Capitulo XIV - Desespero de Um Apaixonado

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Coloquem esse video ( https://www.youtube.com/watch?v=pIz2K3ArrWk ) para carregar. Quando for para vocês colocarem pra tocar eu aviso.

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Cinco dias haviam se passado depois da chegada de Ash em nossa vida. O menino apegou-se muito rápido a Robert, causando em mim um pouco de ciúme. Era Robert que o colocava para dormir, era Robert que o dava banho, e era com Robert que ele comia, sobrando para mim a única tarefa de vesti-lo, mas eu não reclamava, o pequeno me deixava feliz apenas pelo fato de sorrir para mim pela manhã e por ter me dado o grande privilégio de ser chamada de mãe. Lembro-me perfeitamente quando ele proferiu a valiosa palavra. 

FlashBack On

Eu estava na cozinha, acertando algumas coisas sobre a minha fábrica com Robert. Era tarde, acho que mais de meia noite e Ash já dormia. Robert me dava dicas de como administrar o negócio quando ouvimos alguns gritos. Meu coração acelerou rapidamente com o pavor de ter acontecido algo com Ashton, e sem pensar em nada, eu larguei os papéis em cima da mesa e muito desesperada saí correndo rumo ao quarto do meu pequeno. Eu não olhava para trás, porém sabia que Rob estava atrás de mim. Conforme íamos ficando mais próximos do quarto, mais os gritos seguidos de soluços de Ashton se tornavam mais altos. Senti um aperto forte em meu coração e sem nem mesmo saber o que estava acontecendo, meus olhos encheram-se de lágrimas. Abri a porta com brutalidade e pude vislumbrar Ash agarrado a seu coberto, derramando-se em lagrimas. Aquilo cortou profundamente meu coração, dando-me a sensação de sufoco. 

– Ash? Ash? Meu filho. Calma, mamãe tá aqui. Mamãe tá aqui. – Confortei-o abraçando-o e o puxando para meu colo. Ele agarrou-se em mim como um macaquinho se agarra a mãe macaca. 

– Ele queria me bater. – Ash balbuciou em meio ao choro. 

– Ele não vai bater em você, querido. Eu e seu pai não vamos deixar. – Tranquilizei-o, beijando o topo de sua cabeça, dando todo meu conforto materno a ele. Olhei para Robert, que estava ajoelhado diante de nós, afagando os cabelos de Ash. 

– E se ele aparecer? – O pequeno questionou erguendo a cabeça para fitar meu rosto. Seus olhos estavam vermelhos, assim como o nariz também. Eu podia ver pavor em seus pequenos olhinhos azuis. Vendo-o, senti vontade de chorar, mas me contive. 

– Ash, olha para o papai. – Robert pediu. Sua voz era autoritária, séria, como a de um verdadeiro pai. Ashton olhou para ele. – Meu filho, nada de ruim pode acontecer com você. Eu, juntamente com a sua mãe temos como dever proteger você. Nada de ruim vai te acontecer. Ninguém vai te bater. 

– Mas o monstro queria quebrar o meu bracinho. – Comentou o pequeno, mostrando o braço que já era quebrado. – Ele disse: Menino mal. E... E... queria me bater na cabeça e na barriga. Ele disse que ia voltar. – A grande bile estava em minha garganta e se eu abrisse a boca, eu me derramaria em lagrimas diante daquela criança que nunca mereceu ter sofrido maus tratos. 

– O monstro morreu. Não existe mais. – Robert tentou mais uma vez, acalmando Ash. 

– Pega um copo de água para ele, Robert. – Pedi. Rob assentiu e saiu. 

– Tenho medo do escuro. – Revelou Ash. 

– Quer que eu ligue o abajur? – Questionei. Ash apenas concordou. Levantei-me deixando-o apenas por alguns segundos. Após ligar o abajur, voltei até onde o pequeno estava, e em vez de me sentar ao seu lado na cama, eu me ajoelhei diante dele. – Gosta de bolo de chocolate? – Perguntei tentando fazer com que ele pensasse em outras coisas. 

– Aham. – Balançou a cabeça para cima e para baixo. 

– Quer comer um pedaço agora? – Indaguei. 

– Quero. – E nesse momento, Robert entrou com o copo de água na mão, levando até Ash, que o segurou com as duas mãozinhas. 

– Espera que a mamãe vai buscar, tá? – Olhei para ele, e ele assentiu. Quando eu estava cruzando a porta, ouvi um “espera” e voltei novamente para o quarto. – O que foi? – Perguntei. 

– Eu amo você, mamãe. – E quando Ash fechou a boca, eu me derramei em lagrimas. Tamanha era felicidade que eu estava sentindo. Robert olhou em minha direção e sorriu de forma terna, orgulhoso do menino. Confesso que ouvir isso de uma criança é muito mais forte do que quando ouvimos de um adulto. Crianças são verdadeiras e falam o que sentem e pensam. Ash não falaria aquilo que se não sentisse. – Obrigado por ser minha mãe. – Completou ele, arrancando de mim mais uma enxurrada de lagrimas. 

Corri até ele e o abracei de forma possessiva e pronunciei distribuindo beijos por todo seu rosto: 

– Eu também amo você, querido. Você foi o segundo melhor presente que Deus me deu. 

– E o que foi o primeiro? – Robert perguntou, ao meu lado. 

– Você. – Confessei sorrindo abertamente para ele, que me deu um selinho apaixonado. 

– Credo. Mamãe e papai se beijando na minha frente. – Ash falou fazendo com que eu e Robert caíssemos na risada. Olhei para Ashton e ele fazia cara de nojo. 

– Meu amor, espera que a mamãe vai pegar o seu bolo. – Anunciei e me levantei, deixando-o com Robert. 


FlashBack Off

Aquele dia se tornou o melhor dia da minha vida e eu, enquanto vivesse, sempre lembraria daquilo. 

50 Tons de IraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora