capítulo 55 (✓)

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"Viver por nada. Ou morrer por alguma coisa."

V I C T O R I A

Mudo de assunto recuperando a atenção do comandante. — O quê sabemos é que vocês querem partes de nossos territórios.. —Um silêncio prosseguiu.

— Pois parece que sua educação em Allen teve algumas lacunas. — Os olhos castanhos de Edgar brilharam de raiva. — Tudo começou dezoito anos atrás quando Allen decidiu que simplesmente não iria mais exportar matéria prima das minas para Eyja. Aço mais especificamente. E sabe o que Eyja era? — abro a boca para responder, mas nada sai. — Um reino agricultor, nossos homens fazendeiros e as mulheres donas de casa. Não temos minas ou formas de adquirir minérios sem um preço proibitivamente exorbitante por causa de ramificações políticas que preferimos evitar.

Edgar se encosta na cadeira, ajeitando os músculos tensionados.

— Então, um dia achamos uma fonte de minério perto da fronteira com Allen, mas como se já não bastasse as centenas que vocês tem a única que nós foi destinada não era nossa de verdade.. — estava cada vez mais difícil respirar. — Frey o novo rei de Allen determinou que havia partes da mina em território de suas terras e que para o uso de uma parte do minério teríamos que aceitar concessões,  tarifas e pedágios impostos por eles. De acordo com as suas escolhas.

— Mas vocês não aceitaram, pelo contrário, mandaram homens de Eyja para pegar o minério da parte de Allen! Uma parte que não era de vocês! — Ben o interrompe como se já tivesse ouvido aquela história milhares de vezes.

— Claro que pegamos! — Edgar bate uma das mãos na mesa. — O que você faria se o cofre do seu reino estivesse vazio e a única oportunidade de salvação fosse aquela mina? Os acordos de Allen eram impossíveis e inviáveis, nós nunca poderíamos pagar e foi exatamente por isso que eles o fizeram, acabaríamos sem a nossa independência, Allen controlaria tudo em Eyja. Sempre durante toda a nossa história os outros reinos nós subestimam. Não tivemos uma colonização épica ou mesmo grandes feitos, mas isso não nós faz inferiores. — o comandante fechou levemente os olhos e encheu os pulmões de ar. — No fim, se tivéssemos aceitado teríamos uma dívida enorme com vocês e ainda assim pouco aço, tentamos negociar outros minérios de outras minas espalhadas pelo seu reino, mas Allen estava irredutível. O minério seria exportado para Gralaham que estava lhes dando mais.

— Deixa eu adivinhar, — especulo com um indigesto, a curiosidade dando lugar a confusão. — depois de pegar a mina para vocês, Allen declarou guerra...

— Exatamente, no início era pela posse daquele território entre nossas fronteiras que detinha a mina, depois o desacordo foi ficando maior, mais corrosivo. Se tornou uma guerra entre egos, territórios e força. Isso nunca vai parar enquanto um dos dois lados não recuar, mas ninguém quer fazer isso. Ninguém quer perder uma guerra.

Quara descruza os braços, prensa os lábios e arqueia sua sobrancelha enquanto uma mudez ganha espaço no ar. A tensão se quebra quando Ben batuca os dedos sob a mesa e encara Edgar.

— Pelo que sei, os preços das importações dispararam às alturas no seu reino. A comida é limitada ao que Eyja pode produzir por si mesma, o que é pouco, dado que todos os seus agricultores se voltaram para o exército, imagino que a fome deva estar só aumentando nas cidades.. — com os músculos contraídos eu controlava e contorcia os dedos por baixo da mesa. — Por que continuar sacrificando seu reino?

— Porque Eyja se tornou mais forte com esse enfrentamento, no início Allen pensou que poderia bombardear nossa costa e ficaria tudo bem, mas então mandamos homens para fronteira que os impedem de avançar totalmente durante dez anos, perdemos cidades importantes em  territórios costeiros para à conquista de Allen, mas ainda parece uma perda pequena comparada a de um reino inteiro.

Rainha de Ferro Where stories live. Discover now