- xiii.

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gotham city, 11:09am
departamento de polícia
12° distrito

               MADDIE OCEANS sabia que nem tudo era óbvio como preto no branco. Às vezes, haviam áreas cizentas. É subentendido que cometer crimes é ruim e não cometer crimes é bom. Mas no atual cenário da Delegacia de Gotham, isso dependia do ponto de vista. Haviam os crimes ruins e os crimes bons. Os crimes que ele cometia para proteger e ajudar seu... cúmplice, o Capuz Vermelho, por exemplo, eram crimes bons e ficavam na área cinzenta. Só eram considerados errados se alguém chegasse a descobrir. E ela estava ficando boa em fazer coisas que ninguém nunca ia descobrir.

               Quando eles saíram do armário, foram para direções opostas. Maddie foi para o laboratório de perícia. Louis saiu da delegacia. Em algum momento, ele causaria um problema que obrigaria todos os policiais a saírem, e ela ficaria livre para se livrar das amostras de sangue.

               Ela parou na frente da porta de vidro do laboratório e olhou por cima do ombro. Lá dentro só havia uma pessoa: a Doutora Gemma Sanders, perita de casos especiais. Maddie já teve algumas curtas porém agradáveis conversas com a doutora. Elas comentaram sobre como era difícil ser uma das poucas mulheres do seu ramo de trabalho. Maddie ia sair para não levantar suspeitas enquanto Louis fazia a sua parte do plano, mas a doutora reconheceu a policial, acenou e retirou as luvas e a máscara, revelando um sorriso genuíno. Se aproximou. Oceans não demonstrou que estava ficando nervosa.

               — Policial Oceans. — Cumprimentou, puxando Maddie para um abraço inesperado. 

               — Doutora Sanders. O que faz aqui? — Ela já sabia a resposta.

               — Por causa da morte do policial Aubry, estão tratando o caso como prioridade e eu fui convocada. Falando nisso... — seu tom diminuiu e o sorriso também — Como você está? Soube que eram próximos.

               Maddie suspirou, muitas pessoas fizeram aquela pergunta, e ela não podia ser sincera.

               — Ainda é difícil acreditar... — que ele sempre foi aquele babaca. — Ás vezes eu queria poder fazer tudo diferente... — e matá-lo com minhas próprias mãos.

               Sanders estava comovida, mas isso não era difícil de se fazer. Ela era do tipo que ficava emocionada com vídeos de gatos. Maddie pensou que ela era boa demais para estar ali, no meio de tantas pessoas corruptas.

               — Eu sinto muito, querida. Mas eu fiquei sabendo que já tem um novo parceiro, e que ele é um gato. — Ela sussurrou a última parte e Maddie não conseguiu não rir.

               — Ele é? Eu nem percebi.

               — Não se faça de boba. Onde ele está? 

               — Bem...

               Maddie ia pensar em uma mentira, mas, de repente, o alarme de incêndio tocou. Uma nuvem preta de fumaça invadiu a delegacia.

               — Está vindo do departamento de provas!

               O caos se instalou rapidamente. Boa parte dos policiais saíram da delegacia, Gemma correu para ajudar, o Capitão gritava para todos ficarem calmos, mas ninguém podia ouvi-lo naquele pandemônio.

               — Nada mal, Louis. — Ela riu e tossiu um pouco por causa da fumaça, mas entrou sorrateiramente no laboratório, correu até o computador em que Gemma trabalhava antes dela chegar. Era tarde para destruir a amostra, o programa já estava procurando uma combinação de DNA no sistema. — Merda.

               Ela tentou pensar em uma alternativa. Lá fora ainda estava um inferno, e isso lhe garantia algum tempo. De repente, a tela do computador exibiu um arquivo, uma combinação havia sido encontrada. Maddie se aproximou, apagar a ficha criminal do Capuz Vermelho resolveria o problema, e ela já estava fazendo isso, mas não resistiu dar uma olhada. Na foto, ele estava diferente. Não era tão pálido e o cabelo estava bagunçado, mas  de um jeito adorável. Seu nome era Jason Peter Todd. E ele constava como morto.

a heavenly way to die × jason toddOnde as histórias ganham vida. Descobre agora