Nove Meses - Capítulo 20

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Nove Meses – Capítulo Final




- Céus! O que houve aqui? – o questionamento do vizinho que morava um pouco mais embaixo, e que voltava do passeio com seu cachorro, fez o moreno desviar a atenção do menor.

- Meu ex-marido empurrou o Kyungsoo da escada! – Jongin respondeu, voltando a atenção para Kyungsoo, que não sabia o que fazer, pois a dor que tomava seu corpo era demais para que pudesse pensar em algo, ou sequer conseguir levantar.

- Aigo! – exclamou num misto de surpresa e pesar. – Sunghee! – o senhor chamou alto o suficiente que a filha o ouvisse e rapidamente saísse de sua casa. – Liga pra o hospital e vem aqui depressa! O Kyungsoo se acidentou, venha aqui ajuda-lo! – ditou rápido e viu a filha o obedecer de imediato. – Minha filha é enfermeira, ela trabalha no Hospital Central, então a ambulância vai chegar mais rápido – informou.

- J-jongin... o Taeoh – era tudo em que Kyungsoo pensava. Não ligava que sua testa estivesse sangrando, nem seu nariz... sequer ligava para a dor que sentia no quadril, braços e ombros, queria apenas que seu pequeno sobrevivesse. – Não deixa nosso filho morrer, Jongin – pediu, sentindo as bochechas geladas por conta das lágrimas que desciam desenfreadas por seu rosto, em contraste com o sangue quente que saía do corte em sua testa.

- E ele não vai morrer, Kyungsoo! – Jongin afirmou, apertando o maxilar com força quando percebeu aquele sentimento pesado em seu peito. – Ele vai ser o nosso presente, entendeu? – reafirmou, sentindo a visão embaçar por conta das lágrimas que já desciam sem permissão. – O-o melhor p-presente de aniversário que já ganhamos na vida – completou, sentindo a voz sair tremida e um pouco mais rouca.

- A ambulância já está vindo! – Sunghee avisou assim que se aproximou. Estava toda de branco, pois ainda vestia a roupa do trabalho, e mesmo visivelmente cansada, a determinação em seus olhos era perceptível. – Eu sou Cho Sunghee, enfermeira, e trabalho no Hospital Central, e enquanto a ambulância não chega, vou fazer o que for possível aqui, tudo bem?!

- O meu filho... ele parou de mexer! – Kyungsoo voltou a falar.

- Ok! Sei que nesse momento parece impossível, mas vou pedir que mantenha a calma – falou com tranquilidade. – Você! – apontou para o Kim. – Preciso que fique de joelhos atrás dele pra que ele tenha apoio e não force a coluna – instruiu e viu o moreno fazer o que tinha dito.


E sem dizer mais nada, Sunghee pegou o estetoscópio, encaixou as olivas no ouvido e o diafragma no ventre do menor, tocou com o objeto em algumas partes do ventre e respirou fundo quando sentiu uma pressão de dentro do ventre, então tirou do ouvido e olhou para Kyungsoo.


- Aparentemente ele está bem, você não tem sinais de hemorragia, então creio que apenas a bolsa tenha estourado por conta da queda, por isso ele não tem mais tanta liberdade pra se mexer como antes, pois a falta de líquido amniótico limitou o espaço dentro do útero – explicou, vendo "alívio" nos rostos dos pais de primeira viagem. – Appa, preciso que pegue meu kit de primeiros socorros, mas não corra, já basta de tragédias por hoje – pediu e salientou, se permitindo rir brevemente antes de segurar o rosto de Kyungsoo com ambas as mãos, passando a examiná-lo com cuidado. – Hum... esse corte aqui foi feio – falou para si mesma. – Tá sentindo tontura? – questionou e viu o grávido negar. – Consegue sentir as pernas? – usou a ponta dos dedos para tocar em diversos pontos das pernas do grávido e um aceno positivo veio em resposta. – Menos mal – comentou e agradeceu assim que o pai voltou com o kit.

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