— Você não machucou? — Disse olhando para a mão dela. — Como?
— Eu sou mais forte do que você pensa Lolo!
— E cicatriza muito bem também! — Disse pensando alto.
— Sim!
Ela parou em um lugar escuro, desceu e abriu a minha porta, eu desci, mas meus olhos não se acostumaram com a escuridão, Camila entrelaçou seus dedos aos meus e me guiou, subiu uns degraus com cuidado, parecia uma varanda alta, abriu uma porta e acendeu as luzes.
— Desculpa a escuridão, mas meus tios têm mania de deixar tudo apagado.
— Onde estamos?
— Em casa, bom... na casa da Dinah onde eu moro! — Olhei ao redor, era uma casa de madeira, a decoração era rustica, bastante coisa feito de madeira, em um quadro tinha foto de Dinah pequena e Camila do lado, outra parecia um casal. — São os pais da Dinah! — Camila parecia saber o que estava olhando. — Acho que temos purê e carne, não é um macarrão com queijo, mas é bom também.
Camila foi até a cozinha e eu sentei na sala, me sentia zonza e minha cabeça começava a latejar, depois de um tempo ela voltou com um prato, sentou do meu lado e me ofereceu, eu neguei com a cabeça, então colocou na colher e me estendeu.
— Qual é, vou ter que fazer aviãozinho? — Ela sorriu me fazendo abrir a boca.
— Isso está muito bom!
— O que posso dizer? Sou uma cozinheira de mão cheia!
— Você quem fez?
— Claro, meus tios estão em uma festa, tipo uma confraternização sabe? — Eu assenti — E Dinah não sabe nem fazer macarrão instantâneo.
— Está muito bom! — Sorri para ela.
— Já está melhor? — perguntou quando eu acabei de comer.
— Muita dor de cabeça!
— Nunca ficou bêbada?
— Não! Não saiamos depois de um horário do orfanato.
— Entendo! Não quer tomar banho?
Assenti e agradeci mentalmente, eu estava sentindo cheiro de vomito, ela me mostrou o banheiro e me entregou uma toalha e roupas limpas, não sabia dizer se era dela ou de Dinah, tomei banho e vesti a roupa, vi um quarto com a luz acesa, fui até lá, tinha duas camas de solteiro e um mural em cima de casa cama, na mais perto da porta tinha fotos de revistas, de Dinah sorrindo com os pais e roupas, no outro tinha letras de músicas, e algumas fotos de uma Camila criança e de um casal segurando um bebê, sabia que aquela era a cama dela só de pegar o travesseiro e sentir seu cheiro nele, deitei na cama sentindo o cheiro dela.
Abri os olhos e ela estava na minha frente, sorridente, sentia o calor do sol aquecendo minha pele, atrás de Camila via a praia, ela olhou para o mar, aquele mar tão conhecido, aquela praia tão conhecida para mim, onde ia sempre com meus pais quando era criança, agora eu levava ela ali, sentia o cheiro do mar misturado com o de Camila, aquele lugar tinha perdido o sentido quando meus pais morreram, mas de alguma forma ter ela ali comigo esquentava meu coração mais do que o sol fazia com a minha pele.
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Lua Negra(CAMREN)
FanfictionLauren viu em Watertown e em seus novos pais adotivos uma chance de recomeçar e talvez até de ser feliz, mas quando Chris, a pessoa mais importante da sua vida desaparece em condições misteriosas, ela vê um novo mundo antes inimaginável se formar di...