profundezas

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 🌊🌊🌊

Nico caminhava a esmo no centro da cidade. Absorto nos próprios pensamentos. Que o nublavam a tudo a sua volta.

O clima tempestuoso havia dado uma trégua naquele dia. O sol brilhava sobre um céu límpido. Enquanto seguia pela calçada, apertava firmemente as sacolas que carregava. Repassando vez ou outra se havia comprado tudo que listara. Se arrependendo de não ter escrito.

Decidira comprar algumas coisas para o rapaz. Evitando usar a palavra que começava com “F”. Já estava ridículo Eco usando suas roupas. Quando não se cansava e começava a se despir. Quatro dias foram mais que suficientes para ele começar a parar com aquele hábito.

Nico ainda se sentia desconfiado e incomodado com tudo. Como se tivesse sido jogado em algo. Pai, francamente. Pai de um garoto de treze anos, um pré-adolescente, parecia irreal. Uma vez que nunca tinha pensado sobre isso. Lidava muito bem em sua bolha limita de tio.

Que desculpa daria a suas irmãs, seus pais? Maldito Percy!

Quando as dúvidas começavam a ganhar força e a realidade de um gravidez masculina ser algo fantasioso bastava olha-lo para o tijolo ruir e se desfazer. Tinha mais semelhanças do que ele queria ver. Os olhos negros, o nariz, a pele e a forma como franzia o cenho chegava a assusta-lo.

Tentava a todo custo não pensar em como acontecia. Pensar na anatomia dos tritões, de como se reproduziam. Lembrava de ter visto garotas quando Percy se fora, estava escuro mas os refletores iluminaram precariamente seus seios. Era difícil. A imagem de um Percy barrigudo lhe perseguia.

Estava perto do local onde estacionou seu carro – virar a esquina – quando ouviu.

— Ei, Di Angelo.

A voz parecia achar graça na pronúncia, pois o tom era vagamente risonho. Bem atrás do moreno.

Nico se sobressaltou ou ouvi-lo. E girou nos calcanhares. Ao virar-se se deparou com seu vizinho, Jason Grace. Apertando em suas típicas roupas sociais. O homem segurava um copo do Starbucks com as duas mãos, rente a boca, soprando o vapor da bebida.

— Ah, oi Jason.

Ele o cumprimentou. Sentindo-se estúpido pelos segundos que sustentou a expressão de espanto.

— Como vai? — O loiro parou de frente para o outro. — faz tempo que não vejo você no prédio.

Jason se empertigou. Ajustando a bolsa carteiro no ombro.

— Eu, ah... — Nico semicerrou os olhos para a luz refletida em um retrovisor. — Estou passando um tempinho na casa de praia.

Nico franziu o cenho. Se perguntando o motivo de se explicar. Ele e Jason mal se falavam. Embora não fosse por falta de tentativa do Grace

Jason meneou brevemente. Bebericando o café.

— Estou bem. — afirmou Nico. Incomodado com o sol na sua nuca.

— Perdão? — O loiro ergueu os olhos claros para encara-lo.

— Você perguntou...

— A, sim, Claro. — o homem assentiu. — Que bom.

— E você?

— eu? Bem, estou ótimo. — Jason afirmou, arreganhando um sorriso.

Nico o observou bebericar o café outra vez. Não sabia muito bem o que fazer, não era bom em conversar, em puxar assunto. E tinha a pressa também. Não confiava em Eco sozinho em casa.

— Indo para o serviço? — esperava que ele não percebesse sua intenção de terminar o monólogo.

— Para casa. — Jason suspirou. — Provas. Aquelas bençãos me dão uma canseira...

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