Correntes de Fogo

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O local que agora estamos não é mais a paisagem natural das cachoeiras de Rozan, e sim um simplório orfanato no Japão, muito conhecido por nossos protagonistas. No pátio, crianças de 7 a 10 anos brincando umas com as outras. Ajudando Miho na parte interior da construção estava Shun, abrindo caixas de doações e guardando tudo em seu respectivo lugar.
Do lado de fora, Ikki ajudava Eiri a vigiar os menores, caso fossem aprontar, enquanto consertava o balanço. Um dos meninos havia o quebrado por ter tentado subir no suporte do mesmo.

— Realmente são animados, não é, Ikki? — a loira se aproximou do local onde se encontrava o rapaz e colocou uma caixa de ferramentas azul — Nem parece que se cansam fácil.

— Sim. Crianças têm bastante energia... Ah, obrigado Eiri. — Ao ver a caixa, o mesmo a abriu e pegou uma chave inglesa média e começou a apertar um parafuso que segurava a corrente do bancos do balanço. — Pronto! Agora está consertado.

— Olhaaaaa!! Gente, o Ikki-san consertou o balanço!! — ao ver o brinquedo em novo estado, uma garotinha correu para experimentá-lo.

Ao subir e começar o vai e vem naquele banquinho pendurado, o sorriso da menina se alargou, demonstrando estar gostando da sensação que aquilo lhe causava.
O leonino cruzou os braços e deu um sorriso de lado, satisfeito com seu trabalho e ver que a menina se divertia ali.

— Mais uma vez, obrigada Ikki. Não sei como podemos recompensar a ajuda que você e Shun estão oferecendo. — Eiri fez uma reverência japonesa em sinal de agradecimento.

— Que nada. Eu e o Shun apenas estamos dispostos a ajudar quando precisarem. — Terminada a sentença, a porta do orfanato abriu-se e de lá saíram o de cabelos verdes citado e Miho conversando. — Terminou também, certo, Shun?

— Sim, irmão. Bem, acho que já vamos indo então.

— Não sabem como a ajuda de você dois tem sido tão maravilhosa. — a garota de cabelos azuis se pronunciou na conversa. Miho e Eiri realmente gostavam quando Shun e Ikki vinham ajudar com o orfanato, e por muitas vezes tentavam recompensá-los com dinheiro, mas esses sempre se recusavam a aceitar. — O número de visitantes e doadores têm aumentado bastante.

Estava mais para doadoras. Muitas estudantes de colégios ricos próximos regularmente traziam agrados e doações para as crianças apenas com um objetivo: ver os dois rapazes. O caçula cumprimentava as moças com gentileza e doçura, enquanto o mais velho apenas as ignorava e continuava com as suas atividades, até porque ele sabia qual era a intenção delas com aquilo.

— Bom, temos algo muito importante para fazer agora. Até amanhã meninas! — o virginiano acompanhava o irmão ao sair do lugar, acenando para os menores e as cuidadoras deles.

A dupla caminhou por todo o perímetro da cidade até chegar em um cemitério. Andaram por algumas lápides, até chegarem em duas específicas, com ramos de flores murchas envolta delas, como se estivessem as interligando. Ao chegarem nessas, os jovens se ajoelharam e começaram a rezar, pedindo para guardar as vidas que ali residiam. Em suma, as pessoas pelas quais estavam orando, eram seus falecidos pais.
Só sabiam quais eram as lápides deles porque Miho e Eiri lhe contaram parte da história deles, falando de sua orfandade e como depois foram adotados. Claro, a última foi inventada, pois as duas também tinham jurado segredo a Athena.

— Shun... — ao terminar a oração, Shun se levantou e esperou o irmão também repetir sua atitude.

— Sim, Ikki? — assim aconteceu. Shun levantou-se e aguardou o assunto de que o irmão mais novo queria tratar.

— Sabe, às vezes acho que tem algo a mais da nossa história do qual não sabemos. — falou o de cabelos azuis com uma seriedade incomum. Era poucas as vezes que ele ficava assim.

Saint Seiya - ZeusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora