coisa mais importante da minha vida! Se ele fica triste ou aborrecido, eu fico também! Não posso viver sem Emiliano!

Inês saiu em direção a seu quarto. Não podia estar ouvindo aquilo, o que ela ia fazer? Ir embora e acompanhar o filho para viver com Loreto?

VITORIANO — Inês!– foi atrás dela agitado.

INÊS —Saia, eu quero ficar sozinha!

VITORIANO — Você está brigando comigo por causa dele!– falou aborrecido andando pelo quarto.

INÊS — Meu filho está no meio disso, não há o que escolher!– ela falou encarando-o.– Por que demônios você foi lá? – aproximou-se.– Eu te disse para não ir, agora ele vai usar os papéis contra você!

Inês sentiu o coração gelar. Tinha isso ainda, não havia contado que Loreto ameaçara colocá-lo na cadeia. E que voltaria para ele somente para não deixar que fizesse.

VITORIANO — Que papéis, Inês?– ele ficou mais sério.

Inês respirou fundo, tinha tanto medo de que Vitoriano saísse enfim por aquela porta e acabasse de vez com a vida de Loreto. Porque ele era capaz disso e de muito mais para protegê-la e para proteger todos que ele amava.

VITORIANO — Diga, Inês...– ele aproximou-se dela com os olhos flamejantes.– Que papéis são esses?

VITORIANO — Os papéis que dizem que você matou Vicente...

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