10 Nov - Cap. 15

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Saio da sala animadamente, quase, e ao descer as escadas do primeiro bloco ninguém se encontra aqui, apenas eu e os matraquilhos.

Olho lá para fora e todos estão lá acumulados, devem estar à porrada ou assim.

Mas isso é uma estupidez. Se alguém está a bater em outro alguém, qual a diversão de assistir?

É por isso odeio luta livre, é idiota. Também és idiota. Sim mas seria mais idiota se visse algo idiota que me tornaria mais idiota ainda.

Vou até um dos bancos de lá dentro e coloco uma música de Ed, Thinking Out Loud parece-me bem.

Jogo um jogo estúpido em que o rapaz tem de saltar por cima dos comboios enquanto oiço a música e a murmuro baixinho.

"And I’m thinking about how people

fall in love in mysterious ways

Maybe just the touch of a hand." Murmuro, e de repente através dos fones oiço todos a entrar de novo, mas eu ignoro ou tento ignorar o barulho.

"Well, me, I fall in love with you every single day

And I just wanna tell you I am."

Oiço uma segunda voz através dos fones a cantar comigo, e levanto os meus grandes olhos que se arregalam com a pessoa à minha frente.

"So, honey, now

Take me into your lovin’ arms." Ele canta enquanto me puxa para ele me fazendo levantar, e depois dança comigo e roda meus braços fazendo-me ir contra seu peito.

Todos nos olham suspresos, e vejo Louis encostado ao poste a sorrir vitorioso para mim.

"Tu és a Maria, não é?" O ruívo pergunta e os seus lindos olhos azuis caiem em mim.

Eu aceno afirmativamente com a cabeça pois a minha boca não consegue falar.

EU TENHO O ED SHERAAN MESMO À MINHA FRENTE E ELE ESTAVA A DANÇAR COMIGO, COMIGO!

Ele curva-se e depois beija a minha mão, eu estou paralítica, estátua, não reajo simplesmente os meus pés não se mexem.

"Casa comigo." Murmuro e a sua gargalhada genuína faz-se ouvir. Oh meu Deus acho que vou desmaiar.

"Um dia, eu caso." Ele garante e depois caminha até Louis.

Ed comprimenta-o, dá-lhe um abraço e depois vem até mim, dá-me um beijo na bochecha e sussurra ao meu ouvido:

"Um dia, voltamos nos a encontrar, prometo." E depois sai.

E a minha alma vai com ele, todos as pessoas correm atrás dele pela porta, ele sorri para todos, distribuí alguns autografos e depois sai num carro vermelho.

Eu belisco-me a mim mesma, e eu vejo que isto não é um sonho. O Ed Sheraan cantou para mim, dançou comigo, disse que vamos casar, e beijou a minha bochecha.

Ainda estou perplexa a olhar para os vidros das portas da escola, e uma sombra aparece atrás de mim.

"Terra chama Maria." Louis passa a mão na frente da minha cara e engolo seco.

"Foste tu que o trouxeste?" Viro a minha figura para ele.

"Talvez." Ele sorri.

Eu num impulso salto para o seu colo e o abraço o mais que posso, metendo a cabeça no seu ombro.

"Omg, omg, omg, omg, omg!" Grito e o aperto. "Era capaz de te beijar agora!" Grito num guincho aproveitando o facto de ninguém estar aqui.

A sua gargalhada ecoa no meu ouvido, e depois ele sussurra:

"Se quiseres." Automaticamente a minha face arde muito e me apercebo realmente do que estou a dizer ou a fazer.

Salto para fora dos braços e tusso em desconforto, ele ri-se e cora.

"Como é que conheces o Ed?" Mudo de assunto.

"Amigo de infância."

"Aiii meu Deus eu conheço o Ed Sheraan." Pulo de alegria.

**

Chego em casa, e vejo o Jim sentado no sofá. Se desviar agora o olhar posso fingir que não o vi, né?

"Boa tarde." Ele faz o favor de vir até mim e me dar dois beijos na bochecha.

"Ya." Respondo seca e vou até ao meu quarto.

Quando entro, atiro a mochila para um canto do quarto.

Deslizo as roupas para fora de mim e quando coloco a blusa do pijama e a faço deslizar por meus seios com as mãos, sinto alguém a observar-me.

Olho para todo o lado, desde a porta, ao meu armário e depois à janela. Mas não tem ninguém, a porta está fechada, armário também. Apenas a janela está aberta, mas acho que ninguém era burro o suficiente para tentar subir ao primeiro andar por um escadote para me observar.

Pego nos livros que deixei ontem à noite em cima da minha cama, e organizo-os na minha estante.

Retiro o Se eu Ficar e deito-me em cima da cama com o objetivo de terminar esta triste história.

Quando estou quase no fim, a minha mãe chama-me para jantar. Levanto o meu pesado e gordo corpo e desço as escadas, vendo ambos sentados e Jim a agarrar a mão da galinha. Escusado dizer que isto era me dispensado ver.

Sento-me e estamos os três em silêncio, quando o decido quebrar.

"Daqui a um mês vai haver uma visita de estudo." Comento.

"E então?" A minha mãe olha indiferente a servir os pratos por massa carbonara.

"Vai ser numa daquelas montanhas com neve, como vemos nos filmes." Levo uma garfada à boca.

"Que giro." Ela diz.

"E tu vais, Maria?" Ele pergunta e a minha mãe o olha.

"Não." Afundo o garfo com força na massa, fazendo-o bater na porcelana deste e ele faz um estalinho.

"Porque não?" Ele não está mesmo a perguntar-me isto, pois não?

"Porque tenho uma mãe galinha." Respondo sem hesitar e depressa fazendo a minha mãe suspirar.

Um grande flashback de Louis surge na minha mente. 'Devias lhe agradecer, pedir espaço mas agradecer.'

"Sabes mãe, eu agradeço bastante o facto de te preocupares comigo. Mas eu preciso de crescer. Os meus professores vão lá estar, a minha turma inteira." A tento tranquilizar.

Ela olha surpreendida para mim, talvez porque eu nunca tenha tentado entender o lado dela, e pedir-lhe em vez de exigir.

"Quanto é a visita?" Ela pergunta ao fim de algum tempo.

"Muito." Murmuro.

"Eu podia ajudar a pagar." Jim sugere.

"Eu vou pensar, Maria."

Chegamos às 900 visualizações e 200 votos. Sem voces isto não era possível! Obrigada a todas e todos ! :)

Rebel |L.T|Where stories live. Discover now