11- Cega de Ódio

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CAPÍTULO 11|
C e g a  d e  ó d i o  

          Foi melhor assim, eu repito para mim mesma enquanto ando pelos corredores do castelo. Foi imprudente e idiota a minha ação de tomar aquela poção, eu sei, mas eu me sinto melhor agora.

Certo que parece que tem um buraco imenso dentro do meu peito e parece que eu só sinto ódio, mas tirando isso eu estou bem. Incrivelmente bem. Às vezes eu ainda posso sentir as minhas veias pegando fogo, a minha cabeça dando voltas e tudo ficando sem foco, o que é muito estranho, eu não sei porque isso acontece. Eu só sei que é estranho.

Quando eu penso no Sebastian eu não consigo me imaginar gostando dele, eu não sinto mais absolutamente nada por ele, claro, tirando o imenso ódio que começou a crescer dentro de mim. Tirando isso eu não sinto mais nada por ele. Eu não sei o que me fez gostar dele, não sei como consegui gostar dele, como eu pude gostar de alguém como ele.

Meus passos são determinados, seguros, eles fazem barulho à medida que eu ando pelo corredor, minha cabeça está erguida, como a de uma rainha. Eu me sinto tão bem, tão forte e determinada.

Ah, Sebastian, você não sabe o que te espera.

Eu vou acabar com ele, assim como ele acabou com o Jace.

Eu vou fazer a sua pobre vida se tornar um verdadeiro inferno.

Eu sinto tanto ódio dele que eu não sei explicar, tudo que eu quero é acabar com ele, pedaço por pedaço. Destruir ele aos poucos, o deixando fraco para depois dar o bote, como uma cobra faz com a sua presa.

Eu vou executar esse plano com calma, vou enfraquece-lo e depois acabar com ele. Lentamente. Eu vou fazê-lo implorar por misericórdia, vou fazê-lo implorar por perdão. Minhas mãos estão cerradas em punhos, posso sentir a minha unha perfurando a palma da minha mão, tudo que eu menos me importo agora é a dor que isso me causa.

Parece que fogo percorre as minhas veias, parece que elas queimam, eu sinto o fogo correr pelas minhas veias, sinto ele queimando tudo. Incendiando. À medida que o fogo percorre, mais eu vou apertando as minhas mãos em punhos, fazendo a unha perfurar mais e mais a carne.

Ódio, é tudo que eu sinto. Ele corre pelas minhas veias, ele dança com o fogo, uma dança lenta e torturante, perece que facas correm junto com o fogo, rasgando tudo por dentro. Tudo que eu quero é bater em alguém. Bater, bater e bater, eu quero ver sangue. Morte.

Minha respiração se acelera, meu peito sobe e desce rapidamente, eu sinto um liquido escorrer das minhas mãos, olho para elas e vejo que é sangue. Minhas unhas estão cravadas nas palmas das minhas mãos, abro as minhas mãos lentamente, elas estão tremendo. Minhas unhas estão sujas de sangue.

Droga! O que está acontecendo comigo? Eu nunca fiz isso antes, eu nunca senti tanta vontade de bater em alguém até ver sangue. O que aquela droga de poção fez comigo?

O que aquela poção tinha, e por que isso está acontecendo? Fecho os olhos e começo a inspirar e respirar fundo tentando me acalmar, aos poucos o fogo nas minhas veias vai cessando e as minhas mãos param de tremer. Eu consigo me acalmar.

Que surto foi esse que eu tive?

Recomeço a andar pelo corredor, eu nunca tinha sentido algo assim, toda essa raiva e ódio, isso não é coisa minha, com toda certeza não é. Eu preciso descobrir o que foi que acabou de acontecer. Jules, ele é a pessoa certa para responder a minha pergunta, foi ele que me deu aquela poção, então ele deve saber o que está acontecendo.

Avisto à porta da sala de jantar e logo me animo um pouco, eu realmente estava com fome, ando em passos largos até a sala de jantar, assim que adentro no cômodo vejo que está vazio. A mesa está posta, cheia de comida, mas não há ninguém no cômodo. Estranho, normalmente o Jules sempre está aqui, mas hoje não.

Os Reis de Edom | 𝖢𝗅𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇Onde as histórias ganham vida. Descobre agora