11- This should be Ilegal

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Desço a rua com passos largos, reparando em cada pessoa que passava e me olhava esquisito, cada rapaz que me olhava cima a baixo, em cada lojinha que nunca havia percebido a existência antes e cada verso bobo da música alta que saía das caixas de som chamando atenção. Eu não sabia que em uma rua tão pequena poderia ter tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, provavelmente por fazer parte dessa bagunça cotidiana nos meus dias de trabalho.

Enquanto fazia meu caminho, senti o estomago vibrar alto. Eu estava sem comer desde a tarde de ontem e precisava desesperadamente de um almoço. Virei a esquina e fui em direção a pequena lanchonete que havia ali. O dono daquele lugar era desprezível e sempre arrumava um motivo supérfluo para brigar e tirar salário de seus funcionários. Tá aí algo que todos os chefes de cargo baixo devem ter em comum.

-Seja bem vinda!- Escuto uma voz doce e masculina em seguida do som do vidro batendo na parede quando entro na loja.

Ando pela lanchonete pequena em busca de uma mesa agradável e acabo escolhendo a que ficava perto da janela próxima ao balcão, que apesar de ser pequena com apenas uma fresta aberta, era melhor que o cheiro de fumaça na entrada. Olho em direção ao espaço aberto atrás do caixa e pude ver o Sr. Cardoso revirando os olhos na minha presença. Abaixo os óculos escuros e sorrio de volta, enquanto o rapaz que me recebeu para na minha frente.

-Como posso ajudá-la?- Disse ele com um caderninho e um lápis na mão para anotar o meu pedido. O rapaz era baixo, careca e tinha uma cicatriz em sua sobrancelha esquerda.

-Hmm- Dou uma olhada rápida no cardápio curto em cima da mesa- Eu quero três tigelas de canja de galinha, duas garrafas de soju, uma fatia de pizza de queijo e ...Oh, aquele bolo ali é de quando?

O rapaz assustado com a quantidade de pedidos vira em direção aos bolos pequenos em cima do balcão.

-Ontem a tarde.- Responde ele.

-Ah pode ser, me vê uma fatia então.

-A senhora vai esperar alguém?- Diz  terminando de anotar os meus pedidos.

-Não, só eu mesmo.- Respondo séria olhando nos olhos dele.

-A-ah, tá bom. É pra já.- O menino se retira levando meus pedidos em direção ao chefe forte barbudo.

A lanchonete tinha algumas mesas redondas com três cadeiras no máximo e poucas pessoas sentadas perto da porta formando um espaço meio claustrofóbico. No balcão, havia apenas uma caixa registradora e alguns andares de madeira externos com algumas tortas, pizzas e outros salgados fechados com um vidro fraco, deixando parecer que o único investimento sério ali foi na hora de comprar a caixa registradora.

Enquanto olhava em volta, noto um menino pequeno do lado de fora da loja vestido com uma blusa velha rasgada e apenas um chinelo, olhando para dentro da lanchonete. Ele deu duas voltas, sumiu por um tempo e voltou logo em seguida, como se procurasse algo. Do balcão, o rapaz que me atendeu olhou para a cozinha com medo Sr. Cardoso vê-lo e passou a fazer gestos para que o menino saísse de perto da loja, mas não adiantou muito.

-Ei, Kyungsoo vem pra cá agora!- Grita seu chefe, fazendo o rapaz respirar fundo medroso.

Forço um pouco o corpo para escutar mais de perto o que falavam dentro daquela cozinha.

-Eu já não falei pra você expulsar aquele muleque daqui?- Dizia Sr. Cardoso.

-Eu falei com ele, mas acho que não me entendeu. Vou falar de novo, Sr. Cardoso, não se preocupa.- Responde Kyungsoo, querendo colocar um ponto na situação.

-Faz mesmo. Eu já disse que é só jogar um balde d'água gelada na esquina que ele não aparece mais aqui. É ate bom que ele começa a ir atrás da padaria da dona Sulji.- Disse estressado o cozinheiro. -Agora leva essas tigelas aqui pra menina, vai.

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⏰ Última actualización: Jun 18, 2020 ⏰

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