— Aquela que não gosta de ver ninguém ser humilhado, que se coloca no lugar do outro, mesmo que ele não mereça.

Ele parou no mesmo instante, um tapa doeria bem menos. Diogo olhou para mim com ternura e em seguida para ela com repulsa.

— Está aí a grande diferença. Sara sempre vai ser melhor que todas vocês, mesmo que ela não se esforce para isso. — Ele passa a mão pelo meu cabelo e eu luto para não chorar. — Minha mulher  é um anjo, é minha luz no meio da escuridão que eu vivo. Ela é meu oposto, minha metade, por isso eu te amo tanto Sara, e te amarei até o fim.

Ouço um soluço escapar dos lábios de Alejandra, eu olho para ela de soslaio, ela está sofrendo de verdade e dor dela me dói.

— Vamos embora Diogo, chega de conversa fiada. - Corto sua declaração patética de amor.

— Vamos.

Ele pega uma espécie de venda da sua calça jeans, e coloca em meus olhos, deixando tudo escuro. Ele caminha abraçado comigo, me sinto incomodada, meu corpo tenta protestar, mas sou envolvida contra minha vontade pelo loiro do mal.

Minutos depois, estou subindo as escadas do que eu acredito ser um avião. Em seguida me senti numa poltrona confortável, e sinto alívio enorme por ele não estar mais me abraçando. Tento retirar a venda, mas ele não permite. Odeio escuro, tenho fobia em não saber o que está acontecendo.

Ele prende o cinto e em seguida segura minha mão, a sensação ruim volta com mais força. Ele percebe.

— Já, já irei tirar a venda meu amor.

Mal sabe ele que o pavor maior e ser tocada por ele. O avião levanta voo, e ainda passam-se alguns minutos para que ele retire a venda. Abri os olhos vagarosamente e me deparo dentro de outra aeronave, bem diferente daquela que viemos do México. Essa é bem mais simples, acredito que seja alugada, Diogo odeia simplicidade, e como se adivinhasse meus pensamentos ele falou.

— Tive que ser mais rápido, liberando as duas nós estaríamos expostos demais. Mudança de planos, nossa filha foi no avião mais seguro.

Eu não falo nada, apenas balanço a cabeça confirmando. Ele desafivela o cinto e eu já começo a entrar em pânico.

— Você vai cumprir sua promessa.

— Agora não, deixa nós chegarmos em nosso destino.

— Não posso mais esperar, olha como eu estou. - Ele pega minha mão e coloca sobre sua calça. Eu fico tensa, seu pênis está duro feito Rocha.

— Não Diogo, eu não posso, estou grávida!

— Gravidez não é doença e não foi motivo para você ficar presa em Acapulco fodendo com Leonardo final de semana inteiro. Agora você vai dá para o seu marido.

— Eu não posso... - Insisto.

— Tanto pode como deve.

Ele se levanta e puxa com ele, colocando-me no colo, eu vejo Alejandra encolhida na poltrona, ela me olha e eu não consigo decifrar seu olhar, até mesmo porque meus olhos estão nublados de lágrimas.

Eu não consigo pensar no que ele vai fazer, o pânico quer me dominar, mas eu não posso ficar nervosa. As crianças, elas precisam de mim, meu Deus, me ajude, não sei se irei suportar passar por isso novamente.

Diogo abre a porta da suíte, o espaço é pequeno e escuro, o medo só aumenta. Ele me põe de pé no chão, mas minhas pernas fraquejam.

— Está emocionada princesa?

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Onde histórias criam vida. Descubra agora