<><><> CHAPTER SIX <><><>

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✖ — NINGUÉM DISSE QUE SERIA FÁCIL — ✖

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✖ — NINGUÉM DISSE QUE SERIA FÁCIL — ✖

Não gostei dele, e Zeus não pareceu gostar do cachorro dele. Ambos ainda pareciam continuar em uma discussão que só eles entendiam. Zeus rosnava alto, e ameaçava partir para cima, mas eu o segurava pela guia. Assim como o cachorro dele, que latia e rosnava sem parar, também sendo segurado pela guia por Naum.

Se nem nossos animais se deram bem, nós é que não iríamos nos dar bem mesmo.

Se ele pensa que vai ser do jeito dele, ele está muito enganado...

— Mas que bicho é esse?! Não pretende ficar com ele aqui, certo?! — Uma mulher exclamou, horrorizada. Só então me dei conta da presença dela naquela sala. A mulher era magra, e estava totalmente coberta por uma saia comprida, até os pés, e uma blusa de gola alta e manga comprida. Elegante, porém, desnecessário.

— Se ele não ficar, eu não fico. — Declaro, não dando importância. Queria mesmo que eles não me aceitassem e me mandassem embora dali o quanto antes. A mulher me encarou, parecendo irritada.

— Filho, não acha melhor deixar Zeus ir conosco para a Grécia? — Mamãe sugeriu, o que me fez ri altamente, em puro deboche.

— Está brincando, né? Não vou me separar de Zeus por capricho de uma dondoca! — Exclamo, vendo olhares de repreensão caírem sobre mim. Pouco importa. Não nasci para agradar ninguém. E se me odiarem, é melhor ainda, sinal de que o que eu faço está incomodando. Mamãe suspirou, olhando vencida para os pais de Naum.

— Ele não vai abrir mão do tigre. São inseparáveis. — Disse, por fim.

— Eu não vou ficar com um tigre dentro da minha casa! Esse bicho tem que ir para a floresta ou sei lá! Aqui não é o lugar dele! — A mulher novamente resmungou, e para ser sincero, eu já estava perdendo a paciência. Por isso fiquei calado, ou iria fazer aquela mulher infartar ao ouvir o que iria sair da minha boca.

— Esperem! — Mamãe exclamou, se aproximando de Naum. — Posso saber qual é o seu signo? — Questionou, o que deixou todos na sala confusos. Mamãe acreditava fielmente nos signos, e eu até tinha lá minhas crenças, mas não era um fanático como mamãe era. Por exemplo, minha mãe era de Áries, e não chegava nem perto de virginianos.

— Meu signo? — Naum questionou, confuso.

— Sim. Seu signo. — Confirmou minha mãe.

— Leão. — Respondeu, ainda meio confuso, já que há um tempo atrás a discussão era se Zeus ficaria ou não na mansão. Minha mãe fez logo uma careta, se afastando. Ela não se dava bem com leoninos também.

— Ao menos é o par perfeito do meu filho. Isso me deixa um pouco mais aliviada.

— Como é? — Naum novamente questionou, não compreendendo as reações da minha mãe.

— Khnun é de Aquário. Aquário e Leão são os opostos complementares. Signos que se atraem e não tem erro. Entende?

— Sinto muito te decepcionar, mamãe. — Comento, passando por Naum e trazendo Zeus comigo. — Alguém pode me fazer o favor de mostrar onde será meu quarto? Estou cansado e quero dormir. — Falo, vendo a mesma mulher que resmungava mil merdas se aproximar, com uma cara não muito boa.

— Eu o levo. Me acompanhe. — Ela saiu andando na frente, ficando distante de Zeus. Respiro fundo, não vendo escolha senão seguí-la.

Logo chegamos em um dos quartos, na qual ela me deixou entrar primeiro. Era todo decorado no preto e cinza, muito bonito e enorme. Tirei a guia e a coleira de Zeus, e ele logo pulou na cama, se estirando na mesma. O coitado devia estar cansado da viagem. O acaricio, beijando sua cabeça várias vezes, vendo ele ronronar. De assustador só tinha o tamanho. Sorri, o vendo fechar os olhos, se deliciando com os meus afagos.

— Podemos conversar? — A mulher questionou, e nem percebi que ela continuava ali, me olhando como se me julgasse. Dei de ombros.

— Fale de uma vez.

— Certo. Primeiro, me chamo Amélia, e nessa casa há regras. — Disse, o que me fez revirar os olhos.

— Jura? — Falei, fazendo pouco caso.

— Sim. Eu não moro aqui, mas sempre venho visitar meu filho, sei como as coisas funcionam. Aliás... o que é isso? — Questionou, olhando para meu pescoço. Sigo seu olhar, vendo meu pentagrama.

— Um pentagrama. — Falo, como se fosse óbvio.

— Sangue de Jesus tem poder! Quero que jogue isso fora agora mesmo! — Ordenou. Cruzei os braços, erguendo uma sobrancelha.

— Infelizmente, querer não é poder.

— Você vai queimar no inferno se não me obedecer! — Eu sorri, sabendo que agora teria que lidar com uma louca cristã. Ótimo!

— Já acabou? Ou vai jogar mais praga em mim? Lembre-se, o que você deseja ao seu próximo, te retornará três vezes pior.

— Eu não sou uma errante pecadora, ao contrário de você!

— Isso é o que você acha. Agora se me der licença, eu quero dormir. — Ela respirou fundo, cruzando os braços.

— Ainda não terminamos essa conversa. Para casar com meu filho, precisa ser da igreja como ele.

— Fico feliz em saber que não irei me casar com ele então. Muito obrigado. — Ironizo, vendo-a bufar, finalmente saindo do quarto. Fecho a porta, bufando. Mulher maluca! Em que hospício eu fui me meter?!

Bocejo, sentindo o sono me invadir. Depois arrumaria as coisas, nesse momento eu só precisava de um descanso. Deito na cama, ao lado de Zeus, como de costume, apoiando minha cabeça em sua barriga. Ele era tão macio! Me aconchego, suspirando.

Por mais cansado que eu estivesse, demorei a dormir. Estava preocupado. Muitas coisas haviam acontecido em muito pouco tempo, e eu ainda estava digerindo as informações. O suicídio da minha irmã, o contrato de casamento, a briga com meu pai, essa família preconceituosa e monoteísta...

Minha vida virou do avesso completamente.

Alguém abriu a porta, chamando minha atenção. Nem precisei me levantar, apenas virei o rosto, vendo Naum adentrando o ambiente.

— O que faz aqui? — Questiono, cansado demais para discutir.

É o meu quarto.

MEU ETERNO OPOSTO - Romance Gay Onde as histórias ganham vida. Descobre agora