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Por essas e outras que eu sempre falo: "Deus não me abandona nunca". Sabe-se lá o que esse nojento ia aprontar comigo, caso a Fabiana não chegasse.

Fabi: Mulher... — me ajudou a levantar. — O que que foi?

Enquanto ela me ajudava a sair de lá, os homens que fazem sua segurança entraram, enquadrando o Rodrigo e tirando a pistola que tava no porte dele.

Expliquei tudo, e por mais que eu tivesse medo de que ela não acreditasse em mim. Ela acreditou! Ficamos um tempo conversando, enquanto eu me acalmava pra pegar a moto de novo.

Eu não quis marcar mais, precisava tomar um banho, relaxar, tentar ao máximo tirar toda aquela cena da cabeça.

Josué: O que foi, filha? Tava aonde? — já veio me interrogando assim que saí do quarto. — Largou a casa aberta, sabe que você não pode ficar dando mole. O morro não é mais o mesmo, a gente não sabe mais em quem pode confiar.

Viviane: Ai, pai... — desabafei. — Enquanto eu não matar os três, eu não vou viver em paz.

Josué: Você vai viver em paz sim e não vai precisar sujar suas mãos com isso. — me abraçou e em seguida, me deu um beijo na testa.

Isabella e meu irmão chegaram com o Vinicius, que tava morto de cansaço e pra glória do Senhor, já veio de banho tomado. Então, só dormimos, até às 3h da manhã, que foi a hora que ele acordou, gritando desesperadamente e chorando muito.

Viviane: Oi filho. Mamãe tá aqui. — segurei na mão dele e o botei bem pertinho de mim. — O que foi? Calma.

Vinicius: Fica "ati", "mõe". "Embola" não. — segurou firme no meu pijama e foi diminuindo o choro aos poucos.

Viviane: Mamãe não vai embora não... Shh. — bati na bunda dele, até que novamente voltou a dormir, mas sem largar a alça do meu pijama.

Mais tarde, depois de deixá-lo arrumado com o meu pai, tomei um banho rápido, botei uma roupa melhorzinha e separei a roupa que iria trocar pra ir ver o Dani. Separei as coisas que eu tinha que levar, ajeitei no carro e fomos até a sala do AA, onde seria feita a reunião a troca de ficha do Sr Josué.

Mal começou e eu já estava aos prantos, a cada depoimento, era um berreiro diferente. Ver toda a luta que as pessoas e suas famílias passaram era de emocionar qualquer um. E, quando chegou q vez do meu pai, foi aquela coisa toda de exagero mesmo, até solucei.

Meus avós também, emocionadíssimos. E acho que de todo mundo da família que compareceu, não teve um que não enxugou o canto do olho, quando ele disse sobre a mudança dele e pediu pra que o João, eu e o Vini fôssemos até a frente, para que a entrega fosse feita.

Quando a reunião acabou, tiramos fotos na entrada e eu voltei com eles pra casa da minha avó, mas nem demorei muito. Afinal, gosto de chegar cedo, ser uma das primeiras pessoas à entrar e uma das últimas a sair. Então, deixei o Vini distraído com os primos, avisei a Hellen que estava saindo de fininho e guiei doida pra ver o meu amor.

O coração fica dividido: feliz por saber que vamos nos ver, mas em contrapartida, destruído, por saber que não vai ser hoje que vou trazê-lo de volta pra casa.

O que me conforta é saber que não vai demorar, que falta menos do que antes, tudo está encaminhando e Deus nunca abandona Seus filhos.

A revista hoje foi tranquila, não tinha muita coisa pra entrar pra ele, então, passei quase batida e enquanto eu caminhava em sua direção, ele sorria. Aquele sorrio de esperança, enquanto negava com a cabeça como se dissesse pra mim: "eu não acredito que você veio".

5O TONS 🔥 - LIVRO 2Where stories live. Discover now