Um Ômega digno da Realeza

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Capítulo 2 – Um Ômega Digno da Realeza

— Eles não vão voltar, vão? — Jimin perguntou encarando os três ômegas na sua frente, que o encaravam com um olhar carregado de tristeza e apreensão.

Jimin não se considerava muito esperto, na verdade, tinha certeza de que era estupido demais para qualquer coisa, mas não precisava ser nenhum gênio para deduzir aquilo.

Sempre soube que seus pais não eram as melhores pessoas do mundo e também não tinha esperança de que tivesse amor envolvido em seu relacionamento, mas sempre acreditou que se fizesse o que eles mandavam e ficasse quietinho, eles não iriam o abandonar.

Estava errado, aparentemente, o que não era uma novidade na sua vida. Sua mãe sempre reforçava sua estupidez e seus erros, o bastante para ficar gravado em sua mente.

E Jimin tentava se convencer de que aquilo não era verdade, de que não era tão burro quanto eles afirmavam, mas naquele momento, acreditou que realmente era.

Sabia que estava crescendo e que logo não seria mais útil nos roubos como antes, mesmo com o corpo pequeno e esguio de um ômega, Jimin já estava com 10 anos, mal cabia escondido atrás de um malão, sua mãe já havia reclamado disso e após quase ser pego por um fazendeiro, apanhou de seu pai por ser estupido o bastante para ter crescido demais.

No entanto, quando seus pais decidiram acampar perto do rio, no meio da floresta, ao invés de um lugar próximo da villa, Jimin não pensou que quando acordasse não teria mais ninguém.

Seu coração se apertou ao se ver sozinho no meio do nada em um lugar desconhecido. Pensou em ficar e esperar, quis ter esperanças de que eles voltariam, mas no fundo sabia que aquilo era besteira.

Caminhou às cegas pela floresta e acabou batendo em um muro alto. Seguiu rente ao muro o quanto pôde e quando um guarda o abordou e tentou o expulsar, foi repreendido por uma das cozinheiras, que buscava raminhos de louro e manjericão para reabastecer a despensa do castelo.

A mulher o perguntou sobre seus pais e Jimin sentiu sua boca tremer em um choro que havia segurado durante todo o dia. Estava sozinho.

A mulher o levou para dentro, ofereceu um copo de água e pediu que esperasse ali. E quando voltou, pouco tempo depois, era seguida por um homem e uma mulher, ambos ômegas.

— Eu acho que não, meu bem. — Charlote disse com pesar no peito encarando o ômega. Ele era pequeno e magricela, seus cabelos eram castanhos claros, de uma cor bonita que parecia única. Seus olhos eram grandes e peculiares, de um tom verde que escurecia nas bordas. O menino estava sujo e parecia ter chorado recentemente. A imagem era de cortar o coração. — Sinto muito. — Afirmou a rainha.

Havia ouvido o relato da criança e não sabia o que lhe irritava mais, a forma grosseira e rude como era tratado, ou a forma como Jimin parecia acostumado aos maus tratos.

Aquilo lhe deu nos nervos. Mataria os responsáveis por aquilo se os encontrasse. Seu olhar caiu em SeokJin e Mirla, que pareciam compartilhar de seu sentimento de tristeza e fúria.

— Eu entendo. — Murmurou baixo, encarando os pés. Se sentia apreensivo e envergonhado, sem saber o que fazer. — Tudo bem. — Disse sem firmeza alguma em sua voz e se levantou em um pulo, fungando e fez uma reverência formal, em respeito às pessoas que não conhecia, mas pareciam tão chiques e importantes. — Sinto muito por incomodar.

— Pretende ir embora? — SeokJin o questionou ao sentir um tom de despedida. — Tem para onde ir? — Perguntou sem dar chance do mais novo responder.

— Não, mas... irei dar um jeito. — Afirmou sem muita convicção.

— Não podemos deixar que saia assim. — A rainha o interrompeu, o olhando com pesar. — Está tarde e é perigoso para uma criança andar sozinho por aí. — O olhar da mulher se colou ao de SeokJin, em uma conversa muda que a serva e o menino não entenderam.

Royals - Jikook | LIVRO 4 | MY ABO UNIVERSEHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin