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EMILLY SULLIVAN.

Abrir lentamente as pálpebras e pisquei algumas vezes tentando acostumar com a luz forte que vinha da janela, tentei me levantar mais não conseguia, era como se estivesse presa naquele colchão, uma forte dor pulsava por todo meu corpo, o sentia fraco e dolorido como se estivesse sido pisoteado, a minha cabeça lateja e a boca estava seca, Argh!

— Bom dia. — A mulher de ontém arrancou um sorriso. Como você está?

— Bem. — E a cada sílaba que produzia era uma dor insuportável.

— Te touxe ibuprofeno caso esteja sentindo alguma dor. — Ela caminhou até o criado e deixou a água e o comprimido em cima. Quer conversar um pouco?

— Você me conheçe? — Falei-me com expectação.

— Não, eu não te conheço. — Jane respondeu, enquanto eu a olhava apreenssiva. Nós te encontramos próximo a dois quarteirões daqui, estava inconciente e muito machucada.

— Oque aconteceu comigo? — Rapidamente encarei os curativos que estavam por todo o meu corpo.

— Não sabemos exatamente oque aconteceu, mas pelo estado que a encontramos você estava quase sem vida. Havia muitos ferimentos no corpo, teve duas costelas fraturadas e tinha sido baleada, você não se lembra de nada? — Neguei com a cabeça angustiada. Mas ágora você está bem! Meu marido é muito bom com essas coisas, ele é médico. — Disse honrada.

— Mas é necessário estar em repouso para ter uma recuperação completa. — Leopoldo se adentrou dizendo.

— Talvez com oque eu vou lhe dizer te refresque um pouco a memória. — Ele tocou no ombro da Jane que a mesma contínuo. Quando te trouxessemos pra cá, você estava delirando e havia um nome que você repetia por diversas vezes, Willie. Tem alguma idéia de quem seja? — Pensei um pouco e logo contraditei.

— As vezes também te ouvimos gritar como se alguém estivesse tentando fazer algo que não gostaria.

— Eu não me lembro de nada. — Respondi em pranto.

— Você só precisa de tempo querida e logo começará a se lembrar, iremos cuidar disso para que você se recupere logo e assim podemos ir a uma delegacia e ver oque eles podem fazer por você.

— Em breve você estará em casa e poderá rever a sua família novamente, eles devem estar com saudades.

— Vivemos numa casa simples, talvez não seja como a sua mas, sinta-se a vontade.

— obrigada. — Foi tudo que eu lhe disse.

— Vou lhe trazer um chá. — Jane deu passos frenético e logo depois manifestou-se. Podemos chama-lá de Amélia? Claro se você não se importar é que Leopoldo e eu sempre queríamos ter uma menininha e batiza-lá com esse nome, mais isso nunca aconteceu. — Disse melancólico. Nós perdemos nossa filha assim que nasceu.

Mesmo não me lembrando do meu passado e nem de quem eu era, fiquei bastante lastimável ao ver aquelas duas pessoas que salvaram a minha vida lastimando, percebi naquele mesmo estante que não haveria problema nenhum em deixar-los aprazível com a ideia.

— Gostei de Amélia.

— Tem certeza? — Disseram fascinados. Não sabe como isso é inestimável para nós. — Jane me explicou cada cômodo da casa e depois me ajudou a sentar na cadeira de rodas, eles me disseram que não seria necessariamente usa-lá, mais que seria bom pra não força muito a perna aonde foi baleada.

Caminhei até o banheiro e me peguei de frente ao espelho, vi o meu reflexo pela primeira vez e os ferimentos me amedrontaram, havia manchas bem roxo no pescoço e nos braços, meus olhos se lacrimejaram seja lá oque tenha acontecido não foi uma coisa boa, pessoas sanguinário fizeram coisas horríveis comigo, passei meus dedos levemente sobre os machucados e sentir forte dores, me recusei a fitar meus olhos novamente e então entrei-me no box, abrir o chuveiro e jatos de água morna molharam meus cabelos e o meu corpo, quando sair havia alguns pertences em cima da cama como pomadas, curativos, nova faixa, e um lindo vestido.

— Com licença, eu posso entrar? — Perguntou Jane parada na porta.

— Claro. — Sorrir um pouco acanhada.

— Achei que poderia estar precisando de ajuda.

— Sim, eu acho que eu tô. — Soltei uma risada e ela fez o mesmo, me ajudou com os curativos, a roupa e principalmente com os meus cabelos.

— Você tem uns cabelos lindos. — Sorriu docilmente enquanto eu encarava o enorme espelho que estava a minha frente. — Sorrir sem mostrar os dentes. Me faz lembrar da minha filha, ela tinha os cabelos loiros exatamente igual ao seu.

— Ela devia ser linda!

— Sim. — Disse tristonha.

— Eu lhe agradeço por tudo que você e o seu marido Leopoldo, estão fazendo por mim!

— Imagina querida, você não precisa agradecer. — Ela se levantou dando o sinal de que havia terminado. Você está linda!

— Obrigada! — Encarei o espelho olhando o meu reflexo.

— Estarei na cozinha, se precisar de alguma coisa, é só me chamar.

— Urhum. — Sorrir.

Conseguir dá conta de fazer as coisas sem precisar estar na cadeira de rodas, para mim foi um alívio e então a guardei.

( Livro 02) Me Descobrindo Aos Poucos ! - Concluído.Where stories live. Discover now