Princípio

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POV Yuuko

Yuuri e eu ficamos conversando até que desse a hora do encontro. Quando olhei para o relógio e falei as horas, levantei os olhos para ver um Yuuri vermelho como um pimentão, enrolando-se com as palavras de tão nervoso que estava, mas seus olhos brilhavam e seu rosto estava radiante. Nos encaminhamos ao shopping e procuramos a cafeteria, que demorou um tempo para achar. Assim que entramos, percebi que o ambiente interno era muito agradável e aconchegante, com uma música de violão tocando em um ritmo lento ao fundo. O espaço não estava muito cheio nem muito vazio, então foi fácil achar o senhor Nikiforov, mais fácil ainda pelo fato de ele se destacar pela sua aparência incomum e atraente: seu cabelo de uma cor cinza platinada, sua pele muito branca e seus olhos azuis claríssimos mirando o vazio. Ele se encontrava sentado em uma mesa do lado da janela, com seu olhar perdido no que havia fora dela... parecia estar lembrando de algo. Ele não nos notou até que Yuuri chamou sua atenção.

“Viktor?” Ele falou timidamente. Por um momento pensei que o sr. Nikiforov estava confuso, mas então deu um sorriso brilhante e agradável ao encontrar Yuuri, e depois olhou para mim com uma expressão confusa. É... acho que ele não esperava que Yuuri viesse acompanhado. Seus olhos se mostravam um pouco decepcionados embora logo tenha desfarçado ainda pude perceber. Yuuri ao que parece não notou isso, provavelmente por causa do nervosismo. Nos sentamos do outro lado da mesa de frente para ele, e Yuuri me apresentou.

“Es-essa é a Yuuko... es-espero que não tenha lhe aborrecido que eu a trouxesse. É que... é que estávamos conversando antes de vir, e eu... eu decidi apresentá-la.” Sua voz soava nervosa, e sabia que ele estava ficando envergonhado por gaguejar tanto.

“Somos amigos de infância. Yuuri sempre me fala de você, então hoje me disse que iam se encontrar aqui, e me perguntou se eu não queria conhecê-lo.” Quando falei isso, a expressão do senhor Nikiforov mudou visivelmente e ficou muito mais relaxada, como se estivesse aliviado, enquanto que Yuuri ficou ainda mais nervoso e muito vermelho.

“Espero que ele tenha falado coisas boas.” Ele falou em tom brincalhão. “Então, gostaram da cafeteria? Encontrei há alguns meses atrás. Acho esse lugar ótimo para relaxar... de vez em quando venho aqui quando quero desacelerar e pensar em algumas coisas. É um local muito agradável.”

“Realmente... quando entramos deu para perceber que você parecia distante, senhor Nikiforov. Nem notou a nossa presença até que Yuuri o chamasse.” Respondi, sorrindo um pouco.

“Ei ei... pode me chamar de Viktor! Senhor Nikiforov me faz parece muito velho! Quando vocês chegaram eu estava só lembrando de algumas coisas, sabe... perdido nos pensamentos.” Seu olhar foi na direção do Yuuri.

A impressão que eu tive de Viktor foi a melhor possível. Ele era um homem lindo, agradável e muito gentil e educado, exatamente como Yuuri o descrevera. Eu achei que ele estava se empolgando antes ao falar daquele homem, mas pude perceber que não. Ele era, talvez, um pouco mais. No início, pensei que precisaria fazer ou dizer algo para ver as reações do Viktor em relação ao Yuuri e tentar desvendar suas intenções ao chamá-lo para o encontro, mas ao que parecia ele era tão transparente que demonstrava tudo que passava pela sua cabeça. Não sabia se o idiota do meu amigo percebia, mas comecei a implorar mentalmente para que ele percebesse.

“O que gostariam de pedir?” Apareceu uma garçonete na nossa mesa. Yuuri começa a procurar o cardápio com pressa e acaba pegando-o para ler de cabeça para baixo. Viktor o olhou com um olhar afetuoso, os cantos dos lábios levantaram-se formamdo um pequeno sorriso.

“Viktor, você tem alguma recomendação especial? Já que nós nunca viemos aqui, e eu suponho que você já deva ter provado vários itens do cardápio, não?” Pergunto desviando o olhar de Yuuri.

The Lost MemoryNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ