é segunda-feira e o trem corre sobre os trilhos e a gravação anuncia minha estação. do lado de fora, a noite da cor do ébano me diz que a lua e as estrelas não virão hoje. a chuva cai.
o vazio me toca como as gotas de chuva. é gelado, molhado, semelhante a tudo que me irrita, mas que no momento não me incomoda mais.
me encara como eu encaro o pôr do sol laranja ao fim da tarde, mas ele não é tão bonito quanto.
eu o escuto a noite, ao longe, como o barulho do trem que passa pela estação, quase imperceptível, mas ainda assim, ali.
o vazio me abraça num dia de domingo em que eu descanso na cama de casal da minha avó, entra pela janela como o vento e sussurra no meu ouvido que estou sozinha.
eu não tenho mais metáforas para descrever o vazio, mas a última é esta:
(a escassez de palavras pra se colocar no papel)
ČTEŠ
Batom Vermelho e Poesia
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