_Grover, não tire os olhos deles! Estou indo pra aí- ela avisou repondo as coisas na bolsa.

Enquanto descia com pressa as escadas apertou com força as alças da mochila nos ombros para que não a atrapalhasse. Pietra procurou a saída dos fundo para evitar encontrar os criminosos, chegou a uma baixa parede de madeira que separava a rua dos fundos ao prédio.

Sem hesitação a pulou e tornou a correr ofegante com falta de ar pela noite glacial. Contornou o quarteirão até chegar aos fundos do prédio onde o outro Agente estava, arrombou a porta da saída e subiu os degraus pulando alguns pela pressa.

Rastejou pelo cimento árduo e áspero do terraço e se pôs frente o parapeito baixo ao lado de Grover. A visão perfeita da entrada da fábrica e os primeiros movimentos criminalísticos dos suspeitos melhorou o ânimo lastimável entregue pela gelidão.

Observou o grupo sair da van e irem até a carroceria do caminhão. Eles abriram a comporta e retiraram a mercadoria encoberta em caixas de madeira velhas, com precisão Toni fotografou cada princípio de ação da máfia.

Mas mesmo com a documentação fotografada de todos os Agentes infiltrados pela rua, não era aquilo que seu peito ansiava e seu juízo apelava. Ansiosa e com um péssimo pressentimento aguardou o decorrer do descarregamento, até a porta do carro abrir revelando a quem ela buscava.

De início despertou uma angústia enorme como se seu coração fosse dilacerado por finas agulhas, um processo doloroso e agoniante. Mas depois...depois tudo se transformou em uma incerteza, o questionamento se realmente havia feito o certo ou se a todo momento renegou algo que desejava audaciosamente.

Mesmo a contragosto obrigou seus dedos a mirar o foco da câmera até ele, era isso. Toda a verdade jogada regada a hipocrisia e contraversões em sua cara.

_ Então esse é Holfward?- Grover questionou fotografando-o.- Por que parece tão surpresa e triste?- o rapaz murmurou encarando-a, os olhos exausto e carregados de um "Eu devia saber" denunciavam-a.

_ É sempre um choque, a gente quer acreditar no que nosso coração inventa- ela sussurrou sendo envolvida pela fumaça branca e quente que saiu dos lábios castigados pelo frio.

Juntos e em silêncio o grupo assistiu a todas as ações incriminadoras da BZAEE, com um ar imponente e maldoso ele andou até o caminhão certificando-se que toda a mercadoria de drogas havia sido retirada e guardada no galpão.

O ápice do que ela qualificou como a pior noite da sua vida veio quando ele pegou uma das caixas de drogas e a levou com suas próprias mãos para dentro. O vestígios mafioso e criminoso escorria pelas mãos do rapaz.

Pensou que, talvez, o sangue mentiroso e dissimulado corresse pelo sangue da família Holfward. Mas sua mente a obrigou a retirar Lise dessa lista, aos seus olhos era a única que não lhe deixava com um pé atrás.

_ Comemorem pessoal, pegamos o Holfward- avisou ao restante da equipe.

Passaram horas espiando até que a BZAEE se retirou da rua, quando confirmou que estava seguro todos partiram para a sede com as mãos cheias de provas certeiras e indiscutíveis.

Decididos e com um Ânimo maior a equipe retornou a sala 7, agora com uma reformulação radical. O ar aconchegante e familiarizado estava presente em cada canto do cômodo, o balcão de comidas e cafés montados pela equipe B que passou o dia todo rastreando o dinheiro caiu como um alento aos que chegavam famintos e friorentos.

Sofás felpudos e equipamentos espalhados pelo espaço acolheu todo o grupo e as conversas animadas. A aproximação e habituados uns com os outros o grupo compartilhou brincadeiras e piadas descontraídas em meio aos trabalhos frenéticos.

Como Seduzir Um MafiosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora