Starting over

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Narrador Point Of View.

No banco de trás de um táxi, Camille deitou sua cabeça no assento e deixou que um suspiro cansado e aflito escapasse dos seus lábios. Queria conter sua inquietação e ansiedade, sentia medo, muito medo. Estava prestes a se encontrar com sua madrasta, uma mulher que mentiu para ela durante anos. Era assustador que Gillian foi capaz dessas atrocidade. Difícil até de acreditar, mesmo que não tivessem um elo maternal, a veterinária ainda a considerava com alguém que pudesse substituir a presença de sua falecida mãe.

Sempre teve essa afobação incontrolável de querer resolver as coisas sem no mínimo pensar antes, suas escolhas não eram nada racional. Não era algo que ela se orgulhava, pelo o contrário, perdeu muito com isso. E estava aprendendo da pior maneira, exemplo disso, é o amor da sua vida. É por mais que quisesse avisar a Laura, nao poderia, tinha receio do que sua madrasta pudesse fazer. Já havia feito estragos demais em sua vida.

Camille sentia vergonha em olhar para Laura e lembrar do que fez, não esperava que a morena perdoasse ela e tampouco voltasse. Teria que convinver com a culpa de ter machucado a amada e essa culpa a corroía por inteiro. Estava confusa, não acreditou quando viu todas aquelas fotos de sua filha, a criança que não saía da sua cabeça uma única noite. Quando viu sua pequena Holly, imaginou o pior, foi para o caminho mais difícil. Talvez, se não estivesse se precipitado, estariam todas juntas e Gillian não pudesse afetá-las.

Com o seu olhar fixo na paisagem fora do carro, Camille deixou que uma lágrima caisse do seu olho e percorresse sua bochecha. Gillian era como um mãe pra ela, por anos, achava linda a relação da madrasta com o pai. Como não perceber que ele estava triste? Ou inconformado com tudo? Ela também se perguntou o por que do pai não ter confessado a ela, ele sabia sobre Holly e o sofrimento diário que passava, afetando até o seu casamento com Henry.

Era difícil para ela em acreditar que Gillian fez tudo isso por dinheiro, se esse era o seu problema, por que não simplesmente pediu? Camille jamais negaria ajudá-la, pelo o contrário, percebia a vida glamorosa que Gillian e Willa tinham. O problema foi a ganância? Queriam mais? limpou a lágrima que parou bem em sua mandíbula. Precisava se manter firme, faria isso por Becca mesmo que está estivesse magoada.

Jamais poderia evitar o que aconteceu mas poderia concertar. Quando estava na delegacia, escutando atentamente as coisas que a oficial issartel articulava. Camille recebeu uma ligação de um número desconhecido. Não demorou mais que cinco segundos para que ela pudesse associar o número á Gillian, só poderia ser ela.

Disfarçou mais ainda sim nervosa, atendeu a ligação. Sentiu um arrepio na coluna quando ouviu a voz da mulher no outro lado da linha, era como se aquela voz não combinasse com a imagem gentil que Camille tinha da madrasta. Ela olhou para o ex marido bem ao seu lado que perguntou com quem ela falava, imediatamente falou que era Diana, Gillian fez questão de avisar que tinha uma arma apontada para Becca e não hesitaria em apertar o gatilho se Camille não seguisse as regras.

Ela tinha duas opções, sair sem ser notada e seguir as instruções da madrasta ou avisar os policiais de que Gillian havia entrado em contato e que sabia onde estava. Mas, a segunda opção poderia custar a vida da sua filha e tudo o que menos queria, era que Becca sofresse ou até pior, fosse assassinada. Camille, não duvidava mais da capacidade da sua madrasta de fazer o mal. Estava temerosa.

- Senhora... - Camille saiu dos seus pensamentos e fitou o assento a sua frente, um homem que deveria está na faixa dos seus quarenta anos, colocou o tronco da cabeça entre a separação dos assentos da frente e chamou pela a mulher. - Chegamos.

Ela sorriu totalmente sem graça em pensar que o homem deveria ter chamado ela mais de uma vez enquanto estava distraída. Rapidamente ela retirou de sua bolsa, algumas notas que deduziu ser o bastante para o homem. lhe entregou o dinheiro e agradeceu gentilmente antes de se retirar do veículo. Mas antes escutou do homem um "isso é muito", mas não deu importância.

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