Capítulo 2 - Na cachoeira

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Vitoriano aproximou-se dela com todo seu desejo contido e disse firme:

VITORIANO— Apenas venha comigo, Inês...

Inês obedeceu sentindo a mão dele puxar seu braço de forma incisiva, mas sem machucá-la. Caminharam rápido até o pátio onde seis peões observavam a pressa dos dois. Vitoriano trazia um lençol dobrado nas mãos, que ele jogou dentro do carro. Absolutamente todos estavam acostumados com os achaques de Vitoriano e todos também sabiam que somente Inês conseguia acalmá-lo.

Durante todo percurso dentro da caminhonete dele, Vitoriano ficou em silêncio. Sentia seu estômago doer de ansiedade, as pernas estavam presas nos comandos da caminhonete. Depois de alguns minutos dirigindo, ele desceu uma das mãos do volante e colocou sobre a perna dela. Inês não se assustou, ele costuma fazê-lo quando viajavam juntos. Algumas vezes, aquela mão buscava consolo onde ele não estava autorizado a tocar. Não mais!

Quando estavam juntos, ainda que em silêncio como naquele momento, Inês sentia seu coração acelerar, suas pernas tremiam e calma partia para algum reino distante. O seu corpo era um traidor, bastava um único olhar dele e ela sentia vontade de arrancar cada peça de sua roupa e entregar-se aquele amor por completo.

Inês desejava Vitoriano, desejava seu toque forte, intenso, desejava as mãos apaixonadas em carícias obscenas. Queria enlouquecidamente o corpo dele sobre o seu, sentir o peso, as estocadas fortes que faziam gemer por mais e mais, sempre que os dois estavam juntos! O corpo dela não lhe pertencia, pertencia a ele. Tinha sempre que se controlar para não transformar sua certeza de mulher decente em um concubinato oficial com ele.

Inês quebrou o gelo daquela situação. O que Vitoriano estava querendo saindo assim, correndo para algum lugar que nem dissera onde era?

INÊS – O que você tem? – a voz dela saiu tensa enquanto buscava o olhar dele.

VITORIANO — Precisamos conversar, Inês!– ele a olhou de forma direta e suspirou.

INÊS — É assim tão importante que não podia ser dito na sua casa?– ela ajeitou-se na poltrona sentindo que Vitoriano movia a mão mais acima de sua coxa, quase tocando em sua intimidade.

VITORIANO — É...– foi sincero olhando para a frente.

INÊS — Aconteceu algo com Diana Elisa?– perguntou preocupada sentindo a mãe dele massagear sua perna. Aquele homem tinha algum intensão.

VITORIANO — Não!

INÊS — Então foi com minhas consentidas? – estava mais tensa, porque afinal ele não dizia logo alguma coisa?

VITORIANO — Elas estão bem também!– foi frio.

INÊS — Emiliano? Meu Deus, Vitoriano, foi algo com Emiliano?– desesperou-se colocando as mãos na cabeça num gesto descontrolado de tensão e medo.

VITORIANO — Mulher, não foi nada disso!– ele a olhou com um sorriso, finalmente acalmando o coração dela.

INÊS — Me diga de uma vez o que está acontecendo e para onde estamos indo.– foi firme retirando a mão dele de sua perna.

VITORIANO — Para a cachoeira!

Inês tocou o braço dele no volante para que parasse o carro. Vitoriano parou e voltou seu olhar de reprovação para ela.

INÊS — Por que está me lavando para a cachoeira?– perguntou se ajeitando na poltrona para não estar tão perto e suscetível à ele.

LAS AMAZONAS - Esperando por seu amorWhere stories live. Discover now