Capítulo XXXI - Começando Aos Poucos

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 Eu não poderia definir o sentimento que tomava meu coração e minha mente naquele momento. Estava tudo uma completa bagunça, apesar de tudo, boa. Sabe aquela sensação que sentimos quando passamos tempos longe de casa, e quando voltamos nos sentimos tão bem? Pois é. Era essa a sensação mais forte que se sobressaía as outras. O meu coração estava disparado, e o meu corpo todo arrepiado. Depois de quase um ano, eu estava nos braços dele novamente. E ele era meu. Só, exclusivo, e absolutamente meu. Agora eu compreendia. E sabia que apesar de tudo ele me amava, afinal se fosse o contrário, não teria lutado para me ter de volta. Isso não poderia ser apenas caprichos. Não. Isso era amor.

Afastei-me de seus lábios, sentindo minha cabeça rodar ao sentir a essência de seu perfume caro. Ele me lançou aquele olhar sedutor, repleto de outros sentimentos que eu não fiz questão de lê-los. Ainda estava surpresa com minha própria ação. Mordi o lábio inferior, com vergonha de olhar para Christian. Ele, por outro lado, ergueu meu queixo, dando seu melhor sorriso molha-calcinha. Minha face enrubesceu violentamente quando olhei para ele, e logo em seguida, sorri também. Grey me puxou contra si, abraçando-me apertado. Inspirou o cheiro de meus cabelos, depois beijou o local.

– Meu Deus. Eu nem acredito. – Ele comentou, ainda me abraçando. – Parece mentira. Eu tenho medo de abrir os olhos e tudo desaparecer.

– Bem. – Comecei meio insegura. – Eu estou aqui, e acho que sou bem real.

Ele riu.

– Graças a Deus. Sinto como se minha vida estivesse recomeçando, e eu, renascendo.

– Agora vamos com calma, ok? Você sabe que muitas coisas mudaram. E eu preciso te fazer uma pergunta. – Afastei-me só o necessário para olhar em seu rosto. – Você vai aceitar meus filhos?

Christian hesitou por pouco segundos, depois assentiu.

– Eles são importantes para você, Ana, e também são para mim, mas tenha paciência, porque eu nunca passei por isso. E eu estou assustado, com medo de fazer algo de errado, e consequentemente te perder. O que eu passei, a dor que eu senti, eu não desejo ao meu pior inimigo. Mas eu também não quero servir de barreira entre seu filho maior e você. Nós sabemos claramente que ele não gostou muito de mim, e convenhamos, talvez nem me aceite, mas a ideia de ter que viver uma vida sem você me deixa malditamente perturbado.

– Christian, pare com isso. – Eu suspirei. – Você é um homem de personalidade forte, mas em vezes é tão inseguro que chega a ser quase irritante. Você tem que parar com essa coisa de ficar pensando no que as pessoas vão fazer, o que elas vão pensar. Você é um cara centrado. – Grey fez um barulho com a boca, indicando que descordava de mim. – Ok, na maioria das vezes e quando isso também envolve seu trabalho, e você tem um jeito peculiar de conquistar as pessoas. Na certa, irá conquistar Ash também. Você não sabe, mas é como se Ashton fosse você, em uma versão mini.

Christian fez cara de confuso.

– Como é? – Questionou, com a testa franzida.

– Meu bebê passou por traumas terríveis quando menor, até piores que você, Grey. Ele é o tipo de criança que só se abre realmente quando se sente seguro. Comigo e Robert foi uma exceção, porque ele viu em nós uma válvula de escape para fugir do mundo entristecido que ele estava. O apoio e o carinho que demos a ele fez com que o gelo rapidamente fosse quebrado, e ele nos aceitasse realmente como pai e mãe. A convivência com o restante da família já foi melhor porque ele sabia que podia confiar neles também. Agora, ele está num momento delicadíssimo porque o homem ao qual ele amou partiu, e ele só tem a mim, e aos avós mais próximos. Ele está com ciúmes de mim, e talvez com medo de que você possa tomar o lugar do pai dele.

– Eu entendo, Ana, mas eu não quero tomar o lugar dele. Eu só quero ter espaço em sua vida.

– Justamente. Mas o Ash o enxerga como um novo "candidato" a paternidade, só que ele ama demais o Robert, e não quer que eu o substitua com outra pessoa. Se você realmente quiser se aproximar – mas perceba que não estou exigindo nada – dele, você primeiramente terá que conquista-lo pouco a pouco. Vai ser difícil? Vai, mas tenho certeza que o resultado final será o melhor possível. Você não vai ser pai, vai ser apenas um... – Pensei. – Um tio.

– Você acha que eu sei ser isso?

Sua pergunta me fez ri ironicamente.

– Uma hora outra vai acontecer, e você nem vai tá esperando. Kate daqui a pouco casa com o Elliot. A Mia talvez engravide, nunca se sabe.

– Minha irmã não vai engravidar de ninguém. Tenho pena do coitado que fazer isso com ela. Só vai enfiar o pau na minha irmã uma vez, porque eu vou cortá-lo e fazê-lo comer. – Seu tom era sério, e ele parecia enciumado.

– Credo, Christian. Não fala assim.

– Não quero ninguém mexendo com a minha irmã. Se bem que o irmão da sua amiga estava claramente dando em cima de Mia numa pequena comemoração que teve em casa. Se eu souber que ele tá mexendo com ela.... Ah, eu troco meu nome se eu não fizer uma besteira.

Era para eu ficar séria, mas eu caí na gargalhada, fazendo consequentemente o Grey fazer carranca, e o meu riso cresceu ainda mais.

– Você com ciúme da Mia é uma coisa muito fofa. Dá vontade de apertar suas bochechas.

Ele revirou os olhos.

– Você não achava fofo quando era com você.

– Veja bem. Eu disse que você fica fofo quando é com a Mia. Eu especifiquei.

– Mas enfim... O que vamos fazer agora?

– Eu pretendo voltar ao hotel, pois amanhã tenho um dia inteiro de compras. Quero comprar algumas coisinhas para Ayleen e Ash.

– Posso acompanha-la?

Engasguei.

O que?

Ele quer me acompanhar?

Para onde?

– Oi? – Revidei, porque estava interpretando sua pergunta de forma diferente.

Ele percebeu minha reação assustada e confusa, e essa foi a vez dele sorrir amplamente.

– Eu perguntei se podia acompanhar você nas suas compras amanhã, mas só se não for incômodo para você.

Eu visivelmente relaxei.

– Ah tá. Pode sim, mas garanto que vai ficar entediado.

– Você pensou que eu estivesse me oferecendo a acompanha-la até o hotel? - Minha face enrubescida respondeu por mim. – Olha como você fica bonitinha quando fica corada. – E lá estava o maldito sorriso molha-calcinha brincando em seus lábios.

– Touché, Grey. Ponto pra você. – Fiz cara de poucos amigos, embora estivesse compartilhando de seu humor.

Risos de ambas as partes.

– Vamos, Ana? Você deve estar cansada por conta deste longo dia, então tem que descansar para repor as forças para amanhã. Posso ao menos te levar no seu hotel?

– Sim, e obrigada.

– Vamos. – Estendeu-me sua mão, então caminhamos até o seu carro.

...

– Pronto. Entregue. – Me olhou divertido, quando chegamos ao hotel.

– Obrigada. Hoje foi uma noite maravilhosa. – Sorri em agradecimento.

– Tenha certeza disso. Estou tão feliz que quase estou transbordando alegria, e isso tudo é por sua culpa. Aliás, obrigado por ter me aceitado em sua vida novamente. Juro que você não vai se arrepender por ter me dado essa segunda chance. – Se inclinou lentamente, com cuidado para não me assustar. Foi impossível controlar meu coração, que disparou rapidamente com a proximidade do homem sedução. Sua mão acariciou delicadamente o meu rosto, proporcionando-me sensações únicas. Fechei os olhos mediante o contato, aproveitando para relembrar como era tê-lo perto de mim. Sua mão desceu para meu pescoço e seguiu até minha nuca, onde ele me puxou, quase que rudemente contra seu rosto, e me deu o melhor beijo de todos os beijos. Sua língua travava uma batalha alucinante com a minha, e eu me sentia nas nuvens, com uma sensação inexplicável de felicidade. Quando o ar se fez necessário, Christian enfiou seu rosto em meu pescoço, e ali ficou, fugando, arrepiando-me da cabeça aos pés. Era calmante ouvir sua respiração, trazia paz. – Eu não quero ter que deixar você ir, mas também prezo sua saúde e não quero que você adoeça devido o cansaço. Então está na hora da despedida, mas não porque eu quero, e sim porque você precisa.

– Oh. – Um murmuro fofo saiu de minha boca, e eu sorri ternamente para o meu Cinquenta, que devolveu meio envergonhado. – Que fofo da sua parte.

– Eu amo você, Anastácia. Agora vá.

– Ok. Vamos nos encontrar em algum lugar para sairmos amanhã? – Questionei já pegando minha bolsa.

– Eu pensei em vir te buscar. Tudo bem pra você?

– Tudo bem. Mas Christian, eu esqueci de te contar uma coisa. Teremos que ser cuidadosos. Depois que eu casei com o Robert, a mídia corre atrás de mim como se eu fosse algum tipo de pop-star, e eu não suporto isso. Estão sempre querendo saber sobre Ash e Ayleen, e estão doidos por uma foto dela, já que eu nunca a expus. O que eu quero dizer é que não quero que nos vejam juntos. – Vi as sobrancelhas de Christian se erguer em surpresa, mas ele ficou ofendido, pois era isso que seus olhos mostravam. – Não, Christian. Eu não tenho vergonha de você, mas perceba que meu marido morreu há três meses, está muito recente, e a mídia acha que eu sou algum tipo de aproveitadora, e se me virem com você tão cedo, vão mesmo me taxar de golpista. Eu não quero que eles pensem isso, e também tem minha família, e os familiares de Robert. Não quero que eles fiquem achando que sou uma vadia. – Expliquei. Ele suspirou, aliviado, e eu também. – Acho que antes de sairmos, deveríamos traçar um esquema, pelo menos você, Taylor e James, para sempre termos uma carta a mais na manga.

– Concordo com você. Amanhã, então, quando eu vier busca-la, chamo os seguranças e nós decidimos o que fazer, ok?

– Por mim tudo bem. – Sorrio para ele. – Boa noite, Christian.

– Boa noite, Ana.

Eu abro a porta do carro, mas quando vou sair, Grey me puxa de volta.

– Hey. – Exclamo.

– Esqueceu meu beijo.

Minhas bochechas esquentam, e eu me viro para ele, recebendo um olhar tempestuoso cinza. Ele se aproxima de mim lentamente, sua mão vai de encontro a minha nuca e ele me puxa, mas não me beija. Ele claramente quer me dizer algo com seus olhos, mas eu não consigo entender, porque estou surtando com tantos sentimentos complexos dentro de mim.

A única coisa que eu mostrei a ele, foi a mesma coisa que ele viu na primeira vez que me convidou para um café.

Beije-me

E ele não se opôs. Beijou-me de um jeito totalmente novo. Seus lábios pareciam fazer amor com os meus. Era carinhoso, era algo tão bom, e não havia pressa. Quando por fim me soltou, eu me senti tonta. Minha deusa interior que há muito tempo estava hibernando acordou, levantou e desfaleceu de novo. Esse é o efeito Grey, Anastácia.

POV AUTORA

Não muito distante de onde Steele e Grey se encontravam, um homem andava nervosamente de um lado para o outro, na frente de mais cinco caras. Estava irritado, enfurecido, soltando fogo pela venta.

– Eu quero algo lento. Não tão rápido. A dor tem que ser a mais insuportável possível, e o sofrimento terá que ter o dobro da dor, entenderam?

Os cinco homens unicamente sentados ali assentiram.

– No momento certo, a vídeo conferência será feita para que eu apareça. Alguma dúvida a respeito?

– E se alguma coisa der errado? – Questionou um cara ruivo.

– Aí será a sua cabeça a ser cortada. – O homem nervoso respondeu com um sorriso um tanto maligno no rosto.

Os cinco sentados engoliram em seco.

– Mais alguma pergunta?

Os cinco negaram.

– Estão dispensados. Espreitem. Entrem em contato comigo quando souberem de qualquer novidade.

E assim os cinco capangas saíram, deixando o chefe sozinho. Este pegou o telefone e ligou para seu secretário pessoal.

– Chefia? – O secretário anunciou.

– Pegasus, eu quero uma passagem para África, e uma hospedagem em Madagascar o mais rápido possível.

– Certo. Ligo quando tudo estiver pronto.

– E você irá junto. Espero a sua confirmação. Até.

E o telefone fora desligado. O homem sorriu diabolicamente, e sentou-se em sua cadeira luxuosa de couro, bebericou um pouco de seu caro whisky, fitando a foto de sua vítima exposta na tela de seu computador. O plano estava perfeito, agora só era pô-lo em prática.

...


A mulher não dormia há dias. Estava nervosa. Seu marido já não sabia o que fazer para acalmar a esposa, que agora parecia diferente, como se já não fosse mais a mulher com quem havia casado. Esta agora estava deitada, abraçando o corpo e se inclinando para trás e para frente. O homem tentou tocá-la, mas ela se afastou. 

– Agora não. Agora não. – Era tudo que ela repetia.  


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Nota Autoral: Gente, mil desculpas pela demora. É que às vezes eu me esqueço completamente de atualizar. Por isso que é bom vocês me adicionarem no facebook pra me lembrar.

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Podem mandar mensagem que eu vou adorar responder.

Beijos e até a próxima.




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