Capítulo 6

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Quando Elisa passou pela porta de entrada, o coração de Betina disparou, todo aquele amor que sentia se apossou de sua alma com força renovada, tão forte que transcendia o tempo e a distância

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Quando Elisa passou pela porta de entrada, o coração de Betina disparou, todo aquele amor que sentia se apossou de sua alma com força renovada, tão forte que transcendia o tempo e a distância.

Em todas as vezes que havia prometido a sua mãe ou a Kátia que a esqueceria, desejando fervorosamente esquecê-la, sabia que era impossível.

Elisa era uma obsessão controlada pelos anos que passou sem ter notícias dela. Ficar longe da moça era uma trajetória que a própria Betina se impôs, embora se permitisse sonhar com aquele sorriso lindo e a covinha esculpida no queixo perfeito, que contribuíam para embelezar ainda mais o rosto de boneca, com aqueles olhos grandes e expressivos cor-de-mel e no gosto do beijo que sempre sonhou conhecer.

No entanto, as batidas emocionadas tamborilando em seu coração cederam lugar a batidas doloridas, seguidas de um gosto amargo na boca. Felipe novamente saiu arrastando Elisa, como nos velhos tempos.

Já tinha visto essa cena tantas vezes nos tempos de colégio, Elisa sendo conduzida por um Felipe orgulhoso de namorar a menina mais bonita. Perdeu a conta das vezes em que os via caminhar de mãos dadas, sorridentes. Seu coração apertava como se uma mão gigante o espremesse. A dor era tanta que a vontade era de correr para casa, trancar-se no quarto escuro e chorar até as lágrimas secarem. Mas ao invés disso, encontrava força para encarar dia após dia o trabalho duro no sítio e se prendia ao carinho e amor da mãe e do irmão como consolo.

Sentindo-se impotente, resolveu sair de onde estava e tomar um ar, foi até o sanitário para lavar o rosto e acalmar o pulso, tempo mais que suficiente para cair em conta de que não era mais aquela adolescente magrela e desengonçada, que fugia com o coração aos pedaços cada vez que via sua amada nos braços de Felipe. Olhou-se no espelho e o que viu foi a mulher segura de si, confiante e sofisticada na qual havia se transformado, portanto, deveria encarar a situação como a adulta que era.

Voltou e se sentou no banco do balcão, precisava se apoiar em algo para não cair. A presença de Elisa, somada ao álcool correndo em sua mente, coração e corrente sanguínea, era explosiva. 

Assim que se sentou, procurou a moça com os olhos e a encontrou num canto do salão com Felipe e sua antiga turma de imbecis. De repente seus olhos se encontraram, sentiu como se uma corrente elétrica percorresse todo o seu corpo.

Como se fosse um sonho, viu Elisa caminhando em sua direção com um andar extremamente quente e um olhar misterioso. Pensou que fosse ter um ataque cardíaco ali mesmo.

Elisa finalmente parou em frente a morena, que a olhava de um jeito penetrante. Não se lembrava que o tom dos olhos de Betina fosse de um azul tão intenso, magnético. Estava enfeitiçada. Era consciente da beleza da mulher a sua frente e mais consciente ainda dos olhares curiosos de todos na festa, como também das risadas abafadas dos amigos à espera da grande cena do quase beijo, seguida de humilhação.

Minha Sina é Você - DegustaçãoWhere stories live. Discover now