<><><> CHAPTER FIFTY-NINE <><><>

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Eu não estava entendo

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Eu não estava entendo. Como que Bernan não era o meu verdadeiro pai...? Ele... ele iria ser morto... Tudo está tão, mas tão confuso, que meu único desejo é simplesmente sumir do planeta.

— Naum! Espere. — Ouço minha mãe atrás de mim, assim que entro minha casa, me jogando no sofá. Eu sei que ela queria conversar, mas eu não sei se queria ouvir. — Filho, eu sei que errei muito com você, mas... você precisa saber a verdade.

— Naum! — Natanael entrou em minha casa, parecendo atordoado, mas parou de falar assim que viu nossa mãe. — Ah, você está aqui... Tudo bem, eu volto mais tarde...

— Natanael, espera. Que bom que os dois estão aqui. Já deve ter sido avisado do castigo do seu pai... — Minha mãe comentou, receosa, como eu nunca havia visto antes. Afinal, ela sempre se mostrou tão forte.

— Eu soube. Mas ele não é e nunca vai ser meu pai! — Exclamou, em fúria.

— Tem razão. Ele não é seu pai de verdade. — Minha mãe falou, deixando Natanael confuso, assim como eu estava. — Por favor, sente-se com seu irmão. Eu preciso me explicar. E se não quiserem me perdoar depois, eu vou entender.

Natanel, mesmo receoso, veio até mim, se sentando ao meu lado e me olhando como se perguntasse o que estava acontecendo. Mas eu também estava no escuro tanto quanto ele. Não estava entendendo nada e acho que não tenho mais essa capacidade. Eu me sentia um lixo. Inseguro, como nunca me senti na vida.

Mamãe se aproximou, suspirando e se sentando na mesa de centro, de frente para nós e pegando nossas mãos, as segurando entre as suas.

— Meus meninos... por favor, ouçam com atenção... Eu não sei se vou conseguir desenterrar esse passado outra vez... Quando eu me casei com Bernan, eu já estava grávida de outro. Grávida do verdadeiro pai de vocês. O homem que eu sempre amei e continuo amando. Ele... não sabe disso. Eu fui obrigada a dizer que estava grávida de Bernan... Eu me casei com ele e tive vocês. Bernan me aceitou porque queria logo ter herdeiros, queria fazer de vocês duas máquinas de matar. Eu... eu não consegui protegê-los como deveria. Eu fui fraca e fui obrigada a te tratar daquela forma, Natanael... — Declarou, começando a chorar. Natanel a olhava confuso e abatido. Eu permaneci quieto, com o olhar perdido. Não sabia o que dizer, nem ao menos tinha o que dizer. — Eu estou ciente que caudei danos irreparáveis em vocês dois, mas meus filhos... eu nunca, nunca quis machucá-los. Eu fiz para protegê-los. Justamente para não ver vocês e o pai verdadeiro de vocês morrerem. Eu fui chantageada a vida toda por Bernan e só Deus sabe o quanto eu me arrependo de ter seguido com isso até aqui. Eu resolvi falar a verdade porque Khnun podia derrotá-lo, e ele o fez. Em fração de segundos, Bernan foi rebaixado. Eu só não sabia como deveria falar isso, explicar toda essa história confusa e maluca, mas... meu peito já está doendo demais para continuar guardando isso. Eu amo vocês mais que tudo. A Jane... minha pequena Jane... eu não queria que ela fosse tão retraída daquela forma, mas foi como Bernan quis que ela fosse. Ao menos ela é mesmo filha dele... — Mamãe respirou fundo, enxugando as lágrimas. — O pai de vocês se chama Heitor, e é o homem mais maravilhoso e gentil que vocês podem conhecer. Ele jamais iria abandoná-los. Ele nem sabe que vocês existem. Mas eu quero agora que ele saiba, e vocês...?

Natanel chorava, se levantando rapidamente, completamente atordoado.

— Você sabe pelo o que eu passei?! VOCÊ FAZ IDEIA DA MERDA DE VIDA QUE SUAS ATITUDES ME LEVARAM?!! — Gritou, aos prantos. Mamãe chorou ainda mais, balançando a cabeça e indo até Natanel.

— Eu sei, me perdoa, meu filho... Eu nunca quis te magoar. Eu não queria que ele acabasse matando você... Eu fiquei sem saída...

— Pois eu preferia ter morrido! Eu vivi na rua, eu fui preso, eu passei fome, e fui completamente humilhado e banido do meu País pela minha própria família, pela minha própria mãe... Você não sabe o que eu passei. Não sabe... — Natanael caiu ajoelhado, aos prantos, cobrindo o rosto com as mãos. Mamãe chorou com ele, se ajoelhando e o abraçando fortemente.

— Naum...?! — Vejo Khnun entrar em casa, ofegante. Olhou para minha mãe, tentando acalmar Natanael, e logo me olhou, correndo até mim, se ajoelhando à minha frente. — Naum... desculpa. Eu sei que devia ter te contado, mas... era algo de família. E foi tudo tão rápido, que eu só pensei na minha vingança. Eu só pensei em matar Bernan. Desculpa não ter te explicado, não ter ficado ao seu lado nesse momento... Naum? Você está bem? — Khnun falava, mas eu não conseguia escutar. Minha cabeça estava girando e meu peito doía, como se algo forte o pressionasse. Eu queria chorar, mas nem isso eu conseguia fazer. Nem ao menos me mexia.

— Naum? Filho... — Ouço minha mãe murmurar, vindo até mim e me abraçando de lado, passando a mão em meu rosto. — Filho, fala comigo. Você está bem? Naum! Fala comigo!

Fecho os olhos, respirando fundo e tentando mover meu corpo, controlar novamente minha voz. Parece que em milésimos de segundos eu desaprendi a falar.

A minha vida toda... foi uma farsa...

— Naum?! Amor... fala com a gente... — Khnun murmurou, preocupado e apertando minha mão.

Suspiro profundamente, pela segunda vez, tentando organizar meus pensamentos.

Eu abro mão da Máfia. — Falo, vendo os três me encararem com espanto.

— O quê?!!

MEU ETERNO OPOSTO - Romance Gay Where stories live. Discover now