Saint Seiya - Zeus

Renasça o Cosmo

O siberiano olhava as mudanças de sua respectiva armadura. Toda ela continha detalhes dourados, e sua cor estava mais puxada para prata. Em outras palavras, era uma adequação da armadura divina, em sua percepção, já que as semelhanças eram muitas.

— Afinal, onde é que você esteve esse tempo todo? — o loiro não parava de deslizar os dedos pela superfície lisa daquele Cisne de bronze. Tocá-la fazia suas lembranças mais profundas voltarem a tona, o que era um alívio. — E... O que aconteceu com os outros?

A mensagem transmitida pela proteção não era através das palavras ou da oralidade. Simplesmente, ela continuava a piscar incessantemente, querendo que o seu dono tentasse entender o que expressava, mas falhava em fazê-lo. Ele não entendia, mesmo que seu cosmo e ela estivessem intimamente conectados um com o outro. Em todo caso, passos leves se encaminhavam até Hyoga.

— Então... Ela veio? — disse Jacob, já perto do aquariano com uma expressão de tristeza no rosto.

Santuário

— Senhorita Athena!!! — Jabu corria desesperado até a deusa, que repousava tranquilamente em seus aposentos.

— O que houve, Jabu? — a divindade levantou-se em espanto. Ela percebia o quanto o jovem parecia realmente preocupado e em estado de leve perturbação.

— A armadura de Cisne!!! Ela retornou ao...

— Hyoga. — completou Saori em total surpresa.

Os dois então correram até onde haviam escondido às sete chaves a proteção. Realmente, o teto do lugar estava completamente destruído, como se algo de grande tamanho tivesse se dirigido aos céus com velocidade máxima e força extrema. E sim, esse objeto era a urna de Cisne.

— Acredite ou não, tentamos de tudo para segurá-la aqui, mas a força que ela fazia para flutuar era demais. Quando nos demos conta, ela já tinha saído voando rapidamente. — explicou o Cavaleiro de bronze de Unicórnio com um pouco de seriedade.

— Então... O Hyoga usou o cosmo...

— Que iremos fazer? Se os outros também acenderem novamente o cosmo... As armaduras vão voltar pra eles, Athena.

A deusa de sabedoria estava raciocinando alguma solução para tal problema. Nada poderia ser resolvido com base em eliminação dos mesmos. Não havia outra escolha... Ou havia? As ideias fugiam com rapidez e deixavam a Saori pensativa e preocupada.

— Ahm... Athena? — pronunciou-se Jabu, quebrando o silêncio pairando por ali.

— Coloquem as armaduras nos locais mais fundos possíveis com vigias. E além disso... Mande guerreiros para vigiar Seiya, Shiryu, Shun e Ikki. Garantam que não usem o cosmo. — a divindade estava decidida a não permitir que seus antigos guerreiros não voltassem com suas memórias.

— C-Claro... — O Cavaleiro de Unicórnio então se retirou, correndo diretamente para o coliseu do santuário. Ele tinha algo em mente.

Sibéria

— Como assim, Jacob?... Você sabia de alguma coisa? — o mais velho se surpreendeu um pouco.

O menino ali presente já começava a chorar muito. Suas mãos e mangas do casaco ficavam encharcadas de sua incessante caída de lágrimas.

— D-desculpa, Hyoga!! E-eu não fiz por mal!

— Se acalme, Jacob. — o loiro caminhou até o menor, se agachando em frente a ele e acariciando sua cabeça. — Respire fundo e me conte tudo.

— T-tá...

Os dois caminharam para o interior da cabana novamente. Foram precisos 15 minutos no total para o garoto siberiano falar do trato que havia feito com Athena sobre manter Hyoga em sigilo. Em troca, ele nunca mais precisaria se ferir ou correr riscos demasiados em guerras, batalhas ou coisas do tipo.

— E-eu fiquei tão feliz que você estava a salvo aqui... N-não queria que você fosse embora e me deixasse sozinho de novo... — as lágrimas saíam mais vagarosas, já que o menino estava um pouco mais calmo.

— Eu entendo você, Jacob. Eu sei muito bem como é perder uma pessoa querida... — por um momento, a mente de Hyoga se voltou para a sua mãe, no navio naufragado do mar gelado, rodeada de flores e com sua usual expressão cálida e mortificada. No entanto, ele parou o pensamento e se voltou para Jacob — Por isso, não se sinta culpado. Você só queria o meu bem.

— Snif... Você vai ficar aqui em Kohoutek? — o garoto olhava o aquariano com o rosto já seco.

— Bom... Já que não temos mais nenhuma ameaça... Poderei ficar por mais um tempo.

A face antes triste de Jacob agora se abria em um largo sorriso. Não deu nem dois segundos para que ele abraçasse Hyoga com uma força grande, mas não tão intensa quanta a do guerreiro que ele havia enfrentado antes.

— Obrigado Hyoga!!! Você é como meu irmão mais velho! — os braços curtos do menino quase não alcançavam as mãos um do outro pela largura do torno do siberiano.

— Também te vejo como um caçula, Jacob. — O russo esfregou de leve os cabelos de Jacob e ambos riram.

O dia agitado agora se tornara menos turbulento. O antigo Cavaleiro de Cisne ficaria por mais um tempo na Sibéria, todavia por apenas alguns dias.

Santuário

— Essas foram as ordens de Athena? — Dizia Nachi de Lobo, de braços cruzados, enquanto observava Jabu com certa curiosidade.

— E nós temos que ser as babás desse moleques?? — Ichi se revoltava. A notícia de que teriam que vigiar não satisfazia nada o seu costumeiro ego.

— Você não tem direito de recusar as ordens de Athena, Ichi. — Disse o Cavaleiro de Unicórnio seriamente. — E além do mais, não acho que isso durará muito.

— E por quê, Jabu? — pronunciou-se Geki.

— Não creio que a armadura de Cisne tenha fugido do santuário apenas porque sentiu o cosmo do Hyoga... Acho que tem algo a mais.

— Nisso você tem razão. — concordou Nachi — o modo como elas reagiram aos aspirantes foi realmente assustadora. Se elas agiram assim, deve ter um motivo muito justo para terem o feito.

— E tem — uma voz feminina adentrava a arena, causando surpresa aos homens ali presentes.

— Marin? Estava nos escutando o tempo todo? — perguntou Ichi.

— Sim, Ichi, e vocês não estão nada errados. As armaduras não estão agitadas porque querem voltar para Seiya e os outros...

— Então, o que é? — a curiosidade de Jabu foi atiçada pelas palavras de Marin.

— Dêem uma breve olhada para o céu.

Os grupo olhou e teve uma nítida de visão do que, ou melhor, quem, estava por vir.