- iv.

580 73 11
                                    

gotham city, 7:50pm
galpão nos arredores
da cidade


               MADDIE OCEANS estudou e viu todo o tipo de coisa na academia de polícia de New York antes de ser transferida para Gotham City. Ela sabia que, quando se leva um tiro na cabeça, você pode ou não se dar conta do que está acontecendo, mas na verdade não importa. Você não terá tempo para reagir. Porque uma bala pode alcançar uma velocidade maior do que 975 metros por segundo, o que é muito mais rápido do que um ser humano pode esquivar, gritar ou implorar.

               Maddie Oceans sabia que, se você tiver sorte, relativamente falando, e for atingido no coração, sua pressão sanguínea vai cair rapidamente, mas levaria de 10 a 15 segundos para perder sua função cerebral. Nesse tempo você poderia sacar sua arma, falar algumas ultimas palavras, ou passar algum tempo refletindo sobre sua infeliz situação. Mas um tiro no cérebro é diferente. Seu cérebro para de funcionar quase imediatamente. Em apenas uma fração de segundo, você já era.

               Foi isso o que aconteceu com Mitch Aubry. De repente, sem mais resquício de vida que o manteria de pé, seu corpo despencou para a frente, sobre o corpo de Maddie, que teve o azar de estar próxima o suficiente para sentir os respingos de sangue. Com a diferença de peso entre os dois, ela também caiu, para trás, e bateu a cabeça, mas já estava em choque antes disso.

               — Ele morreu. Morreu. Mitch está morto. Ele ia me matar e, e está morto. Ele morreu. Foi baleado, ele-

               Ela sentiu Mitch se mover, e se perguntou se tinha realmente perdido a cabeça, mas quando percebeu que o corpo havia sido retirado e jogado para o lado; levantou os olhos, tendo que piscar algumas vezes para afastar as lágrimas que embaçavam sua visão. Era o Capuz Vermelho. Ele retirou o corpo de cima de Maddie, ele matou Mitch.

               — Levanta. — a voz era grossa, mascarada por um modificador de voz no capacete usado por ele.

               Maddie demorou perceber a mão estendida à sua frente. Demorou um pouco mais para aceitar a ajuda, mas quando seus dedos trêmulos chegavam perto da luva do Capuz, um estrondo vindo da porta chamou a atenção dos dois.

               — Abram a porta, é a polícia! — ela reconheceu a voz do capitão. Houve outro estrondo em seguida.

               Ela olhou para a frente e o Capuz Vermelho começou a correr. Na terceira batida, a porta cedeu, e os homens uniformizados entraram com as armas em punho, avistaram Maddie próxima ao corpo de Mitch e dois correram para ajudar, o resto seguiu instruções do Capitão para correr atrás do que sobrou da gangue de Darius enquanto ele mesmo perseguia o Capuz Vermelho, que corria e desviava dos tiros e corria, usando as diversas caixas e latões como auxílio para chegar mais próximo do telhado.

               Pitt ajudou Maddie a se levantar, a essa altura, ela não sabia mais em quem confiar, mas o policial pareceu comovido com as lágrimas incessantes escorrendo pelo rosto da policial.

               — Mitch foi morto. — ela gaguejou.

               — Tudo bem, Maddie, nós vamos pegá-lo. — se virou para Warren. — Tire ela daqui.

               Maddie deixou que o policial a retirasse do galpão, ela soluçou durante todo o caminho até a viatura. Warren murmurou algumas palavras de consolo e ela assentiu com a cabeça antes que ele batesse a porta do veículo. Assim que ele se virou, ela parou de chorar. Enxugou as bochechas com as mãos enluvadas, e apertou os olhos para enxergar o que acontecia no telhado do galpão.

               O Capuz tinha conseguido chegar até lá, mas o Capitão e dois escudeiros estavam logo atrás, chegando cada vez mais perto de encurralar o homem com o capacete vermelho.

               Ela nem pensou. Os policias deixavam as chaves na ignição para emergência, então ela mudou do lugar do passageiro para o do motorista e ligou o carro, acelerou em direção ao galpão, parando a alguns metros. Saiu do carro, olhando para cima. O Capuz Vermelho parou de correr bem a tempo, se desse mais um passo, cairia.

               — Pule. — Maddie gritou.

               Ele olhou para trás, retirou alguma coisa do bolso da jaqueta e jogou para trás. Quando explodiu, ela entendeu do que se tratava: uma granada para atrasar os policiais que estavam na sua cola. Funcionou, uma grande parte do telhado cedeu, derrubando os homens no interior do galpão. E, sem hesitar, pulou.

a heavenly way to die × jason toddWhere stories live. Discover now