<><><> CHAPTER SEVEN <><><>

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✖ — ÀS CINCO DA MANHÃ — ✖

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✖ — ÀS CINCO DA MANHÃ — ✖

Conhecer Khnun foi quase como uma surpresa.

Era o mesmo garoto na qual havia visto na Grécia, liderando uma multidão nas ruas. Mas não imaginava que aquele ser pequeno pudesse ser tão inconveniente e atrevido. Imaginei ele mais recluso, porém, quebrei a cara quanto a isso. Não o conheço, mas já era notável que ele iria me desafiar sem medo algum. A questão é que eu não tenho paciência para esse tipo de gente. Então, sei que o melhor é ir preparando os meus remédios para futuras dores de cabeça.

Já notei de primeira que minha mãe o odiou terminantemente. E não era surpresa alguma para mim. Já estive em outros relacionamentos – não que meu momento atual possa chamar isso de relacionamento, mas enfim –, e sei o quanto minha mãe pode ser chata e inconveniente. Ainda mais agora, já que aparentemente Khnun não era cristão, carregava um pentagrama no pescoço. Isso certamente estava matando minha mãe por dentro. Ela não aceitava de nenhuma maneira que seus filhos – Janne e eu –, se relacionassem com pessoas fora da igreja. Bem, se isso vai impedir de que eu me case com Khnun, então, apoio totalmente.

— Vamos, Demetrius! — Chamo meu cachorro, vendo ele me acompanhar rapidamente, imponente como era. Subimos as longas e quase intermináveis escadarias de mármore negra, até chegar em meu quarto, no terceiro andar. Mas a surpresa foi ver Khnun e aquele tigre deitados em minha cama. Na minha cama!

— O que faz aqui? — Khnun questionou, me olhando, parecendo cansado e irritado com algo. Certamente com tudo que envolvesse esse casamento sem pé nem cabeça.

— É o meu quarto. — Respondo, indiferente. Não acredito que minha mãe teve coragem de trazê-lo ao meu quarto! Khnun se levantou, suspirando. Os olhos quase fechando involuntariamente. Demetrius começou a latir ao ver o tigre, que consequentemente se levantou, rugindo para Demetrius. Confesso que aquele bicho realmente assustava. Era normal ter um cachorro de estimação, mas um tigre?!! Porra, é demais.

— Então onde eu vou dormir? Pode me mostrar o quarto certo desta vez? — Pediu, cruzando os braços e me olhando com indiferença.

— Você vai ficar aqui. — Meu pai apareceu na porta, com um fraco sorriso. Certamente não estava satisfeito com esse casamento, mas era necessário. — Vocês são noivos, então... infelizmente é isso. Ah, e meus pêsames pela sua irmã. — Disse, o que me fez lembrar da garota que havia se suicidado. Khnun pareceu não gostar de ouvir aquilo.

— Até parece que você se importa! — Rebateu, irritado. Meu pai suspirou, dando de ombros.

— Ao menos eu tentei. Boa noite. — Disse, já se retirando. Khnun olhou em volta, seguindo até o closet e pegando dois edredons e um travesseiro, jogando no chão, improvisando uma cama. Pegou outro edredom e outro travesseiro, agora levando para o sofá-cama que tinha próximo da varanda, perto da lareira, e também improvisou uma cama ali. Levou o tigre até o sofá, onde ele se acomodou lá, e logo retornou para os edredons no chão, deitando-se no mesmo, se cobrindo. Ele cedeu mesmo o sofá-cama para o tigre e vai dormir no chão?! Inacreditável.

— Você não vai dormir no chão. — Falo, o vendo abrir os olhos e me encarar de forma impaciente.

— Também é proibido? — Rebateu. Respiro fundo, buscando uma paciência sobrenatural.

— Eu posso pegar um colchão em outro quarto, sei lá. — Falo, nem ao menos entendendo o porquê de eu estar me importando com esse fator. Bem, minha casa é enorme, seria um pecado deixar alguém dormir no chão sendo que tem quartos e camas de sobra. Ainda mais para Khnun que veio da realeza.

— Certo. — Foi a única coisa que ele falou, não movendo um centímetro de onde estava, o que já deu a entender que eu que teria que buscar o maldito colchão. Devia tê-lo deixado dormir no chão.

Suspiro, resolvendo ir pegar o colchão em um quarto de hóspede, e colocar ao lado da minha cama. Khnun se arrumou novamente, se acomodando no colchão e me virando às costas, se cobrindo até o pescoço. Deitei na cama, e Demetrius ao meu lado, não parecendo satisfeito ao ter novas companhias no quarto. Fiz uma oração de todas as noites antes de adormecer, e desliguei o abajur, cansado do dia agitado de hoje. E certamente amanhã pioraria.

Sempre acordei cedo, e hoje em especial ao ouvir barulhos que estavam me incomodando

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Sempre acordei cedo, e hoje em especial ao ouvir barulhos que estavam me incomodando. Abro os olhos, vendo Khnun andando de um lado para o outro, arrumando suas coisas no closet e na cômoda, onde colocava perfumes, produtos de beleza e alguns livros. Notei ele dependurar um pentagrama no lado esquerdo do grande espelho, sendo que no lado direito havia um terço que eu havia colocado.

— O que está fazendo?! — Exclamo, me levantando da cama.

— Cozinhando, não está vendo? — Rebateu, debochado. Respiro fundo. Não iria me irritar às cinco da manhã. Não mesmo.

— Não vai colocar essa coisa no meu quarto! — Exclamo, pegando aquela porcaria do demônio e jogando no cestinha de lixo que havia ali. Ele me olhou indignado, e então arrancou meu terço do espelho, o jogando também no lixo. Moleque desgraçado!

— Não é mais seu quarto! É meu também! Se eu não colocar minhas coisas, você também não irá colocar! — Exclamou, irritado. Respiro fundo, novamente orando por paciência, caso contrário, ficaria viúvo antes de me casar.

— Minha casa, meu quarto, minhas regras! Isso — Puxo seu pentagrama que estava em seu pescoço, o fazendo grudar seu corpo no meu. — está fora de cogitação! — concluo, o soltando. Ele bufou, não abaixando a cabeça em nenhum momento.

— Então trate de arrumar um quarto para mim, porque eu vou colocar as minhas coisas aqui, quer queira, quer não! Acha que eu me importo com o que você pensa?!

— Quando nossos pais sumirem daqui, você pega seus utensílios de Macumba e some do meu quarto!

— Ignorante! — Resmungou, pegando aquele tigre e saindo do meu quarto.

Senhor, dai-me paciência!

MEU ETERNO OPOSTO - Romance Gay Onde as histórias ganham vida. Descobre agora