Voe, Pégaso!

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O fim finalmente tinha chegado, pensou Seiya consigo, porém uma luz forte fez o despertar de seu transe. Um cavalo alado feito de bronze vinha até ele e o vestia completamente, deixando um enorme clarão nas partes do oceano que conseguia alcançar. As memórias vieram a tona e Seiya rapidamente pegou sua irmã no colo e deu um disparo para a superfície. Tohma e Marin surpreenderam-se a ao mesmo tempo, vendo o menor sair da água e pôr a irmã deitada na plataforma com cuidado.

— Seiya? — disse a ruiva mais velha ao moreno.

— A armadura... De Pégaso... E-ela está aqui? — babulciou o Cavaleiro de Cefeu, sem acreditar no que seus olhos tinham diante de si. — Então... Isso significa...

— Athena finalmente cedeu. Ela não vai mais impedir os antigos Cavaleiros de cumprirem com seu propósito... — completou Marin, parando sua luta com Tohma.

— Marin, Tohma. Preciso que me digam o que realmente está acontecendo e por que consegui minhas memórias assim. Eu preciso saber.

Horas depois, Seika e Seiya estavam sentado lado a lado, o caçula de Marin encostado a parede em pé de braços cruzados e a Amazona de Águia próxima a janela da casa dos morenos.

— Vou explicar sua armadura primeiro... — afastando-se da janela, a primogênita de Tohma sentou-se numa poltrona lateral. — Seiya, você sabe que as armaduras possuem vida, certo?

— Sim. — confirmou o garoto.

— Bem... Como toda criatura que tem vida, as armaduras também possuem memórias dos Cavaleiros a qual pertencem e vontade própria. Tudo que elas passam em guerras e batalhas é guardado. Se acaso as armaduras possuírem um vínculo extremamente forte com seu dono, é capaz que suas memórias sejam passadas para ele com um simples toque, uma leve conexão entre seus cosmos... — disse a maior com calma.

— Então, significa que as memórias que recuperei, também são memórias da armadura?

— Exatamente... Athena estava tentando ao máximo conter as armaduras. Entretanto, elas sabiam que seria necessário que vocês as usassem novamente, por isso iam contra a vontade dela no quesito de aceitarem novos usuários... Inclusive... — disse Marin dando uma espiada veloz para Tohma.

— Eu fui um dos aspirantes que tentou vestir a armadura de Pégaso. — Proferiu o ruivo, interrompendo Marin. — Não esqueço de como o cosmo dela estava insatisfeito com aquilo... Todas as cinco, aliás, pareciam resistentes aquela decisão de Athena.

— Mas... Por que a Saori fez isso? Porque não nos falou nada? Ela não confia em nós? — perguntou confuso Seiya.

— Ela confia sim, Seiya, a questão é que Athena não queria ver vocês sofrendo novamente com guerras sanguinárias. Por isso fez um tratado com Zeus... — disse Marin receosa.

— Que tipo de tratado?

— Athena disse que nunca mais viraria suas costas aos Deuses, aceitando sofrer com a dor do Tártaro pelo resto de sua vida em troca da vida dos humanos, em especial você, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki, com uma marca que a própria Deméter fez em sua nuca. Caso nós, que prometemos a ela guardar segredo, a desobedecessemos demasiadas vezes... A marca sumiria e sua vida começaria a ser sugada. — completou Tohma em um tom severo.

Ouvindo as palavras dos dois irmãos, o jovem ficou preocupado com estado em que Saori se encontrava naquele momento.

— Porém, eu tenho uma hipótese de que... Na verdade... Zeus não tinha feito trato nenhum com Athena. — falou a mais velha cruzando os braços e as pernas, inclinando a cabeça para trás.

— E por que acha isso, Marin? — perguntou Seiya, com uma fina esperança de que a deusa poderia estar se mantendo viva.

— Simples... Zeus não é digno de confiança. Talvez tenha feito esse "falso acordo" para planejar algo ainda maior com a Terra, sem necessitar da interferência de Athena e para aproveitar o sofrimento da mesma... Um deus como ele não iria perder essa chance de pôr um plano em prática sem precisar se preocupar com nada. — explicou a ruiva.

— Isso é besteira! Athena deve estar morrendo aos poucos agora, e a culpa é toda sua, da Shina e dos outros Cavaleiros de Bronze que se ofereceram para ajudar vocês duas! — O Cavaleiro de Cefeu se irritava com a suposição da irmã, até porque também tinha suas preocupações com Saori.

— Tohma... Você diz isso... Descobriu o que eu e os outros estavam tramando, mas esqueceu de um detalhe... — a Amazona então se levantou e olhou para o caçula séria. — Miho, Eiri, Jacob, Nachi e até mesmo as armaduras de bronze estavam contra as ordens de Athena esse tempo todo. Antes mesmo de você descobrir que eu planejava vir ao encontro de Seiya, eles já tinham contado aos garotos sobre isso... Nós já havíamos desobedecido Athena quando armamos esse plano.

— E-então... — aquela situação dera xeque mate no raciocínio de Tohma.

— Mesmo com todas essas desobediências, Athena continua viva. Se fosse por isso, ela estaria morta a dias. — a maior observava o irmão aterrorizado pela afirmação que ela mesma tinha feito. — Shina e eu planejamos isso, para comprovar nossas dúvidas.

— MAS VOCÊS QUASE PUSERAM A VIDA DE ATHENA EM RISCO! — gritou Tohma em uma junção de desespero e raiva.

— Tohma, estamos tratando de um deus traiçoeiro, que prefere mil vezes benefícios para si do que salvar a vida de seus próprios filhos. Lembre que Zeus já teve um filho fora do casamento com Hera... Que decidiu por si só que ficaria com o céu para ele mesmo... Acha mesmo que se não conhecêssemos a respeito de Zeus, teríamos feito isso?

O silêncio se instalou por alguns minutos, até o ruivo mais novo suspirar e erguer a cabeça.

— Desculpe por ter quase te matado, Marin... Eu estava fora de si... — pronunciou ele, sem mais frieza.

— Não se preocupe. Nosso papel agora é levarmos Seiya para o santuário. Está de acordo com isso, certo, Seika? — a garota assentiu, abraçando o irmão com força. — Bem, agora temos que ir. A nova guerra está proxima.

Kohoutek
(Leste da Sibéria)

— Prometa que irá cuidar bem da aldeia por mim, Jacob. — Hyoga estava com sua urna nas costas, acariciando o cabelo do menino com um sorriso sereno.

— Só se você me prometer que também vai voltar pra cá quando isso acabar... — o menino correu para um abraço com o loiro, que retribuiu carinhosamente.

— Eu irei voltar.

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⏰ Última atualização: May 20, 2020 ⏰

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