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Uma semana depois da turbulência que recaiu sobre a sua vida, Nico voltou para o seu apartamento. Não havia um indício sequer de que um dia Will tivesse estado ali, e a cópia das chaves estavam na portaria como imaginou que estaria.
Embora ainda estivesse tentado a morar na velha casa de praia. Uma vez que ali encontrava a calmaria que o centro não possuía. Ainda assim aquele local lhe atraía, afinal morava ali há anos. Um tempinho depois de terminar a faculdade. E talvez ele fosse um pouquinho materialista.
Para ser um pouquinho mais exato o Di Angelo estava em seu escritório. Debruçado sobre a mesa de mogno. A mão empunhando uma lapiseira e se movendo com maestria sobre o cinzento papel. Não se sentia inspirado assim em meses. Talvez ajudar Eco tenha lhe ajudado afinal.
Uma semana foi suficiente para ensinar o básico do comportamento humano ao filho. O suficiente, ao menos, para arriscar.
Eco – que obviamente fora com o pai – o espiava da porta entreaberta. Atento a concentração do mais velho, aos seus movimentos. Indeciso se contava ou não que a comida havia chegado. Não queria atrapalha-lo também.
— Entre logo.
Nico disse impaciente. A cara abobalhada o rapaz estava distraindo-o. Ele já controlava o riso.
O jovem tritão se sobressaltou. Acabou entrando aos tropeços, batendo a porta de forma estrondosa. E se aproximou um tantinho envergonhado.
Seu pai não parecia aborrecido com sua indiscrição; ao contrário disso sorria. Lembrou-se do seu outro pai, de como sempre aparentava estar ocupado nos últimos anos, cansado e sem muito tempo para ele, diferente de como era com os outros.
O mais novo nada disse ao chegar bem perto da mesa. Que era um pouquinho mais inclinada do que as outras. Curioso espiou o que tanto seu pai rabiscava naqueles papéis horas a fio. Em uma folha, a da vez, no canto dela havia uma pequena imagem de um peixe-leão colada. O espécime era bem bonito, com escamas prateadas e alaranjados e longas barbatanas. No centro da folha havia o esboço de um pescoço esguio, envolto em uma gargantilha bem trabalhada. Se abria como um arco, feito uma rede, sobre a base do pescoço; era pontilhada, cravejada a cada entrelaço. Algumas setas faltavam do desenho, indicações; ouro-branco, opalas de fogo
Eco nunca se interessou muito por acessórios, mesmo no mundo submarino, havia olhado alguns homens, mulheres, sereias e tritões usando alguns colares. Mas aquele parecia diferente, despertava em si a nostalgia. Fazia-o lembrar-se de casa, da flora e fauna dos jardins submersos.
— Humn...
Seus olhos negros se focaram em um outro desenho. Parecia mais simples. Uma corrente fina, que sustentava um pingente. Era uma pedra, como um pêndulo; escamas desciam até metade do mineral e o prendia a corrente. Como no outro setas saíam do desenho e informavam “rutênio”, “água-marinha”.
— É nisso que tanto trabalha? — Indagou curioso. Cruzou os braços nas costas, evitando mexer no que não devia. O que, na maioria das vezes, funcionava.
— Designer de jóias. — Nico explicou. Lançando um olhar rápido ao filho. — Coisa da família.
Eco fez uma careta no momento que escutou a frase. Não era muito bom quando o assunto era expectativa familiar.
O homem o observou e riu da expressão do jovem.
— Não se preocupe. Você não precisa seguir os meus passos, ou do seu avô. — Disse-lhe gentilmente. — Eu sabia desenhar e bem... Uni o útil ao agradável...
Ele deu de ombros. Não havia um pingo de arrependimento em suas palavras.
— isso é ótimo, pai. — Eco disse feliz. — porque eu não sei fazer esses rabiscos elaborados...
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Quebra-Mar
फैनफिक्शनOs anos que se passaram não foram suficientes para suprir a lacuna que uma paixonite de verão poderia causar em um adolescente. Mas Nico Di Angelo, agora um homem, manteve-se firme. Agarrado a forte sensação de que veria a outra metade do pingente q...