CAPÍTULO 19 - UM ADEUS GLORIOSO

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- Onde estão seu irmão e o demônio?! – ela berrava.

O alvo da Bruxa não era muito visível a não ser por uma cabeleira dourada que brilhava. Era Ícaro, Anastácia pensou, horrorizada, e depois daquele berro, ele não dera mais nenhum, o que a deixou realmente preocupada.

- Veja mestre! A Bruxa Alva está atacando Ícaro! Acho que ele está inconsciente!

Mas Valentim nem virou para trás para ver, continuando sua corrida no ar.

- Temo que não haja nada que possamos fazer, Ani, ele já está muito para trás!

- Mas não posso deixá-lo lá! Eu vou voltar, mestre!

- Não posso deixá-la fazer isso sozinha, Ani, mas tampouco poderia concordar em voltar com você!

- Me solte! Eu vou voltar! – ela exclamou tão decidida que fez Valentim olhar para trás pela primeira vez - Não se preocupe, Mestre, nos vemos no dique!

Assim que soltou a mão de Valentim, o feitiço não fez mais efeito sobre Anastácia, que caiu no chão, sendo pisoteada pelas pessoas que corriam em fúria. Com um pouco de dificuldade ela conseguiu se colocar de joelhos e foi engatinhando até onde Ícaro estava.

Pareceu uma eternidade até que chegasse lá. Quando estava a alguns passos, viu que ele estava caído no chão, de olhos fechados, com a Bruxa Alva ainda atacando-o, já com uma aparência de 150 anos. Mas o pior foi perceber que não podia fazer nada contra a bruxa.

- Oh, droga! E agora?! Como vou salvar Ícaro?!

Anastácia continuou de joelhos, e enquanto algumas pessoas tropeçavam nela e voavam longe, ela parecia nem se importar, estava absorta nos próprios pensamentos.

- Me responda! – a bruxa continuava gritando – Me diga onde está seu irmão, seu falso-elfo panaca!

- Elfo! – Anastácia exclamou, levantando os braços, fazendo um homem tropeçar em seu ombro e dar uma cambalhota pra frente – O elfinho de cristal! Vai me proteger e também a Ícaro, é claro! Oh, puxa, onde ele está?

Anastácia meteu as mãos no bolso do colete, numa busca desesperada pelo elfo de cristal. Tão desesperada que quando finalmente o encontrou, puxou-o para fora com tanta força que ele escapou de seus dedos e quebrou-se em mil pedaços.

- Oh, por todos os gnomos mancos! Que estúpida eu sou!

Levou as mãos ao rosto para começar um choro convulsivo, quando se deu conta de que ainda tinha algo nas mãos, um pedacinho de papel.

- O que é isso?

Ela abriu o papel e seu rosto se iluminou. Finalmente se levantou, e correu até onde Ícaro estava caído, decidida. A Bruxa Alva voara alto a ponto de alcançar uma estrela, ou pelo menos assim parecia a uma Aveleira, e vinha descendo rapidamente, na direção dos dois. Anastácia olhou firme para ela, enquanto declamava as palavras do papel, decoradas na pressa.

- E você, criatura traiçoeira e vil

  Mentirosa, falsa e senil

  Terá o que merece, e terá agora

  Até a raiz dos cabelos

E sem demora!"

As palavras de Anastácia atingiram a Bruxa Alva, num nevoeiro azulado. A Bruxa continuava descendo furiosamente, até que parou, sentindo uma dor muito forte no couro cabeludo. Ela levou as mãos à cabeça, mas o que estava lá não eram seus cabelos negros, e sim uma coisa asquerosa. Morcegos.

Ela deu um berro desesperado, e tentou arrancar os morcegos, mas eles estavam grudados como a própria raiz de seus cabelos. Desesperada ela perdeu rumo e quando os morcegos começaram a bater as asas para longe, ela não pode fazer nada, senão ser carregada por eles, gritando e balançando as pernas.

O Demônio, a Bruxa (e a irmã dela) [CONCLUÍDO]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant