<><><> CHAPTER TEN <><><>

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✖ — ELA NÃO QUER ISSO

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✖ — ELA NÃO QUER ISSO. ELA NÃO TEM ESCOLHA — ✖

Suspiro, revendo minha conta bancária pelo computador. Os números não paravam de crescer a cada segundo. Isso é bom. Isso é muito bom.

— Naum! — Minha mãe entrou em meu escritório, toda arrumada e com uma Bíblia e um terço em mãos.

— Sim, mãe?

— Vamos à igreja. Sua irmã já está pronta. — Ela não pediu, ela praticamente ordenou. Certo, não quero causar uma discussão agora. Desligo o computador, me levantando e a acompanhando até a sala. — Ah, chame o seu noivo. Ele precisa de uma forte benção do pastor.

— Ele não vai aceitar. — A Dona Afrodite falou o que eu já estava pensando. Os pais de Khnun iriam passar uns dias aqui em casa, ao menos até o casamento acontecer, já que não estava tão longe assim. E eu tenho certeza que até lá, alguém vai morrer.

— Claro que não! É um ser mandado do inferno! Ele precisa urgentemente ser abençoado pelo pastor. — Suspiro, sabendo que minha mãe não ia parar a briga até que Khnun fosse à igreja. Afrodite sorriu, cruzando os braços.

— Seu pensamento monoteísta me enoja! Meu filho sabe muito bem no que acredita e com toda certeza, não vai pôr os pés dentro de igreja alguma! — Afrodite afirmou, com um ar superior.

— Ah, não?! Bem, de qualquer forma ele irá casar com meu filho. Então terá sim que entrar em uma igreja! Na igreja do Pastor Alexandre. — Minha mãe rebateu.

— Quem disse que ele vai casar na igreja? — Ah, não... Minha mãe me olhou, como se me pedisse uma explicação. Mas eu também não havia parado para pensar nisso. Na verdade, eu queria esquecer o máximo possível dessa história de casamento.

— Um casamento precisa ser celebrado na igreja.

— Minha família não vai colocar os pés dentro de igreja nenhuma! Que fique avisada, pois ou esse casamento acontece na Grécia e com o ritual wiccano, ou não terá casamento! — Ditou, saindo sem esperar uma resposta, o que deixou minha mãe furiosa. Era só o que me faltava!

— Vocês vão casar na igreja e acabou! Essa mulher quer te levar para o mal caminho, filho! — Minha mãe choramingou, me olhando. Suspiro, já nem me importando mais com isso. Estava exausto dessas discussões. Khnun e eu não estávamos mais brigando tanto, talvez uma alfinetada aqui, outra acolá, mas nada demais. Porém, surgiu nossas mães para nos enlouquecer de vez.

— Vamos ou não? — Questiono, tentando sair logo dali e respirar um pouco de ar puro.

— Sim! Janne!!! — Minha mãe gritou, quase me deixando surdo. Janne desceu as escadarias, com uma cara emburrada.

— Mãe, eu não quero ir! Que inferno! — Resmungou, e recebeu um tapa leve na boca dado por minha mãe.

— Não fale assim, menina malcriada! Anda, vamos! — Empurrou Janne para fora da casa e logo vejo Khnun descer as escadarias, vestido de... bruxo?  Um livro grande e esquisito em mãos, e aquele pentagrama no pescoço. Péssima hora para ele descer do quarto. — Ah, que bom que desceu, anda, vamos com a gente. Iremos ao culto do Pastor Alexandre. — minha mãe chamou, já puxando o garoto pelo braço. Khnun se soltou, olhando feio para ela.

— Nem morto!

— E aonde você vai assim? — Janne questionou, parecendo interessada.

— Ao ritual. Meus pais e eu vamos praticar alguns rituais e pedir coisas boas ao Deus Cornífero e à Deusa Tríplice. — Disse, o que me deixou na escuridão, já que eu não entendi porra nenhuma.

— Sério?! Vocês fazem rituais?! — Janne questionou, surpresa e sorrindo.

— Sim. Tenho até o Livro Sombrio, que ensina vários rituais. — Disse, mostrando o livro que tinha em mãos.

— E vocês fazem com essas roupas assim? — Janne ainda iria levar um tapa se continuasse fazendo tantas perguntas sobre outra religião que não fosse a do Cristianismo.

— Na verdade, a roupa é opção. Geralmente, os rituais são feitos com todos sem roupa, assim como será hoje.

— Isso é uma pouca vergonha! Anda, vamos embora, Janne! — Minha mãe puxou Janne para fora rapidamente. Khnun suspirou, balançando a cabeça em negativa, olhando fixamente para o nada.

— Os pais devem entender que os filhos não são criados para serem suas cópias, mas sim seres humanos com decisões e opinião própria. — Murmurou, nem ao menos se dando conta que eu ainda estava ali. Ele chamou o tigre, saindo de casa.

Ele não falou nenhuma mentira.

Eu não tenho problemas em ir para a igreja. Eu realmente gosto dos cultos, mas minha irmã sempre odiou, sempre foi obrigada a ir e a fazer parte da nossa religião. Me sinto mal por ela, mas nem nisso eu posso ajudar. Minha mãe nos mataria em segundos só de pensar em sequer ir contra a religião dela.

Suspiro, seguindo para o carro, ocupando o banco do motorista. Olho pelo espelho, vendo Janne de braços cruzados, emburrada e olhando para a janela, não querendo encarar minha mãe. Vai ser uma longa noite...

Dou a partida, seguindo para a igreja, que na real, nem era tão longe assim, mas ando com duas preguiçosas que parecem não saberem andar.

Chegamos na hora. A igreja estava quase cheia. Cumprimentamos o pastor e nos sentamos, esperando o pastor começar o culto.

Estava mesmo precisando desta sensação de paz.

MEU ETERNO OPOSTO - Romance Gay Onde as histórias ganham vida. Descobre agora