— Uma das grávidas deu à luz essa manhã. — Não consigo mais nem sentir minhas pernas. — Não sabemos qual das duas, o fato é que ela morreu depois de ter dado à luz, e agora a noite o corpo foi levado por capangas numa lancha e jogado no meio do mar...

Puta que pariu... não pode ser Sara, ele não faria isso com ela... minha mulher não é uma indigente para ter um fim tão trágico assim... um ódio descomunal se apossa do meu corpo e saio correndo sem a permissão dos meus companheiros...

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Sara Martínez

Choro agarrada com a bebê, recém-nascida e órfã, Alejandra teve uma hemorragia pós parto e acabou não resistindo.

— Shhh! - Tento acalmar a criança que chora sem parar, como se soubesse que tinha perdido a mãe, estou atordoada, abalada... Alejandra morreu nos meus braços e deixou a filha sob minha responsabilidade... logo para mim, que nem sei como será meu futuro... se eu terei um!

— Que merda de criança chorona é essa! - Diogo entra no quarto gritando e para ao ver a cena. — o que aconteceu aqui? - Ele fala mais baixo.

— A-alejandra n-não resistiu...

Mal consigo falar e o desgraçado sorrir, como se estivesse aliviado.

— Ainda bem que esse estorvo morreu.

— Diogo!

— É verdade, menos uma para eu matar. Me de meu filho.

Ele sorrir e pede a criança, só então me dou conta que ela mentiu sobre o sexo da criança, será que ele terá coragem de fazer alguma coisa contra o bebê pelo simples fato de ser uma menina?

— N-não. - Balbucio.

— Deixa de ser idiota, você tem dois aí na sua barriga, me de meu filho.

— Não!

Ele toma a criança das minhas mãos com violência, ela chora mais alto e o sorriso do monstro some ao constatar que é uma menina.

— A desgraçada me enganou! Acorda sua filha da puta! Que eu mesmo quero te matar com as minhas próprias mãos!

Ele vai em direção do corpo de Alejandra, dando-lhe chutes sobre o corpo inerte da mulher.

— Não faz isso... ela está morta...

Estou tão fraca, nunca imaginei uma cena tão macabra assim. Eu tento puxar à criança de suas mãos, mas ele não deixa.

— Me de minha filha! - Grito!

Ele para de chutar o corpo e me encara sério.

— O que você disse?

— Me dê minha filha, antes de morrer ela me pediu que cuidasse da criança como se fosse minha filha. Eu prometi isso a ela, e você não vai fazer mal a ela seu monstro!

Ele apenas me encara, com olhar gélido, a criança chora, berra, e isso me deixa sufocada, agoniada.

— Parece-me uma boa ideia, ela será a filha que eu não criei. Nossa menina, assim você não sentirá tanta falta desses bastardinhos quando eles se forem.

Meus meninos se mexem no meu ventre, como se entendesse o que monstro está falando. Eu finjo concordar com a sua proposta.

— Como quiser, me dê ela. - Abro os braços para pega-la, ele Olga para ela e para mim, decidindo se daria ou não. Por fim decide me entregar, a menina deixa de chorar imediatamente quando a pego.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Onde histórias criam vida. Descubra agora