22- Não há Felicidade em Meio ao Caos

360 31 25
                                    

CAPÍTULO 22|
N ã o  h á  f e l i c i d a d e  e m 
m e i o  a o  c a o s

Naquele horrível dia, eu havia acordado com os gritos do Sebastian. Ele gritava para os seus Crepusculares, eles corriam pelo castelo o tempo todo, sempre cumprindo as ordens dadas por ele. No começo eu não havia entendido nada, tudo estava um caos extremo.

Eu sabia que algo de ruim estava acontecendo, só não sabia o tamanho real do problema.

Eu levantei as pressas e me troquei, eu devo ter caído uma ou duas vezes na correria para saber o que estava acontecendo. Eu havia saído do meu quarto, vendo os Crepusculares correrem pelos corredores. Eu fui até o quarto do Sebastian, ele estava pegando as suas armas, vestia preto dos pés à cabeça.

— O que está acontecendo? Está tudo bem? — perguntei para ele, que estava com o rosto sério demais.

Não, não estava tudo bem.

— Não sabia que estava acordada, querida. — Ele tentou ser doce, mas a sua voz tensa o entregou. Ele passava as mãos pelo cabelo em um gesto nervoso, me deixando mais preocupada ainda.

— Acordei a pouco tempo — falei para ele, como se esse assusto tivesse mesmo importância. — O que está acontecendo por aqui? — perguntei de novo.

— Não é nada demais, anjo, não se preocupe.

Ele sorriu, mas o seu sorriso tremeu e vacilou, entregando a sua mentira.

Ele estava agitado demais, não parava de passar a mão pelo cabelo, seu rosto estava sério, seus olhos, vazios. Quando ele olhava para mim, até tentava sorrir e ser doce, mas a sua mascara sempre tremia e vacilava, assim como as suas palavras.

— Me conte o que está acontecendo, meu amor — eu pedi, não aguentando mais vê-lo daquele jeito.

Ele olhou para mim, deixando a sua mascara cair, seus olhos se tornaram vazios, seus ombros caíram e sua expressão séria e derrotada. Eu temi pelo que vinha a seguir.

Eu havia me aproximado dele, passado os braços pelos seus ombros e o consolando, mesmo não sabendo pelo que.

— A guerra começou — murmurou contra o meu pescoço, me fazendo paralisar com suas palavras —, temo que isso não acabe bem para nenhum dos dois lados. O exercito da Rainha é  o dobro do nosso, ela está furiosa comigo. Ela não vai parar até que estejam todos mortos, inclusive eu.

Suas palavras eram pesadas e derrotadas, ele sabia que poderia perder, mas mesmo assim não deixou de lutar naquele dia, nem mesmo eu.

— Nós vamos enfrentar isso juntos, entendeu? Como você me disse uma vez: nós podemos enfrentar tudo, contanto que estejamos um com o outro. E estamos juntos, e vamos vencer. Nós somos Morgenstern, Estrelas da Manhã, nós não desistimos, não importa o quão difícil esteja. Sempre brilharemos ao amanhecer. Ergueremos as nossas espadas e derrotaremos o inimigo, lutaremos até o fim. Apenas você e eu, meu amor. — Seus olhos brilharam, passei a mão pelo seu cabelo, tirando os fios que escondiam os seus belos olhos.

Ah, como eu te amei, meu querido. Meu irmão, meu amante. Eu te amei ao acordar e ao dormir, eu te amei mesmo depois de tudo. Te amei ao amanhecer e ao entardecer, quando o Sol nasceu e se pôs, quando a Lua subiu ao céu trazendo consigo as mais brilhantes estrelas. Te amei quando elas sumiram e o dia recomeçou.

Os Reis de Edom | 𝖢𝗅𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇Where stories live. Discover now