Capítulo 33

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Olá pessoal, boa leitura e não esqueçam de votar e comentar! Diga não à leitura fantasma kkkk. Bjs ^.~

Edward

Eu cheguei, estou no carro.

Recebo a mensagem exatamente uma hora depois da última mensagem, tenho consciência de que é agora que essa história vai ser definida e seria hipócrita se não dissesse que estou torcendo para que tudo tenha uma resposta positiva e corra efectivamente bem, mas também tem uma parte de mim que me prepara para que tudo possa a vir ruir com a tomada dessa conversa e que muito provável meu coração venha a se partir de maneira irremediável. Mas de tudo eu peço que seja a primeira opção a acontecer e que meu sonho não acabe com mentiras.

Eu abro a porta de casa consciente que depois disso nada será igual, ele saí do carro imediatamente assim que me vê e eu não consigo definir seu estado no momento pois ele está em seu modo impassível.

 –Porque não está no trabalho? –Indaga assim que me alcança, consigo notar em seu timbre e pouco de raiva, o que me faz revirar os olhos com sua atitude nada coerente em um momento desse, quando eu estou perdida o suficiente para não saber mais quem eu sou no momento e em o que eu deixei minha vida se tornar, desde esses últimos dias em que eu o deixei entrar em minha vida.

-Porque eu fui demitida –respondo não deixando transparecer a confusão e os sentimentos em mim nesse momento.

O que eu necessariamente preciso agora duvido muito que ele seja capaz de dar, pois sempre se esquiva de dizer a verdade para mim como se não fosse afectar a mim também, quando na verdade já afectou o bastante e meu emprego foi simplesmente um dano colateral nessa situação toda.

 –Mas não é por isso que eu chamei você aqui –esclareço, confusão passa por seu rosto, não me incomodo por isso, minhas últimas 48 horas têm sido muito mais confusas do que toda a minha vida junta, e o culpado por isso está em minha frente –Eu não acho que o que eu descobri nas últimas duas horas, seja algo que queira resolver na rua, portanto acho melhor entrar.

-O que foi que descobriu? Porque não ligou para mim? –Pergunta, e não sei o que responder quanto a segunda pergunta, só que naquele momento ele não era a pessoa que eu poderia confiar já que meu estado foi provocado indirecta ou directamente através de suas acções, não confiava nele naquele momento, e nem confio nesse mesmo momento, com ele em minha frente parece indiferente para mim agora.

-Eu disse melhor entrarmos, que eu já informei meu pai da sua presença, mas não disse nada de mais, pois eu preciso de respostas e consoante o que eu vou ouvir de você vai definir em muito tudo –completo e ele acena confirmando indicando para mim ir a sua frente e eu vou –Nós vamos ficar por aqui mesmo na sala, ninguém vai incomodar a nossa conversa.

-Tudo bem, agora pode acabar com o suspense e falar o que foi que te deixou desse jeito? –diz calmo demais e eu dou uma risada amarga pelo seu jeito.

-Ok, onde você trabalha? –Pergunto sem dar voltas e aguardo pela sua resposta, ele não se mostra nem um pouco preocupado por eu querer saber sobre isso, e não sei definir se é uma coisa boa ou ruim.

-Eu trabalho em uma empresa que está ligada a vários sectores e o jurídico é um deles pelo qual eu estou encarregue, é uma empresa de marketing e edição editorial –responde e meu rosto se fecha pela sua resposta obtusa novamente.

É disso que eu estou falando! Ele dá sempre respostas pela metade, só o que ele queira que eu fique sabendo, sinceramente não sei qual é a intenção dele me escondendo parte dessa informação, mas uma coisa que eu aprendi durante esses dias é que se ele não quer que eu saiba é porque tem um motivo mais profundo por detrás disso.

-Então você é simplesmente o chefe do sector jurídico? –Indago depois de soltar uma risada incrédula –É disso que eu venho falando desde que eu te conheço, você esconde as coisas e sinceramente eu não faço ideia para e porque serve isso para você, mas isso não vai continuar –afirmo e ele fica espantado com minhas palavras –Tem coisas na minha cabeça que eu não sei para que servem quando se trata de você, é obtuso demais, está me tratando como se eu fosse uma marionette em suas mãos, me jogando de um lugar para o outro! Brincando com minhas emoções, e você pensa que tem tudo sob controle quando na verdade tem coisas escapando sobre seus dedos e uma delas é a minha confiança por você.

-Ok, então você tem de ser mais especifica com algumas coisas Charlotte Watson, você quer que eu conte as coisas para você? Mas eu tenho a certeza de que não está preparada para o mundo, você foi fechada por uma caixa de diamantes pelas pessoas à sua volta! Que não deve nem acreditar que pessoas podem ser más, que têm pensamentos indecorosos, que o mundo lá fora é cruel demais é que se não estiver preparada para isso... não venha tentar me falar em verdades que você nem tem imaginação para pensar! –Despeja e eu me encolho com o tom raivoso de sua voz, quem ele pensa que é?

-Baixa o tom de voz quando está em minha casa,  não venha justificar suas mentiras com o mundo, pois você é uma única pessoa singular, com seus próprios pensamentos e próprias acções, não venha me falar que o mundo é um lugar horrível como se eu não soubesse o que se passa, eu descobri isso no mesmo segundo em que vim ao mundo, mas nem por isso eu me transformei ou odiei as pessoas que tinham suas mães com elas, quando eu não tinha, porque se você mentiu não venha culpar outros por seus próprios erros, você tinha escolhas e mesmo assim preferiu seguir o caminho mais fácil! A mentira –retruco para ele mais raivosa do que podia, fico orgulhosa por minha voz não ter se acovardado durante isso, ele olha para mim como se não pudesse acreditar em minhas palavras, pois é eu não acredito nas suas também.

-Você quer saber porque raios eu não disse que trabalhava para uma empresa que é da minha família? –Pergunta abrindo os braços em um gesto nervoso –Porque isso não é da merda da sua conta! –Termina e é como se meu estômago fosse socado diante dessa sua afirmação.

Ele falou sem nem ter vacilado, sua rudez a expor isso me indica de que isso tudo era apenas sim unilateral, que quando ele dizia que não se importava que eu fizesse perguntas, na verdade era que ele não se importava das perguntas que ele aprovava, e desde que eu não fosse muito a fundo estaria tudo bem, mas parece que agora eu ultrapassei uma linha intransponível que deveria ter ficado em segredo para mim.

-E por quanto tempo você achou que eu não descobriria isso? –Investigo com o nível de voz que ainda me sobrou –E Andrea também não é da minha conta? –Inquiro e ele passa a mão pelo cabelo o bagunçando nervosamente –Ou acha que meu próprio emprego também não é da minha conta? –Termino raivosa para ele o empurrando,  ele segura minhas mãos e me olha interrogativo –Ou o facto de eu ter perdido meu emprego por causa de alguém que claramente é ligado a você não deveria ser da minha conta.

-Do que você está falando? –Indaga confuso, estreitando os olhos em busca de respostas, tenho vontade de estapear sua cara inteira por ele não ter nem o bom senso de juntar isso –Foi despedida por causa da briga de ontem? –Volta a indagar, aproveito seu momento distraído para retirar meu braço de sua mão, dirijo para ele um olhar avaliativo, por que mais merda eu seria despedida depois de ontem? Penso mais não verbalizo.

O MEU SEMPREWhere stories live. Discover now