- Taehyung, por favor... se deite até o médico chegar.

- Eu quero ver o meu marido! - alterei minha voz, embora Jeongguk não fosse ainda de fato, meu marido.

- Por deus, você tem que pensar no bem estar do seu filho!

Hoseok passou as mãos pelos cabelos parecendo tão irritado quanto eu, só então me calei e tentei processar o que havia acabado de ouvir.

- O que disse?

- Isso mesmo, você está esperando um bebê.

Não tive palavras para protestar ou questionar, apenas senti meu coração bater contra as costelas dolorosamente e quando dei por mim já estava chorando, levei minhas mãos até minha barriga ainda descrente.

- Estou esperando um bebê? - questionei.

- Sim. - senti o peso de Hoseok ao meu lado na cama. - Então se acalme, está bem? Você precisa estar forte para ter esse filho e para receber o Jeongguk, nós vamos encontrá-lo.

Provavelmente o Jung disse isso apenas para me tranquilizar, entretanto, levei a sério cada uma de suas palavras e lhe fiz um pedido.

- Prometa que não irá descansar até encontrá-lo.

- Eu prometo, ele é meu irmão, afinal.

Só assim consegui me acalmar parcialmente. Tive que ficar internado por mais alguns dias, até que meus pais vieram me buscar e tive alta, os Jeon's se ofereceram para cuidar de mim, mas dado aquele momento era insuportável sequer chegar perto daquela casa. As buscas por Jeongguk e outros dois rapazes seguiram longas semanas, homens trabalharam dia e noite pelo local, sem respostas, e quando recebemos a notícia de que dois corpos haviam sido encontrados mas já sem vida, eu rezei muito para que nenhum deles fosse Jeongguk.

Mesmo que eu soubesse que outras famílias iriam chorar.

Hoseok cumpriu sua promessa em continuar as buscas por Jeongguk, e fora um dos primeiros a discordar da ideia do capitão em celebrar uma missa a ele juntamente com os corpos dos outros dois soldados encontrados.

- Ele não está morto. - eu disse, e ele concordou comigo, nos recusamos a comparecer.

Mas horas mais tarde eu acabei comparecendo, estava chovendo, o típico clima de velórios. E quando observei uma foto de Jeongguk junto a dos outros dois em meio as coroas de flores, fora demais para suportar então desabei, eu queria muito acreditar que ele estava vivo entretanto, já se faziam um mês desde seu desaparecimento, e tudo o que eu tinha era sua placa de identificação que carregava comigo sem nunca retirar do pescoço, nosso filho crescendo em meu ventre e o imenso amor e saudades em meu coração, eu queria ser forte, mas também era humano.

Então desabei ouvindo as vozes de familiares e amigos rezarem por sua alma como se ele já tivesse partido.

Jinsung e Bogum me visitavam frequentemente e sempre me levavam uma cesta de frutas, sentavam-se e conversavam comigo, ou às vezes apenas relembrávamos como Jeongguk era cheio de vida, a cada dia que se passava se tornava mais difícil.

E então dois meses se passaram, e depois três, minha barriga começava a apontar e meus enjoos matinais se tornaram frequentes, muitas vezes me fazendo ter que sair do trabalho e voltar mais cedo para casa, apenas para encontrar a melancolia. Quando quatro meses se completaram as buscas acabaram completamente, todos se deram por convencidos que Jeongguk havia morrido até mesmo seus pais.

- Mas precisamos continuar... - tentei argumentar.

- Basta! Já não basta a dor de perder nosso único filho... Você... você ainda precisa nos lembrar constantemente disso? Já não sofremos o bastante? - senhor Jeon me disse com o rosto totalmente avermelhado.

1095 dias sem você |Taekook| |Minimoni| |Yoonseok|Where stories live. Discover now