Velório Part. 2

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                 Velório part. 2.       
         
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S/n disfarçava bem seus sentimentos, sua habilidade era tanta que em alguns momentos a mesma se assustava imaginando se havia algum sentimento ainda dentro dela. Mas logo voltava a seu trabalho em foco total. A garota nunca se distraia de seu objetivo, pois a morte de seu pai deixou tudo tão sem sentido que seu plano era o motivo que lhe mantia viva dia após dia.

S/n terminou os trabalhos que lhe foram solicitados de freelance na pequena empresa dos pais de seu amigo PH que lhe empregava para o ganho com o objetivo de realizar seu projeto mas, logo a garota já estava programando, editando, calculando e arquitetando tudo para a noite seguinte, naquele momento ela não era mais uma funcionária, e sim, a chefe.

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Nesse mesmo instante, Bloo olhava os arredores de seu antigo bairro a procura de seu pai que havia se esquivado assim que chegaram perto da residência de sua tia. Assim que chegou no portão, Bloo viu seu primo Frei adentrando a casa, que o fez deixá-lo ainda mais nervoso pensando o que falaria quando por fim o encarasse cara a cara: “como você está? ” e “me desculpe” pareciam boas opções.

Ser rejeitado por ele era seu maior medo; o considerava seu irmão, pois as delícias de ser filho único só foram usufruídas após a separação de sua família. Seus primos sempre supriram o papel de irmãos, menos S/n. Bloo sempre achou sua prima um tanto mimada, que se sentia a superior apenas pelo fato ser popular, mas o que adianta um rosto bonito sem cérebro?
Era o que ele e seus primos sempre comentavam ente si, sem contar o fato irritante da mesma sempre o evitava quando o garoto queria sua atenção, entretanto S/n era ainda mais insuportável quando se mostrava atenciosa e amorosa com Bloo. Isso o tirava do sério e ele não conseguia nem contar a ela, deixando-o confuso.

Mas ele ignorou tudo isso e segurou a mão de sua mãe, que chorava ao passar do portão. Bloo não poderia deixar seus medos serem maiores que sua consideração pelos sentimentos de sua mãe.

- Tia! – Frei corre para os braços de Li assim que a vê. – Eu sei. – A acalenta de seu choro. – Estou tão feliz que esteja aqui... senti tanta sua falta tia.

- De-desculpe. – Bloo deixa escapar pela reação inesperada de seu primo.

- Bloo! – O agarra da mesma forma, beijando seu rosto. – É bom estar novamente com você meu irmão – Termina deixando o garoto sem palavras. – Vamos a cozinha ver a mamãe! – Exclama me guiando, mas minha mãe fica por um instante, para se despedir do corpo de meu avô.

- Bloo, meu querido! – Novamente o garoto ganha um abraço apertado.

- Tia! – Se solta em preocupação. – Por favor, eu sei de seus motivos, mas minha mãe...

- O passado está no passado! – Explica acariciando o rosto de seu sobrinho. Ele não acredita, mas sabia que ela tentaria cumprir sua fala pelo menos por hoje.

- Irmã! – Li adentra a cozinha, de braços dados com o sobrinho Mei, que inexplicavelmente corre para os braços de Bloo surpreendendo a todos, inclusive o mesmo.

- Também senti sua falta. – Bloo fala desconcertado.

- Vejo que a família está toda reunida, então...

- Nem toda querida! – O irmão de seu finado tio, alerta com a intimidade de um casal chocando Bloo e sua mãe. – S/n e Leo não estão aqui.

- Como não estão? – Surta como nos velhos tempos.

- S/n disse que a empresa não a liberou...

- E você acreditou? – Sua tia continua, agora com um desconhecido para Bloo. – Ache agora o atestado de óbito e vai buscar ela!

- Sim senhora! - O garoto exclama como um pau mandado. – Antes que eu saía... – Continua com atitude típica de bajulação. – Sou Mike. Namoro com S/n. – Dita deixando Bloo incomodado.

Ele sempre ficava incomodado com os namorados de sua prima, pois ela tinha um imã para babacas, bajuladores, populares do colégio, narcisistas, etc. Bloo tinha uma grande lista dos ex’s de sua prima e esse em específico cumpria com todos os requisitos. Seus pensamentos alternavam entre xingar sem motivo algum o garoto ou ignorá-lo, que quando voltou a si o mesmo já havia se retirado e ele estava escutando a explicação de sua tia que tentava transparecer indiferença com o absurdo de ter se casado com o irmão de seu falecido marido, que agora procurava por Leo.

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Assim que S/n avistou Mike falando com PH, seus olhos encheram de raiva e sem poucos passos alcançou o mesmo, mas já era tarde e seu namorado havia entregue o seu atestado de óbito.

- O que você está fazendo aqui! – Grita o empurrando de perto do balcão.

- Eu não pude fazer nada, sua mãe me mandou vir...

- Você podia não ter vindo! – A garota continua a empurrá-lo.

- Vá pra casa S/n! – PH dita com a firmeza com a da qual a garota raramente o ouve falar. E naquele momento ela percebeu que talvez tinha sido um erro não contar a verdade, mas agora não tinha mais volta.

- PH... Eu posso explicar... – A garota tenta o achar razão onde não tem.

- Explicar que está tudo bem? – Retruca sem a encará-la, o que fazia o coração da menina apertar. – Acho que já deu tempo para matar a “saudade”... Agora vai com seu namorado!

Mesmo contra vontade S/n pega seu chaveiro com seu pen drive e segue para fora, na esperança de seu amigo ficar menos irritado com ela. Normalmente é a garota que discute com ele, porém quando é o contrário a mesma tem a sensação de que lhe tomam o fôlego. Tudo que ela queria era viver em um mundo onde eles poderiam ser mais do que amigos e que o garoto nunca ficasse com raiva dela.

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