4- Provocações

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CAPÍTULO 4|
P r o v o c a ç õ e s

        Hoje tem mais um jantar e eu espero que esse não seja que nem o último: desastroso, ruim, entre outras palavras que definam péssimo. Dessa vez eu não coloquei nenhum vestido bonito, brincos ou tiaras com diamantes ou esmeraldas, apenas peguei a primeira roupa que eu vi que combinasse.

Eu sou à rainha, certo? Então eu posso usar o que eu quiser.

Diferente da última vez, hoje não havia nenhum Crepuscular para me levar até a sala de jantar, então hoje vou na sorte para tentar acha-la. Apenas eu e a minha memória ruim.

Depois de virar alguns corredores e me perder uma centena de vezes, eu encontrei o corredor que dava para a sala de jantar, e não havia nenhum guarda Crepuscular em frente da porta, vigiando-a. Me aproximei da porta para abri-la, mas parei ao ouvir a conversa lá de dentro.

— O que você fez com ele? — uma voz masculina perguntou com certa diversão, acredito que tenha sido Jules que perguntou.

Houve um silencio lá dentro, me aproximei com cuidado da porta e colei o meu ouvido na mesma.

Eu estou torturando-o. — Torturando-o? Quem ele está torturando?

E o que vai fazer depois? — quis saber Jules, mas soou como se ele quisesse se certificar que ele havia entendido.

Houve mais um minuto de silêncio, mas logo a voz do meu irmão falou:

Mata-lo — respondeu simples, com uma voz monótona.

Pela voz dele parecia que ele estava... hipnotizado, mas isso é uma grande doideira.

Um frio atravessou a minha espinha ao ouvi-lo dizer isso. Quem Sebastian vai matar? E por que ele vai mata-lo? Sem tempo para respostas, eu abri a porta da sala de jantar e entrei sem cerimônia, meu rosto não tinha nenhuma expressão que eu havia ouvido a conversa deles.

O sorriso que estava no rosto dos dois sumiu assim que me viram entrar, pelo jeito o assunto deles estava interessante e com certeza não queriam que eu ouvisse, mais um motivo para me fingir de sonsa e falar que eu não estava ouvindo a conversa.

— Bela roupa, irmã. — Não sabia se Sebastian estava me elogiando ou debochando, apenas dei de ombros e optei por escolher a primeira opção.

Eles não estavam diferentes de mim em questão da roupa, vestiam roupas casuais; camiseta e calça, nada de smoking e nem nada do tipo. Mas mesmo com roupas normais eles ainda ficavam bonitos, e eu odeio admitir isso, mas é claro que eu nunca falaria isso para os dois, só aumentaria o ego deles.

— Você está linda, Clary — elogiou Jules.

Pude ver meu irmão fechar a cara, revirar os olhos e bufar pelo elogio feito por Jules. Ótimo! Isso irritava o Sebastian, então vou dar corda para isso. Ele declarou guerra a mim, e eu vou fazer o mesmo, se isso irá ter consequências eu já não sei, mas não abandonarei meu plano, não por enquanto.

Abri um sorriso sedutor cheio de malicia para Jules.

— Obrigada, Jules. Você também está lindo. — O avaliei de cima a baixo e mordi meu lábio sem nem esconder os meus atos.

Sebastian bufou visivelmente irritado.

— Chega disso. Vamos comer, estou com fome. — E sem nenhuma gentileza, pegou o meu braço e me jogou na cadeira, o xinguei baixinho e me endireitei na cadeira. Bom saber que o meu plano estava dando certo.

A mesa estava repleta de comida, nenhum de nós perdeu tempo antes de enchermos os nossos pratos, comíamos em silêncio e havia um clima na sala. Uma pergunta martelava em minha cabeça e eu precisava perguntar. Eu queria saber onde estava o Jace, mas não queria perguntar isso diretamente, então pigarrei e perguntei como se eu não estivesse interessada:

— Onde estão os meus amigos? — Remexi a comida.

Levantei o olhar do prato de comida e peguei Sebastian me analisando com os olhos semicerrados, um sorriso se abriu no roso dele.

— Você quer saber dos seus amigos ou do Jace? — perguntou ele com deboche.

Maldito seja ele! Ele é esperto.

— Tanto faz, eles estão todos no mesmo lugar — disse dando de ombros e voltando a remexer a comida.

Houve um momento de silêncio na sala, por um momento achei que ele não iria me responder, mas ele respondeu com certa diversão na voz, o que me fez ficar em alerta:

— Bom, seus amigos estão no calabouço. Já o Jace... — deixou a resposta no ar.

Meu corpo gelou. Onde estava ele então? Mas à questão não era essa e sim: o que Sebastian está fazendo com ele. Meus pensamentos vão até horas atrás, onde Sebastian me disse antes de sair do meu quarto:

"Pelo jeito eu vou ter que dar um jeito no Jace para ele não estragar os meus planos"

Meu cérebro juntou com a conversa que ouvi agora pouco, onde ele disse a Jules que estava torturando alguém e que logo iria mata-lo. Será que essas duas coisas tem ligação ou eu apenas confundi ou então criando coisas? Talvez isso não tenha nada a ver coisa com coisa, mas eu sei o que Sebastian é capaz de fazer, e não duvidaria nada que ele estivesse mesmo fazendo isso.

Enterrei a preocupação dentro de mim e perguntei com calma a ele:

— E onde ele está?

Coloquei uma garfada de comida na boca depois de perguntar. Seus olhos negros e profundos me encaram com tanta intensidade que parecia que ele estava olhando a minha alma, e isso fez o meu nervosismo aumentar.

— Não precisa se preocupar com ele, minha irmã — falou tranquilamente. — Por quê? Quer transar com ele de novo?

Me engasguei com à sua pergunta. Que direto! Bebi um pouco do vinho que estava na minha taça lentamente. Naquele momento queria um buraco para me esconder de tamanha vergonha que estava.

Como ele pôde ter falado aquilo? Ainda mais com Jules presente! O que fez a minha vergonha aumentar ainda mais, se isso era possível! Encarei o seu rosto e vi o seu sorriso provocador, ele estava jogando com a mesma moeda por eu ter flertado com Jules.

Mas eu sei jogar melhor.

Engoli toda a raiva e a vergonha que estava sentindo naquele momento.

— Pelo menos, Sebastian — comecei lentamente —, ele conseguiu transar comigo. — Coloquei uma garfada de comida na boca e olhei Sebastian nos olhos, provocando-o.

Pude ouvir quando Jules engasgou com o vinho e começou a rir com a minha provocação, meu irmão o fuzilou com o olhar, o que fez Jules parar de rir, ou pelo menos tentar. Tudo que pude fazer no momento foi sorrir satisfeita e continuar olhando em seus olhos.

Antes mesmo de terminar de comer, me levantei da cadeira e falei para os dois:

— Se me deem licença, irei dormir.

— Mas você nem terminou de comer — protestou Jules, limpando a sua boca com o guardanapo.

Dei um sorriso e lhe respondi que não estava com fome, ele apenas assentiu. Sebastian apenas me encarava inexpressível, eu sabia que havia o irritado, mas ele também havia me irritado. Estávamos no mesmo barco.

Saí da sala e fui direto para o meu quarto dormir sem me importar com mais nada.

[Nota]

Desculpa a demora, estou com bloqueio criativo. Votem e comentem, isso é importante para mim :)

 Votem e comentem, isso é importante para mim :)

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Os Reis de Edom | 𝖢𝗅𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇Where stories live. Discover now