textos que doem

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28 de agosto de 2020,
sexta-feira
foi o dia em que eu te vi pela primeira vez.

você passou por mim exalando indiferença e eu lembro de me perguntar quem era você.
o que se passou na sua cabeça naquele instante em que me viu?
o que se passa na sua cabeça quando me vê ainda hoje?
quem é você, que sempre me vê, mas nunca me enxerga?

nas ocasiões em que as lágrimas que eu costumo sufocar com frequência caem meu coração sempre martela no meu peito teu nome, pedindo com urgência teu corpo como abrigo
ele grita que eu te quero
te quero
te quero!
e sempre te quis, desde o momento em que eu te conheci

e se meu querer não for suficiente pra você (e nem eu), já que eu me sinto tão pequena do seu lado (e tão pequena pro mundo também), eu aceito e me limito a te admirar só de longe
desde criança eu aprendi que nem tudo que é bonito, que amamos e que queremos é palpável
(pra mim, você provavelmente jamais será)

eu sempre preferi o calor ao invés do frio,
mas por você, baby
fui eu quem derreti.

Batom Vermelho e PoesiaWhere stories live. Discover now