Não há tempo a perder

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Créditos ao devido artista da imagem.

Os policiais em volta de toda aquela confusão estavam boquiabertos com o que acabavam de ver. Era como se sentissem o calor daquele momento e esperassem algo ainda pior. O ladrão parecia também sentir que suas chances de sair em pune se tornavam escassas, já que o poder que os irmãos mostravam perante ele era grande demais para que uma simples arma de fogo pudesse vir a calhar.
Mas não esqueçamos que ele ainda tinha uma garota pequena como refém, e isso poderia facilmente ser usado como meio para fugir.

— PARA TRÁS! SE NÃO EU ATIRO NA GAROTA!! — Ao finalizar a sentença, apontou o cano do revólver para a cabeça da menor. O que não esperava é que algo mais rápido lhe tirasse sua única salvação das mãos, jogando-a pra longe. — AH?!?

— Largue a Noeri. — disse Shun seriamente observando o bandido, empunhando a corrente de Andrômeda de maneira ofensiva. Era notável que a mesma também parecia agitada. — Eu e meu irmão não vamos atacar você se fizer isso.

— Ugh!! EU ME RENDO!! APENAS NÃO ME MATE!! — Soltando a menina, o homem se ajoelhou no chão cobrindo a cabeça, deixando de lado a bolsa com dinheiro.

— Não precisam temer policiais... O criminoso já se rendeu. — falou o virginiano, dirigindo aos homens atrás dele um sorriso confiante a fim de acalmar a situação.

— IKKI-SAN!! SHUN-SAN!! — Noeri correu para os braços do mais velho dos irmãos e o abraçou com força. Dava para sentir as lágrimas da pequena molhando toda a camisa de Ikki.

— Maldito... — no momento de distração, o meliante havia pego novamente a arma e tornado-a contra Shun, já disparando o projétil. No mesmo instante, uma parede de chamas apareceu envolvendo a bala e derretendo-a.

Nisso, o ex-Cavaleiro de Fênix deixou Noeri com Shun e foi andando calmamente até o ladrão ali presente, transpassando o fogo sem sofrer nenhuma queimadura forte. Parando em frente a ele, o leonino o segurou pela gola da camisa e o ergueu no alto, demonstrando fúria apenas no olhar.

— Gente assim como você me dá nojo... Se aproveita dos mais fracos pra tirar vantagem... — dizendo isso, Ikki o lançou para o lado do policial mais próximo, sem tirar os olhos fugazes dele. — Por isso que pessoas como você são tratadas como lixo pela sociedade.

O silêncio então reinou, porém não demorou muito para que o agente da lei pusesse algemas no bandido e o levasse até o carro da polícia. Já com pouca gente ali em volta, incluindo alguns repórteres, o delegado veio até Ikki e Shun com um rosto satisfeito.

— Nem sei como agradecer. Esse cara já estava nos dando problemas há alguns dias... Quem diria que receberíamos ajuda dos grandes cavaleiros de Athena! — ao citar as últimas palavras com entusiasmo, os irmãos ficaram confusos.

— Não foi nada mas... Poderia nos explicar quem são os cavaleiros de Athena? — indagou Shun ao delegado, sentindo-se mais curioso.

— Haha! Vocês têm ótimo senso de humor, mas agora eu realmente preciso ir. — o homem ajustou o chapéu na cabeça e saiu terminando a conversa.

Talvez se conversassem com Eiri e Miho, tudo se tornasse mais claro, pois nada que tinham vivido desde essa fatídica confusão parecia fazer sentido.

— Noeri, afinal, o que você estava fazendo no banco? Você deveria estar no orfanato com a Miho e a Eiri. — o mais velho então se abaixou olhando para a garotinha ruiva.

— É que eu... E-eu tava procurando minha mãe... — a menor logo abaixou a cabeça com vergonha. — Não contem para a Eiri.

É verdade que os rapazes conheciam um pouco da história da menina. Ela havia sido abandonada em frente ao orfanato há um ano e fora encontrada por Shun, enquanto gritava pela mãe. Fora uma luta para fazer ela se acostumar com as outras crianças.

— Entendemos como se sente... Mas lembre que você é muito pequena para perambular por aí sozinha. — foi a vez do virginiano abaixar-se e acariciar a cabeça da menina vagarosamente — Eu e o Ikki também somos órfãos.

— Sério? — Noeri então olhou para Shun, movida pela curiosidade.

— Uhum... A diferença é que os nossos pais estão mortos... Mas isso não significa que você deva fugir do orfanato sem avisar. Lembre-se que pode contar comigo e com o Ikki, assim como com a Miho e a Eiri okay? — a maneira com que o mais novo lidava com crianças era surpreendente, já que suas palavras pareciam acalmá-las — Nós iremos voltar agora, contar a verdade para a Eiri e amanhã começamos a procurar juntos pelos seus pais. Combinado?

— Sim! — de uma expressão triste, uma mais alegre surgiu na pequena, que agarrou a mão de Shun e Ikki e seguiu rumo ao orfanato.

Na porta estava Miho desesperada, acompanhada com Eiri, gritando pelo nome de Noeri e olhando os arredores. Como dito pelo ex-Cavaleiro de Andrômeda, a menina falou a verdade e o porquê, e fora juntar-se as crianças na sala de lazer.

— Ah... Mais uma vez estamos imensamente gratas pela ajuda, meninos. — falou a loira sorrindo, contudo mudando sua face para uma mais surpresa ao ver a corrente enrolada no antebraço de Shun.

— Nós ficamos satisfeitos em ajudar mas... Agora nos queremos saber de tudo. A corrente do Shun faz parte disso. — precipitou-se Ikki, observando os rostos surpreendidos das garotas.

Assim, Miho e Eiri explicaram para os irmãos o que realmente queriam saber. Sentando-se a mesa da cozinha, falaram a história completa, sem faltas nem excessos.

— Quer dizer que o que aquele policial falou era verdade... — raciocinou o de cabelos verdes por um instante.

— Sim... Peço que nos desculpem por ter mantido isso em segredo, mas é que tínhamos prometido para Athena... — citou Miho com o rosto baixo, entrelaçando os dedos sobre a mesa — Sabem... Ela parecia que queria mesmo proteger vocês, de uma maneira ou de outra. Ela achava que, já que a ameaça de Hades nunca mais vai surgir, vocês devessem descansar e ficar em paz.

— Entendemos perfeitamente... — antes que o mais velho pudesse dizer mais alguma coisa, ouviram uma batida na porta.

Atendendo-a, Eiri se deparou com um policial que puxava duas caixas prateadas grandes com dificuldade. Uma com um desenho da ave mitológica de fogo e outro com a princesa Andrômeda.

— Acho que isso pertencem aos cavaleiros que nos ajudaram hoje. — disse o fardado, aparentemente cansado.

A loira o convidou para entrar e ele aceitou, servindo-se com alguns pães e um copo de água. O homem esclareceu que havia encontrado os objetos perto do banco, logo depois que o trio havia se retirado dali. Por isso, os dois agradeceram ao fardado e tocaram levemente nas urnas um pouco sujas. Como esperado, as suas memórias voltaram rapidamente.

— Agora estou me sinto mais confortável. — Ikki dava um leve sorriso de lado observando a urna de Fênix. — Mas isso também significa que devemos voltar para o santuário. O cosmo de Fênix me pareceu agitado.

— Digam as crianças que fomos cumprir com o nosso dever, mas que logo voltaremos. Especialmente a Noeri. — seguiu Shun com o discurso.

— Nós o faremos. — confirmou a de cabelos azuis.

Tomando as urnas as costas, os rapazes se despediram das crianças do orfanato, abraçando todas e prometendo que assim que tudo acabasse, eles estariam de volta. Dessa maneira, seguiu-se caminho até o santuário.

Saint Seiya - ZeusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora