Lost in Us ❀ Segunda Temporada de WWY.

75. Night Changes

Ponto de Vista por
Harper Aldrin.

Eu não sei dizer se foi culpa do medo ou da ansiedade ou das duas coisas juntas que conseguiram fazer com que eu perdesse  o meu sono nessa noite um tanto fria e depois de um dia perfeito.

Hoje, o primeiro dia na nossa casa.

Nossa casa.

Depois que eu embarquei naquele avião em Tóquio e ao deixá-lo pela manhã eu não imaginava, nunca me passou pela cabeça mesmo que no fundo eu quisesse, que um dia o meu destino e o do Stitches iriam se embolar novamente.

Eu não queria aceitar que tudo o que tivemos foi um lance de uma noite só já que nada indicava isso, no fundo eu queria ter tido a chance de conhecer um pouco mais aquele cara intrigante.

Ele era perfeito demais para ser real, dosado na medida certa com o seu lado racional e o mais descontraído. Eu cheguei até a cogitar hipóteses, algumas loucas e que não valem a pena serem ditas em voz alta quando eu as formulei rindo bebada com a Miranda no nosso apartamento Kinder Ovo, porque aquele cara bom com palavras foi a pessoa que mais me entendeu com esse seu jeito expontâneo, safado – o convite de sexo na cara de pau sempre será um marco da nossa conversa de três horas – mas que no fundo era gentil, era tão perdido como eu.

Sentada na borda da piscina eu permiti que os meus sentimentos divagassem pela minha mente como naquele dia no Japão... Até que os meus pensamentos começaram a se encaixar aos poucos depois que eu consegui fazer uma certa reflexão sobre tudo o que já vivemos desde aquele dia, todas as coisas boas e ruins.

O Stitches tinha todo o seu futuro idealizado em mente com a ideia de o seu propósito seria inspirar pessoas, não deixa de ser verdade, mas no fundo agora eu consigo sentir que aquele cara não tinha uma motivação para si.

Há diferenças.

O homem profissional e cantor tem como principais inspirações nomes como John Mayer ou Ed Sheeran para dar-lhe um norte sobre qual caminho da indústria musical ele quer trilhar já que ambos seguem um mesmo estilo; porém, quem ou o quê de fato conseguia motivar o cara por trás dos palcos? Aquele que deita a cabeça no travesseiro depois de um dia cansativo e tenta colocar todos os pontos fracos e fortes do seu dia em ordem? Definitivamente ele tem paranoias antes de dormir, todos temos e se alguém, por um acaso, disser que não eu realmente invejo a sua capacidade de dormir tão rapidamente sem se culpar por algo que disse ou não disae, fez ou não fez, sentiu ou não sentiu.

Motivação e conformismo são duas barreiras completamente diferentes e o Stitches, a sua vida pessoal, era movido por essa zona de conforto que era a sua vida profissional.

Ele estava conformado em ser apenas o Shawn Mendes.Faltava a motivação.

E isso ficou nítido no último ano quando ele se viu sem aquilo, sem aquela emoção causada pela motivação em sua vida.

Parando para chegar a uma conclusão, eu entendi como tida essa dor e distância foram necessárias. Essa nossa história louca e rápida sempre foi sobre se perder porque tudo tudo não passou de duas almas vagando perdidas mas que sem rumos conseguiram encontraram algo naquele 1 + 1.

Era necessário nos perder.

Aquela noite foi o início de um propósito, não o que idealizávamos separadamente, mas sim o nosso, juntos porque se o momento não tivesse acontecido... Eu seria apenas mais uma de suas fãs, o Shawn Mendes não teria me reconhecido naquele show em Dublin justamente por causa de que ele não me veria pela manhã enquanto eu dormia antes de nos perdemos por mais de um ano. Eu não seria a inspiração para composições do seu terceiro álbum de estúdio, piscinas não teriam significados e possivelmente eu cantaria Señorita na hora do banho sem sentir nenhuma gotinha de ódio – e eu odeio essa música – porque ela quase nos separou.