- Então nos conte. – Dylan continuou – Como o conquistou?

- Eu quebrei uma lousa na cabeça dele!

Dessa vez todos riram.

- Um método interessante! – comentou Tia Jô.

- E completamente eficaz. – eu admiti – Depois disso como eu poderia esquecê-la?

- Verdade! – disse Cole – Eu fui testemunha dos olhares apaixonados que ela insistia em não perceber.

- Parece que eu não consegui disfarçar muito. – conclui - Na verdade eu me apaixonei assim que a vi, a história da lousa foi pela minha insistência em chamar sua atenção.

- Tem razão, garoto. – disse George - É melhor nós cuidarmos muito bem de você para não precisarmos enfrentar a fúria dela.

- Estava reclamando do meu temperamento? – Anne disse se virando para mim.

- De forma alguma. Seu temperamento forte foi um dos motivos pelos quais eu me apaixonei perdidamente por você. Eu adorava disputar com você nas aulas, só para vê-la ficar furiosa comigo. – beijei seu rosto e ela riu.

Conheci melhor meus novos amigos durante o jantar. George era advogado e Dylan era dono de uma renomada loja de trajes masculinos. George à primeira vista parecia ser um homem sério, mas se mostrou alegre, generoso e acolhedor. Já Dylan tinha um humor mais jovial e expansivo. Anne tinha razão quando disse que eu perceberia que eram um casal, pois a relação que tinham ficava nítida quando se olhavam.

Tia Jô era uma mulher sábia e apesar de sempre dar broncas em todos, muito amorosa. Percebi que existia um laço de muito afeto entre ela e Anne.

Me senti completamente acolhido entre eles. Era um privilégio encontrar pessoas tão livres de preconceitos e formalidades como aquelas. Naquela casa, o que importava era a verdade do amor e da amizade. Pensei que era assim que o mundo deveria ser.

Após o jantar, nos sentamos na sala de visitas e seguiu-se uma noite alegre de conversas animadas e carinho mútuo. George e Dylan quiseram saber sobre nossas faculdades e a escola de artes onde Cole estudava. E também ficaram bem interessados quando contamos sobre nossa manifestação e tudo o que aconteceu em Avonlea nos últimos tempos.

- Bem, acho melhor eu ir embora! – falei quando começou a ficar tarde.

- Não! – Anne disse abraçando a mão  que eu mantinha unida à dela.

- Você deve estar exausta! – falei olhando para ela - Depois de uma viagem tão longa. Tenho certeza que não descansou nada.

- Nem no trem. – Cole a entregou.

- Não parou de falar um minuto! – reclamou Tia Jô.

- Eu estava ansiosa demais para dormir!

- Precisa descansar, mocinha. Ordens médicas! – me levantei e me dirigi a George e Dylan – Obrigado pela noite agradável.

- Amanhã à tarde levaremos todos para um passeio pela cidade. Você está convidado! – disse George.

– Mas pode vir namorar de manhã também, se quiser. – Dylan completou com um sorriso.

- Será um prazer!

- A manhã ou a tarde?

- As duas, com certeza! – eu disse fazendo eles rirem – Boa noite!

- Vou te acompanhar até lá fora! – disse Anne pegando a minha mão.

- Gostei muito deles! – falei quando chegamos ao portão.

- Eles são incríveis não são? Dá para imaginar que existam pessoas assim num mundo tão cheio de ideias moldadas e mesquinharias?

- Mas saber que existe faz o mundo parecer mais bonito! Fico feliz por Cole ter encontrado pessoas que o aceitam.

- Eu também estou muito feliz por ele... – ela ficou de frente para mim e acariciou meu rosto – Você é tão bonito, Gilbert!

- Depois de tantos elogios de nossos novos amigos, acho que estou quase me convencendo disso. - falei rindo.

- Eles têm razão, você é lindo! Seus olhos, seu queixo, seus lábios... – enquanto falava ela percorria cada traço do meu rosto com a ponta dos dedos, era uma sensação inebriante - Mas não é só disso que eu estou falando. Eu falo da sua alma, da sua mente... Você tem um coração tão nobre e acolhedor. E uma mente tão aberta...

Não terminou de falar porque eu tomei seus lábios num beijo cheio de carinho que a pegou de surpresa.

- Você que é linda! – eu disse segurando seu rosto e em olhando seus olhos - Eu ainda não consigo acreditar que você realmente me ama!

- Pode acreditar, porque é a mais pura verdade. – ela me abraçou.

- Eu amo você! – falei em seu ouvido e a senti apertar mais nosso abraço.

- Acho melhor você ir embora logo antes que eu desista de te deixar sair daqui!

- Tem razão! - soltei nosso abraço e beijei suas mãos – Boa noite!

Continua...

My Anne with an EOnde as histórias ganham vida. Descobre agora