13°- CAPÍTULO

3.1K 540 331
                                    

Com o pé, empurro a porta que deixei encostada quando sai e, desta forma, entro no quarto enquanto equilibro dois pratos, um em cada mão.

— Dana mandou a comida. — Anuncio após entrar no quarto e fechar a porta com o pé, de novo.

Jack estava sentada na cama da Dana, encarando a pequena janela redonda no alto da parede de madeira, mesmo que não dê para ver nada além de uma parte do céu. Duque estava deitado em suas pernas dobradas, parecendo bem confortável.

— Você está com essa cara de novo. — Digo e me aproximo, sentando perto dela.

Duque ergue sua cabeça peluda e me encara, mas não sai do colo de Jack.

— Que cara? — Lentamente, Jack vira seu rosto em minha direção. Sua feição era desanimada.

— Essa cara que você vem fazendo desde que conheceu o comodoro. — Respondo e instantaneamente suas bochechas ruborizam.

— Do que você está falando? — Tentando disfarçar o nervosismo, Jack segura Duque e começa a afagá-lo de um jeito brusco, fazendo Duque resmungar com alguns sons. Acho que ele estava me pedindo ajuda.

Cuidadosamente, coloco os dois pratos com pedaços de carne e pão, na cama, e depois cruzo os braços.

— Não minta para mim. Foi você mesma que me disse todas aquelas coisas sobre ele. Como alguém se apaixona em apenas uma noite?

Jack para de afagar Duque, paralisando sobre a cama. Suas bochechas ficam ainda mais rubras e sua boca se abre para me responder, mas ela desiste, provavelmente, sabendo que seria tolice continuar mentindo.

Ela suspira alto.

— Se você tivesse conversado com ele em meu lugar, ia entender. — Sua voz soa um pouco mais baixa, enquanto seus olhos desviam dos meus. — Você acha que ele ficaria contente em me ver outra vez? — Em seguida, ela volta a me encara, cheia de esperanças.

— Se ele te ver outra vez, vai querer te matar. — Falo, sincera, sabendo que depois do que fizemos, não só o comodoro, mas toda a guarda do rei, devem nos odiar agora.

Seus olhos vão até Duque, em uma expressão completamente tristonha que me deixa um pouco arrependida pelas palavras.

— Se você gosta tanto dele, quando eu nos tirar desse navio, te acompanho até a corte e você poderá se declarar para ele ou qualquer coisa do tipo. Vou te proteger e garantir que ninguém faça nada. E se ele não aceitar seus sentimentos, então eu encontrarei alguém bem melhor para você.

— Está falando sério? — Seus olhos voltam a brilhar instantaneamente.

Assinto e ela sorri por alguns segundos, antes de desviar o olhar mais uma vez, enquanto volta a ficar envergonhada.

— Me diga, Serena, você já se apaixonou antes?

Acho sua expressão engraçada e fofa.

— Não. — Respondo, casualmente, e pego um dos pães no prato. O parto no meio e ofereço uma metade para Duque, que vem para o meu colo de bom grado.

— Então nunca beijou ninguém?

Entrego a metade toda de pão para Duque, e encaro Jack.

— Eu já beijei alguém, mas, apenas uma vez.

Os olhos de Jack se arregalam e ela se inclina para frente.

— Quem?

— Um amigo meu, o Adam. Não foi nada de mais, eu apenas fiquei curiosa para saber como era, já que a maioria das meninas de onde eu morava, suspiravam pelos cantos todas às vezes que eram beijadas. Então eu apenas pedi para o Adam me beijar.

SIRENA DEL ATLANTIS || KTHWhere stories live. Discover now