a heavenly way to die × jason todd

- ii.

gotham city, 6:43pm
departamento de polícia,
12° distrito

               MADDIE OCEANS estava agora vestida com seu uniforme preto, colete à prova de balas, coldres e todo o tipo de proteção para os joelhos e cotovelos, como se ela fosse descer o monte everest de bicicleta, exceto que munida de armas e granadas de luz e gás lacrimogêneo, e sem uma bicicleta. Seus cabelos foram presos em duas tranças, lhe entregaram um capacete e óculos protetores.

               — Ansiosa? — perguntou Mitch, invadindo o vestiário das mulheres, porque Maddie era a única do distrito cuja função não era levar café aos superiores e dar multas de trânsito.

               Ela se virou tão rápido que suas tranças voaram sobre os ombros. Seu parceiro não conseguiu conter a risada.

               — Você parece a garotinha do papai.

               — Isso foi algum tipo de piada sexual? — Ela perguntou, retirando sua arma do coldre e apontando para ele.

               Mitch riu e negou com a cabeça. Maddie ignorou quando ele a olhou de cima a baixo e colocou a arma de volta nos coldres. 

               — Você já pode carregar duas armas? — Ela perguntou, notando que ele estava duplamente armado.

               — Não exatamente. — Ele tentou dizer com seriedade, mas ela já conseguia identificar seus sorrisos travessos. Eram os mesmos de quando ele ligava a sirene só para chegar mais rápido em qualquer lugar, e os mesmos de quando trocava as algemas de Maddie por umas sexuais aveludadas.

               Ela cruzou os braços e balançou a cabeça em negação.

               — Eu não esperava isso de você.

               — Sim, esperava.

               — É verdade.

               — Mas se vamos ser suspensos, quero ter um bom último dia.

               — E como as armas vão ajudar?

               — Está brincando, né?

               Nesse momento, o policial Pitt entrou no vestiário. Parecia apressado, então não comentou pela décima vez que Mitch não podia entrar ali.

               — O Capitão está chamando todo mundo. — ele disse.

               — Mas a batida é daqui a duas horas.

               — Não mais. Parece que aquele lunático do Capuz Vermelho acabou de invadir o galpão, temos que agir agora. — Paul finalizou e saiu rapidamente.

               Maddie e Mitch trocaram um olhar. A coisa tinha acabado de ficar duas vezes mais perigosa. Então eles correram.

               Os policiais formavam uma roda ao redor do Capitão enquanto ele gritava as instruções para que se destacasse no meio do alvoroço que a notícia que a intervenção do Capuz Vermelho causou.

               —  O Capuz Vermelho não é nossa prioridade, mas se entrar no seu caminho, atire primeiro, pergunte depois. Não sabemos se ele está lá porque é um deles. — O Capitão notou que Mitch e Maddie chegaram, mas não interrompeu o que dizia. — Nada de tiros de aviso. Não há indícios de reféns no local, mas estejam atentos, Darius Langdon é famoso por exercutar seus inimigos com explosivos, e é bem provável que vamos dar de cara com seu estoque.

               Maddie engoliu em seco. Tinha perdido umas boas horas repassando o que devia fazer em cada situação, mas agora tinha a impressão de que não conseguiria nem segurar o revólver sem tremer. De repente, olhou para baixo. Mitch segurava a sua mão. Ela olhou para o lado, e ele fingia estar prestando atenção nas instruções.

               — Capitão.

               — Pitt, não precisa levantar a mão para perguntar, não estamos na escola.

               Alguns riram, mas a tensão ainda pesava no ar. Pitt fez sua pergunta:

               — E o Capuz Vermelho, Capitão?

               — O que tem ele?

               — É... perigoso?

               Todos fizeram silêncio. O Capitão pareceu pensar por alguns segundos, mas a pergunta não foi respondida. O comunicador do Capitão fez um chiado, e o policial que estava observando o galpão anunciou ter ouvido tiros. Todos se retiraram, como soldados caminhando para a guerra.