textos que doem

842 65 2
                                    

há dias em que a guerra bate na minha porta e eu a pergunto
o quanto custa a minha paz?
o quanto custa os dias tranquilos, calmos e o sossego?

há dias em que a insegurança bate na minha porta
e eu a pergunto
o quanto custa o amor por mim mesma? a confiança em quem eu sou? e no quão longe eu posso ir?

há dias em que a solidão bate na minha porta
e eu a pergunto
o quanto custa alguém que faça morada em mim?

eu ainda não sei o preço. nunca soube. e talvez eu nunca saiba

eu sinto que sou um cenário de guerras num país bonito, um espetáculo de fracassos que tinha tudo pra dar certo mas não deu, e, às vezes, uma obra de arte que ninguém nunca para pra ver.
talvez essa seja a minha beleza
nada convencional, nada comum, mas ainda assim, escondida
e eu espero que algum dia alguém consiga me enxergar

Batom Vermelho e PoesiaWhere stories live. Discover now