N2O DNA

Macarrão Instantâneo

Apenas quando o rosto de Bloo já estava quente, por conta do dos raios de sol que adentravam a janela, o gatoto despertou em um susto total ao recordar do instante antes de adormecer e sentir o rosto de sua prima tão próximo do seu. Porém para sua decepção a garota não estava mais lá, o que fez com que se levantasse rapidamente para procurá-la e matar a saudade de ver aquele rosto novamente que já estava o matando, entretanto, uma pequena dor, mas alívio se comparado a da noite anterior, junto a seu corpo nu o fez recordar também do toque calmo e macio de S/n em sua pele, preocupada com a dor que ele sentia, tocando aquele local como se fosse algo tão comum.

O garoto paralisou e se trancou no banheiro, onde tomou seu banho e escovou os dentes. Só depois de passar todo skin care que encontrou, saiu se remoendo de vergonha e se escondendo atrás das paredes em direção a cozinha. E, ao preparar seu cereal conseguiu ouvir o riso da mais velha vindo da sala, fazendo com que fosse em direção ao som. Por detrás das colunas de madeira que dividiam os cômodos, começou a ouvir a conversa de seu primo caçula com a mais velha que tanto a alegrava.

- Coma S/n! Falta só mais um morango! - Dizia o caçula em riso.

- Você disse que o último era o anterior! - Responde a garota no mesmo tom.

- Eu disse? - Faz graça ao tentar fazer com que sua irmã comesse pelo menos um pouco.

- Você está tentando me enganar, né?!

- Eu nunca enganaria minha nonna! - Dita sério.

- Se é assim... Me diz o que te prende tanto fora de casa? Você não está fazendo nada de errado, não é? - Aproveita o momento.

- Claro que não! - Se defende de maneira assustada. - Eu só fico jogando videogame com meus amigos!

- Que amigos são esses? - Rebate.

- Você não os conhece!

- Então me apresente...

- Não! - Exclama a interrompendo. - Digo... eu não quero eles babando por minha irmã.

- Eu não faria nada...

- Não nonna... não quis dizer que...

- S/n! - Bloo intervém assim que percebe a situação que a garota imaginou estar e ao adentrar o cômodo se abateu ao ver que o semblante da mais velha estava mais triste do que imaginou. - Eu não sei fazer macarrão instantâneo igual o que você faz! - Tenta disfarçar.

- Enfim acordou! - Dita o caçula. - Deve estar com muita fome...

- Você está matando uma tigela enorme de cereal e quer macarrão instantâneo? - Dita já se levantando com pouco de dificuldade ainda pelos ferimentos em cicatrização e caminhando para cozinha.

- Eu estou em fase de crescimento ainda...

- Que seja! - Diz já separando o sabor favorito de seu primo. - Você atrapalhou minha conversa com meu irmão!

- Eu sei! - Ajuda a garota a despejar água quente. -  Fiquei com ciúmes... – ela revira os olhos, causando um sorriso em Bloo, apesar do mal humor de S/n. - Ver você fazendo gracinha com ele... Eu ainda sou tão fofo quanto o Miguel, não sou?

- Não, você não é! - Solta entregando o pote quente. - Inclusive não está em fase de crescimento, então não fique comendo toda comida aqui de casa e para completar, pare de agir como se tivesse dezesseis anos... você não tem mais idade para se masturbar até ficar esfolado...

- Não, não foi isso... - O mais novo transborda de vergonha.

- Claro que foi! Vai querer desmentir igual o Miguel querendo dizer que a irmã dele não é uma puta? - Após aquelas palavras, S/n se calou ao notar que deixou escapar a tristeza que sentia no calor do momento. Bloo parecia uma praga que roía o filtro entre sua mente e fala.

- Prima...

- Bloo! - Mei interrompe a conversa no exato momento em que o garoto havia criado coragem de falar o que sentia a respeito de tal pensamento. - Então você vai ficar aqui em casa durante toda a estadia de seus pais no país?

- E-eu acho que sim... - Diz zonzo ainda pelo assunto interrompido. - Se não for um problema...

- Não! Não é problema nenhum! - Mei salta de tanto entusiasmo, ainda tento em mente a ereção de seu primo na noite retrasada, encarando o ocorrido como uma possível chance para seu romance.

- Tudo bem...

- Vem almoçar com a gente hoje? - Questiona fazendo sua irmã o fitar com dúvida do que falava. - É que teremos um almoço fora hoje... - Responde ao olhar da mais velha. - É por conta do chefe do papai... você vai, não é primo?

- Vamos S/n? ... - Bloo questiona a sua prima que parecia desmotivada a ir.

- S/n pode ficar em c-...

- Só vou se você for! - Bloo completa fazendo seu primo mudar completamente o pensamento sobre a presença de sua irmã na ocasião.

- Vamos irmã! Você quase nunca sai! - Dita o mais novo sem graça.

- Vai prima... Você pode usar quaisquer das minhas roupas! - Dita meigo.

- Fechado! - S/n exclama empolgada como uma adolescente, pois por algum motivo a garota estava muito entusiasmada em saber que poderia usar as roupas de marcas sofisticadas que tanto seu primo presa.

....

Pela primeira vez, sem se preocupar com que seu padrasto ou sua mãe pensaria sobre sua presença em uma ocasião importante, S/n provava as camisas de Bloo, para encontrar a que mais combinava com a calça que vestia, também do garoto, quase idêntica à de Bloo, diferenciada apenas pela abertura em apenas um dos joelhos.

Miguel opinava alegremente pela Channel que a garota insistia em dizer que não era elegante o suficiente para a ocasião, enquanto trocava as peças e ajeitava seu apertado sutiã como quem não fazia nada de mais, pois na realidade não era, porém para Bloo que tentava focar no Nintendo era extremamente incômodo. Seria uma péssima lembrança ter uma ereção por conta de sua prima, frente a seu primo caçula e o garoto agradeceu quando S/n concordou com Miguel, mesmo achando exagerados o estilo destroyed da peça, ficou satisfeita ao combinar o visual com seu all star surrado e a jaqueta de vinil do caçula.

- Vai passar batom? - Seu primo a questiona ao ver com a cor vermelha em sua mão.

- Será que é exagero? - Dita um pouco nervosa por sair depois de tanto tempo.

- Não. É que não usa com tanta frequência, apenas por isso a pergunta. - Responde sem mais.

- Entendi. Acho que vou passar rímel também! - Diz distraída, fazendo seu primo sorrir incontrolavelmente por vê-la tão empolgada. - Acho que é isso... parece bom... - Diz fitando tímida para seu reflexo.

- Acho que falta algo... - Diz passado as mãos envoltas do pescoço da garota, onde fecha um de seus colares cravejados. - Acho que agora está perfeito!

- Bloo! - Exclama ao notar tamanho valor em seu pescoço. - Isso é muito caro!

- Sim... foram os olhos da cara!

  - E se eu perder? - Questiona com medo fazendo o garoto pensar que não existia perfeição maior que aquela expressão inocente que tal rosto formava.